Times de que Gostamos: Sevilla 2005-2007
Depois de lembrar o apoteótico Milan do período entre 1988/1990, rememoro o excelente time do Sevilla, que brilhou na última década.
Pelas laterais da equipe, jogaram dois jogadores de características antagônicas. Enquanto o lateral esquerdo David tinha um estilo de jogo mais resguardado, permitindo ao brasileiro Adriano maior liberdade para atacar pelo lado esquerdo, o ala direito Daniel Alves (foto), então uma jovem promessa pouco conhecida do público brasileiro, era um furacão pela direita. Seus avanços, por vezes temerários, confirmaram o flanco destro como o ponto mais forte do time. O entendimento alcançado entre Daniel e o espanhol Jesus Navas, fez com que, pelo lado esquerdo, os defensores adversários jogassem com muita cautela.
A dupla de zaga foi o ponto de equilíbrio do time andaluz. Javi Navarro (foto), jogador de linha mais experiente do clube – o mais experiente do time titular foi o goleiro Palop – e Julien Escudé formaram uma dupla de zaga muito séria e segura. Não que dispusessem de grande técnica, mas os dois zagueiros tinham a confiança e o respeito de seus companheiros, e na prática os dois foram muito eficientes. Além disso, apesar de não terem grande estatura, os defensores eram bons, inclusive, na bola aérea.
A princípio, o posto de principal destruidor das jogadas adversárias pelo meio-campo, não era muito bem definido, tendo a clube jogado durante um bom período com uma dupla de jogadores de boa qualidade técnica. Esta era formada por dois dos três volantes de que dispunha o treinador Juande Ramos, quais sejam Enzo Maresca, Martí e o brasileiro Renato. Contudo, a chegada do dinamarquês Cristian Poulsen (foto) modificou essa estrutura, tendo o volante de forte marcação, e, por vezes, violento, ocupado o posto à frente da defesa do Sevilla.
Finalizando as jogadas da equipe, Kanouté e Luis Fabiano (foto) não formaram a mais sintonizada das duplas de ataque da história do futebol. Apesar disso, o instinto matador e o faro de gol – comum a ambos – levaram-nos a grandes e memoráveis momentos pelo Sevilla. Nesse esquema montado por Juande Ramos, o brasileiro, que possuía mais mobilidade, saía mais da área para ajudar na construção das jogadas, enquanto o malinês permanecia sempre na área a espera do menor ressalto da bola para estufar as redes.
O banco de reserva também guardava grandes opções. Para o setor defensivo, havia a presença do sérvio Dragutinovic, que podia atuar na zaga ou na lateral esquerda, também para a lateral esquerda e o meio-campo o bom Antonio Puerta, que viria a falecer em campo em partida contra o Getafe, para o centro do campo os volantes/meias Maresca (foto), Martí e Duda e ainda para o ataque os avançados Chevantón e Kherzakhov.
Há que se lembrar, ainda, que o bom trabalho de Juande Ramos não foi esquecido e após sair do clube espanhol ele treinou o Tottenham, o Real Madrid, o CSKA e o Dnipro da Ucrânia, seu clube atual. Derradeiramente, é importante também lembrar o atacante Saviola que teve rápida, porém valorosa passagem pelo Sevilla.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Final da Copa da UEFA 2005/2006: Middlesbrough 0x4 Sevilla
Estádio Philips, Eindhoven
Árbitro: Herbert Fandel
Gols: ’27 Luis Fabiano, ’79 e ’84 Enzo Maresca, ’89 Kanouté (Sevilla)
Middlesbrough: Schwarzer; Parnaby, Riggott, Southgate, Queudrue (Yakubu); Fábio Rochemback, George Boateng, Morrison (Maccarone), Downing; Jimmy Floyd Hasselbaink e Mark Viduka (Cattermole). Téc. Steve McClaren
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Javi Navarro, Escudé, David; Maresca, Martí, Adriano (Puerta), Jesús Navas; Saviola (Kanouté) e Luis Fabiano (Renato). Téc. Juande Ramos
Supercopa da UEFA 2006: Barcelona 0x3 Sevilla
Estádio Louis II, Mônaco
Público 18.000
Gols: ‘7 Renato, ’45 Kanouté e ’90 Maresca (Sevilla)
Barcelona: Valdés, Belletti, Rafa Márquez, Puyol, Sylvinho (Giuly); Thiago Motta (Iniesta), Xavi (Gudjohnsen), Deco; Ronaldinho, Eto’o e Messi. Téc. Frank Rijkaard
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Javi Navarro, Escudé, David; Cristian Poulsen, Renato, Adriano (Puerta), Jesús Navas (Maresca); Luis Fabiano (Martí) e Kanouté. Téc. Juande Ramos
Final da Copa da UEFA 2006/2007: Espanyol 2x2 Sevilla (1x3 nos pênaltis)
Estádio Hampdem Park, Glasgow
Árbitro: Massimo Busacca
Gols: ’18 Adriano e ‘105 Kanouté (Sevilla); ’28 Riera e ‘115 Jônatas (Espanyol)/ Kanouté, Dragutinovic e Puerta marcaram de pênalti, Daniel Alves perdeu (Sevilla); Pandiani marcou de pênalti, Luis García, Jônatas, Torrejón perderam (Espanyol).
Espanyol: Iraizoz; Zabaleta, Torrejón, Jarque, David García; Moisés, De la Peña (Jônatas), Rufete (Pandiani), Riera; Luis Garcia e Tamudo (Lacruz). Téc. Ernesto Valverde
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Javi Navarro, Dragutinovic, Adriano (Renato); Poulsen, Martí, Maresca (Jesús Navas), Puerta; Luis Fabiano (Kherzakhov) e Kanouté. Téc. Juande Ramos
Final da Copa do Rey 2006/2007: Sevilla 1x0 Getafe
Estádio Santiago Bernabéu, Madrid
Público 80.000
Gol: ’10 Kanouté (Sevilla)
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Javi Navarro, Escudé, Dragutinovic; Poulsen, Renato (Martí), Puerta (Duda), Jesús Navas; Luis Fabiano (Kherzakohv) e Kanouté. Téc. Juande Ramos
Getafe: Luis García; Contra (Pachón), Belenguer, Pulido, Paredes; Celestini, Mario Cotelo, Nacho (Dorado), Casquero; Manu del Moral (Verpakovskis) e Dani Güiza. Téc. Bernd Schuster
Supercopa da Espanha 2007: Real Madrid 3x5 Sevilla
Estádio Santiago Bernabéu, Madrid
Árbitro: Alberto Undiano
Gols: ’16 e ’29 Renato, ’36, ’81 e ’90 Kanouté (Sevilla); ’20 Drenthe, ’44 Cannavaro e ’79 Sergio Ramos (Real Madrid)
Real Madrid: Casillas; Sergio Ramos, Pepe, Cannavaro, Drenthe; Mahamadou Diarra, Miguel Torres (Guti), Sneijder (Júlio Baptista); Raúl (Saviola), van Nilstelrooy e Robinho. Téc. Bernd Schuster
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Mosquera (Keita), Fazio, Dragutinovic; Poulsen, Renato (Maresca), Duda (Kherzakhov), Martí, Jesús Navas; Kanouté. Téc. Juande Ramos
Em pé: Palop, Kanouté, Aitor Ocio, Puerta, Escudé, Luis Fabiano; Agachados: Poulsen, Renato, Daniel Alves, Jesús Navas e David. |
Time: Sevilla
Período: 2005/2007
Time Base: Palop;
Daniel Alves, Navarro, Escudé, David (Dragutinovic); Poulsen (Maresca), Renato
(Martí), Adriano, Jesus Navas; Kanouté (Saviola) e Luis Fabiano. Téc. Juande
Ramos
Vem da Espanha
uma das equipes que tiveram grande destaque em meados da última década. Não,
não se trata de Barcelona ou Real Madrid. Também não falo do Valencia,
comumente a terceira força do futebol hispânico. O esquadrão em questão é o do
Sevilla, clube que teve como principal característica um jogo muito veloz com
uma pitada de brasilidade.
Iniciando a
escalação sevilhana, Andrés Palop (foto) foi um dos grandes responsáveis pelos muitos
êxitos do Sevilla nesse período. Nesse sentido, é imprescindível a lembrança
dos três pênaltis defendidos pelo arqueiro espanhol na final da Copa da UEFA da
temporada 2006/2007. Suas vitórias
fizeram com que ele entrasse no hall dos maiores goleiros da história da
equipe, tendo defendido o alvirrubro entre 2005 e 2013, e servindo, ainda, à
Seleção Espanhola na Eurocopa de 2008, aos 35 anos, mas na condição de
suplente.
Pelas laterais da equipe, jogaram dois jogadores de características antagônicas. Enquanto o lateral esquerdo David tinha um estilo de jogo mais resguardado, permitindo ao brasileiro Adriano maior liberdade para atacar pelo lado esquerdo, o ala direito Daniel Alves (foto), então uma jovem promessa pouco conhecida do público brasileiro, era um furacão pela direita. Seus avanços, por vezes temerários, confirmaram o flanco destro como o ponto mais forte do time. O entendimento alcançado entre Daniel e o espanhol Jesus Navas, fez com que, pelo lado esquerdo, os defensores adversários jogassem com muita cautela.
A dupla de zaga foi o ponto de equilíbrio do time andaluz. Javi Navarro (foto), jogador de linha mais experiente do clube – o mais experiente do time titular foi o goleiro Palop – e Julien Escudé formaram uma dupla de zaga muito séria e segura. Não que dispusessem de grande técnica, mas os dois zagueiros tinham a confiança e o respeito de seus companheiros, e na prática os dois foram muito eficientes. Além disso, apesar de não terem grande estatura, os defensores eram bons, inclusive, na bola aérea.
A princípio, o posto de principal destruidor das jogadas adversárias pelo meio-campo, não era muito bem definido, tendo a clube jogado durante um bom período com uma dupla de jogadores de boa qualidade técnica. Esta era formada por dois dos três volantes de que dispunha o treinador Juande Ramos, quais sejam Enzo Maresca, Martí e o brasileiro Renato. Contudo, a chegada do dinamarquês Cristian Poulsen (foto) modificou essa estrutura, tendo o volante de forte marcação, e, por vezes, violento, ocupado o posto à frente da defesa do Sevilla.
Como já citado,
o time dispunha do talento de três meio-campistas muito técnicos, com excelente
visão de jogo e toque de bola. Dentre eles, a escolha preferida do treinador
espanhol foi o brasileiro Renato (foto). Cabia a ele a regência da meia-cancha
sevilhana. O brasileiro, que havia passado pelo Santos e pelo Guarani, e à
época era presença constante na Seleção Brasileira, logrou êxito na equipe, se
tornando um de seus grandes ídolos e posteriormente recebendo a faixa de
capitão do time.
Completando a
linha do meio-campo do alvirrubro, Adriano e Jesús Navas (foto) conduziam a equipe
pelos lados. Apesar da semelhança tática entre os dois, com o brasileiro
explorando o lado esquerdo e o espanhol o direito, suas características técnicas
eram bem diferentes. Adriano tinha como principais expedientes a movimentação, o
toque de bola e as investidas à linha de fundo para propiciar bons cruzamentos
para os poderosos centroavantes Luís Fabiano e Kanouté. Já Jesús Navas, era o
fator de desequilíbrio da equipe. Driblador nato, o pequeno notável era bem
mais agressivo que Adriano, partindo sempre para as jogadas individuais, que
muitas vezes resultaram em gols e assistências para seus companheiros.
Finalizando as jogadas da equipe, Kanouté e Luis Fabiano (foto) não formaram a mais sintonizada das duplas de ataque da história do futebol. Apesar disso, o instinto matador e o faro de gol – comum a ambos – levaram-nos a grandes e memoráveis momentos pelo Sevilla. Nesse esquema montado por Juande Ramos, o brasileiro, que possuía mais mobilidade, saía mais da área para ajudar na construção das jogadas, enquanto o malinês permanecia sempre na área a espera do menor ressalto da bola para estufar as redes.
O banco de reserva também guardava grandes opções. Para o setor defensivo, havia a presença do sérvio Dragutinovic, que podia atuar na zaga ou na lateral esquerda, também para a lateral esquerda e o meio-campo o bom Antonio Puerta, que viria a falecer em campo em partida contra o Getafe, para o centro do campo os volantes/meias Maresca (foto), Martí e Duda e ainda para o ataque os avançados Chevantón e Kherzakhov.
Há que se lembrar, ainda, que o bom trabalho de Juande Ramos não foi esquecido e após sair do clube espanhol ele treinou o Tottenham, o Real Madrid, o CSKA e o Dnipro da Ucrânia, seu clube atual. Derradeiramente, é importante também lembrar o atacante Saviola que teve rápida, porém valorosa passagem pelo Sevilla.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Final da Copa da UEFA 2005/2006: Middlesbrough 0x4 Sevilla
Estádio Philips, Eindhoven
Árbitro: Herbert Fandel
Gols: ’27 Luis Fabiano, ’79 e ’84 Enzo Maresca, ’89 Kanouté (Sevilla)
Middlesbrough: Schwarzer; Parnaby, Riggott, Southgate, Queudrue (Yakubu); Fábio Rochemback, George Boateng, Morrison (Maccarone), Downing; Jimmy Floyd Hasselbaink e Mark Viduka (Cattermole). Téc. Steve McClaren
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Javi Navarro, Escudé, David; Maresca, Martí, Adriano (Puerta), Jesús Navas; Saviola (Kanouté) e Luis Fabiano (Renato). Téc. Juande Ramos
Supercopa da UEFA 2006: Barcelona 0x3 Sevilla
Estádio Louis II, Mônaco
Público 18.000
Gols: ‘7 Renato, ’45 Kanouté e ’90 Maresca (Sevilla)
Barcelona: Valdés, Belletti, Rafa Márquez, Puyol, Sylvinho (Giuly); Thiago Motta (Iniesta), Xavi (Gudjohnsen), Deco; Ronaldinho, Eto’o e Messi. Téc. Frank Rijkaard
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Javi Navarro, Escudé, David; Cristian Poulsen, Renato, Adriano (Puerta), Jesús Navas (Maresca); Luis Fabiano (Martí) e Kanouté. Téc. Juande Ramos
Final da Copa da UEFA 2006/2007: Espanyol 2x2 Sevilla (1x3 nos pênaltis)
Estádio Hampdem Park, Glasgow
Árbitro: Massimo Busacca
Gols: ’18 Adriano e ‘105 Kanouté (Sevilla); ’28 Riera e ‘115 Jônatas (Espanyol)/ Kanouté, Dragutinovic e Puerta marcaram de pênalti, Daniel Alves perdeu (Sevilla); Pandiani marcou de pênalti, Luis García, Jônatas, Torrejón perderam (Espanyol).
Espanyol: Iraizoz; Zabaleta, Torrejón, Jarque, David García; Moisés, De la Peña (Jônatas), Rufete (Pandiani), Riera; Luis Garcia e Tamudo (Lacruz). Téc. Ernesto Valverde
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Javi Navarro, Dragutinovic, Adriano (Renato); Poulsen, Martí, Maresca (Jesús Navas), Puerta; Luis Fabiano (Kherzakhov) e Kanouté. Téc. Juande Ramos
Final da Copa do Rey 2006/2007: Sevilla 1x0 Getafe
Estádio Santiago Bernabéu, Madrid
Público 80.000
Gol: ’10 Kanouté (Sevilla)
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Javi Navarro, Escudé, Dragutinovic; Poulsen, Renato (Martí), Puerta (Duda), Jesús Navas; Luis Fabiano (Kherzakohv) e Kanouté. Téc. Juande Ramos
Getafe: Luis García; Contra (Pachón), Belenguer, Pulido, Paredes; Celestini, Mario Cotelo, Nacho (Dorado), Casquero; Manu del Moral (Verpakovskis) e Dani Güiza. Téc. Bernd Schuster
Supercopa da Espanha 2007: Real Madrid 3x5 Sevilla
Estádio Santiago Bernabéu, Madrid
Árbitro: Alberto Undiano
Gols: ’16 e ’29 Renato, ’36, ’81 e ’90 Kanouté (Sevilla); ’20 Drenthe, ’44 Cannavaro e ’79 Sergio Ramos (Real Madrid)
Real Madrid: Casillas; Sergio Ramos, Pepe, Cannavaro, Drenthe; Mahamadou Diarra, Miguel Torres (Guti), Sneijder (Júlio Baptista); Raúl (Saviola), van Nilstelrooy e Robinho. Téc. Bernd Schuster
Sevilla: Palop; Daniel Alves, Mosquera (Keita), Fazio, Dragutinovic; Poulsen, Renato (Maresca), Duda (Kherzakhov), Martí, Jesús Navas; Kanouté. Téc. Juande Ramos
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