2009-10: O ano em que os Rosaneros beliscaram a UCL
Tradicionalmente, quando pensamos no futebol
italiano três grandes forças nos vêm à mente: Juventus, Milan e Internazionale,
os três maiores Campeões Italianos da história. Se forçarmos só mais um pouco
nossas mentes nos lembraremos facilmente de equipes tradicionais como Lazio,
Roma e Torino, isso sem falar em Genoa, Sampdoria, Napoli, Fiorentina e
Bologna, por exemplo. Todavia, na temporada 2009-2010 a grande nota positiva do
futebol italiano veio da Sícilia, onde o Palermo, clube que nunca conquistou o
Campeonato Italiano, brilhou e quase conquistou uma vaga na UEFA Champions
League.
a temporada dois pontos atrás da quarta colocação, que deu à Sampdoria uma vaga na
fase de classificação para a UEFA Champions League. Isso só foi possível devido
ao desempenho de um trio de atletas que se complementava com perfeição. Formado
por um ídolo experiente e dois garotos sul-americanos, o clube siciliano teve o
quarto melhor ataque da competição, consagrando a tríade formada por Fabrizio Miccoli (foto), Edinson Cavani e Javier Pastore.
gols na Serie A, isso se deveu em enorme medida ao trio, responsável por 35
tentos (59% do total). Miccoli, conhecido como o “Romário da Sicília”, foi o melhor
dos integrantes do ataque. Com 30 anos, o italiano fez chover, marcando 19 gols
e criando 10 assistências. Muitos dos tentos foram anotados em partidas
importantes como o double marcado na
derrota perante a Inter de José Mourinho, por 5×3, ou um gol marcado contra o
Milan fora de casa, na vitória por 2×0. Além disso, Miccoli marcou um hat-trick em uma partida contra o
Bologna.
anos, foi às redes 13 vezes, começando a temporada com tudo, marcando contra o
Napoli – que seria sua casa na temporada seguinte –, e fechando o ano com chave
de ouro, balançando as redes da Atalanta duas vezes. Por último, Pastore, um jovenzinho de 20 anos que havia quase conseguido ajudar o Huracán a vencer ao título argentino, já mostrava suas credenciais. Se não marcou muitos gols (três
apenas), brilhou nas assistências, nove no total.
A mistura da categoria de Pastore
na armação, da habilidade de Miccoli e do faro de artilheiro de Cavani foi algo
extremamente agradável de se acompanhar e é algo de que os torcedores do clube
certamente não se esquecem.
No ano seguinte, Cavani partiu, mas Miccoli e
Pastore seguiram mais tempo no clube. Enquanto o argentino ficou mais uma
temporada, na qual registrou impressionantes onze gols no Calcio, o italiano ficou até 2012-2013, deixando o clube como
capitão.
trio infernal do ataque, o Palermo é lembrado por alguns resultados
importantíssimos – nem sempre vitoriosos. Em uma temporada em que a Inter
brigou a duras penas com a Roma pelo título, o Palermo protagonizou jogos duros
contra ambos os times.
Leia também: Times de que Gostamos: Internazionale 2009-2010
Contra a equipe de Milão, uma derrota por 5×3 (foto) e um
empate por 1×1 mostraram a força dos Rosaneros.
No primeiro encontro, se a vitória não veio, o espetáculo compensou. Samuel Eto’o,
Mario Balotelli e Miccoli marcaram dois gols cada em um grande jogo. Aliás, o
futuro campeão chegou a abrir 4×0 no placar, vendo os sicilianos diminuírem para
4×3.
protagonizou um movimentado empate por 3×3 contra a Roma, venceu as duas
partidas contra a Juventus (ambas por 2×0), bateu o Milan também duas vezes (a
primeira por 2×0 e a segunda por 3×1), e brilhou em outras partidas esparsas,
como uma contra a Lazio, vencida por 3×1.
resultados contra clubes menores, com derrotas importantes para Parma (1×0), Bologna
(3×1), Bari (4×2), Udinese (3×2), Catania (2×0), e muitos empates – a equipe
foi a quinta que mais empatou no campeonato, com 11.
time tinha uma boa defesa composta por Mattia Cassani, Simon Kjaer (outro
grande destaque da temporada), Cesare Bovo e Frederico Balzaretti; um
meio-campo com equilíbrio entre destruição e construção, que continha jogadores
como Antonio Nocerino, Fábio Simplício, Mark Bresciano, Fabio Liverani e Giulio
Migliaccio – o principal volante –; e o já citado e poderoso ataque.
A bola fluía muito bem nos pés de
laterais, meias e atacantes. Ofensivos, os laterais auxiliavam muito na criação
dos ataques, com poderosas arrancadas e muitas assistências. Pelo lado direito,
Cassani foi responsável por cinco assistências e pela faixa canhota Balzaretti
deu seis passes para gols. No meio-campo, Nocerino era um termômetro,
aumentando e diminuindo o ritmo do jogo conforme a necessidade. Tudo isso, aliado à classe de Pastore, Cavani e Miccoli, revelou ao mundo um grande e
surpreendente time vindo da Sicília.
banco de reservas, como os atacantes Igor Budan, autor de cinco gols na
campanha, e Abel Hernández, que marcou sete tentos, e jogadores conhecidos como
Manuele Blasi, ex-Juventus, e o goleiro brasileiro Rubinho. Cabe ressaltar, também, que a equipe teve dois treinadores no período: Walter Zenga e Delio Rossi.
Nocerino e o goleiro
Salvatore Sirigu (outra peça vital da equipe) ganharam oportunidades na Seleção
Italiana e, felizmente para eles, não foram chamados para a Copa do Mundo de
2010, em que a Azzurra fracassou retumbantemente,
parando ainda na fase de grupos.
clube perdeu Kjaer para o Wolfsburg e Cavani para o Napoli, mas conseguiu fazer
uma boa campanha, terminando na oitava posição. Daí em diante, o time entrou em
queda livre, com um 16º lugar em 2011-2012 e um rebaixamento em 2012-2013.
2014-2015, o time fez campanha segura, sobretudo em função do desempenho da
excelente dupla de frente, composta pelos argentinos Paulo Dybala e Franco
Vázquez (naturalizado italiano; foto). Com a saída do primeiro para a Juventus, é
difícil prever como será o desempenho Rosanero,
mas o início, com duas vitórias em dois jogos, anima.
Será possível que o clube
repita o desempenho de 2009-2010?