2001-02: A última boa temporada do Leeds
disputar a Premier League, o Leeds United passou nos últimos anos por diversas
dificuldades financeiras e vem se estabelecendo como um clube de segunda
divisão – embora tenha chegado à terceira na última década. No entanto, no
começo do século XXI, o time chegou a fazer
campanhas sólidas, tendo sido a de 2001-02 a última boa, após um ano memorável em 2000-01, quando chegou às semifinais da Champions.
que se projetou e muito se destacou entre 1996 e 2003. Atuando na maior parte
das vezes aberto pelo flanco esquerdo, como um winger, o jogador era o perfeito assistente, indo à linha de fundo
com habilidade e mostrando muita qualidade nos cruzamentos, que procuravam dois companheiros insaciáveis: Mark Viduka e Robbie Keane.
2001-02, Kewell também mostrou muito faro de gol, anotando 11 gols.
Contudo,
na equipe, o mais prolífico dos homens de frente foi seu compatriota e junto
com ele um dos mais importantes jogadores da história do futebol da Oceania,
Viduka. Centroavante matador, o jogador chegou ao Leeds vindo do Celtic na
temporada 2000-2001 fazendo o que melhor sabia: gols. No primeiro ano foram 22
e no ano seguinte 16.
um garoto de 21 anos recém-contratado em definitivo, após empréstimo e uma
passagem fraca pela Internazionale, foi peça importante, balançando as redes
nove vezes e dando grande mobilidade ao ataque, sempre se colocando bem para
marcar gols. Embora Keane e Viduka fossem jogadores que trabalhavam
bem na área adversária, seus diferentes estilos se completavam, permitindo o sucesso juntos.
que continha jogadores muito eficientes, o setor não obteve marca tão
expressiva na Premier League. Conquanto tenha ficado na quinta posição, atrás de Arsenal, Liverpool, Manchester United e Newcastle, classificando-se
para a UEFA Cup, o ataque foi apenas o sétimo melhor do torneio sendo a defesa
o diferencial do time.
Capitão, Ferdinand era a referência de uma grande defesa
Rio Ferdinand, a defesa do Leeds foi a terceira melhor da Premier League, atrás
apenas das de líder e vice-líder. Isso se deveu em grande medida à grande
influência de Ferdinand, à época com 23 anos, mas já mostrando grande
personalidade.
Com o beque da Seleção Inglesa
como grande pilar na retaguarda, o Leeds só perdeu uma partida por mais de dois
gols de diferença na Premier League. O curioso é que o time foi o terceiro que
menos perdeu na competição, novamente atrás apenas dos dois melhores times do
torneio. O problema da equipe foi o excessivo número de empates, 12.
Outro dado
que chama a atenção revela que em três das oito derrotas do time, Ferdinand foi ausência, o que
reitera a importância que o beque tinha à época.
defensivo era experiente e muito seguro. As presenças de jogadores regulares e de
boa qualidade, como o lateral direito Danny Mills, o então jovem zagueiro
Jonathan Woodgate (ambos com passagens pela Seleção Inglesa) e os laterais esquerdos Ian Harte (que por anos defendeu a
Seleção da Irlanda) e Dominic Matteo (também opção para a zaga), garantiam solidez ao setor, o que, combinado com a presença de um craque –
Ferdinand –, fez da defesa o ponto forte do Leeds.
Outros bons jogadores completavam a equipe
time tinha algumas outras figuras que funcionavam como excelentes coadjuvantes.
Pela faixa direita do meio-campo, Lee Bowyer fazia papel importante, semelhante
ao de Kewell pelo outro flanco. Seu problema, apontava a imprensa da época, era a vida extracampo
(bem como a de outros companheiros, como Woodgate e o próprio
Ferdinand).
Batty, integrante das Seleções da Inglaterra que disputaram a Euro 1992 e a
Copa do Mundo de 1998 (tendo inclusive errado o pênalti decisivo para a
eliminação inglesa contra a Argentina), era uma das grandes referências. Criado
no próprio clube, voltou em 1998 em baixa e foi fulcral para os últimos bons
resultados do time: importante na recuperação e distribuição
das bolas.
papel importante na campanha foi Robbie Fowler. Ídolo do Liverpool, chegou no meio da temporada e foi o autor de 12
gols na campanha. Por fim, para o setor de meio, o francês Olivier Dacourt,
lembrado por sua passagem pela Roma, era opção importante, bem como Alan Smith,
jogador versátil que ficou muito vinculado a sua passagem pelo Manchester
United.
League, o Leeds United disputou a UEFA Cup, parando nas oitavas de finais,
contra o PSV Eindhoven. À época, os holandeses contavam com jogadores da qualidade de Mark
van Bommel, Mateja Kezman, Dennis Rommedahl e Jan Vennegoor of Hesselink em seu
elenco.
Na League Cup, o Leeds também parou nas oitavas, eliminado pelo Chelsea com um
par de gols de Eidur Gudjohnsen; e na FA Cup foi eliminado precocemente, na
terceira fase, contra o Cardiff City.
Uma sequência decadente
temporada 2000-01 do clube, campanha em que o time ficou em quarto na Premier
League e chegou às semifinais da UEFA Champions League, traria a lembrança de um
ano mais brilhante, mas o ano de 2001-02 tem grande valor em razão de ter
sido o último em que os Peacocks
foram bem.
em problemas financeiros. O Leeds lutou contra o rebaixamento em 2002-2003,
terminando em 15º, e em 2003-2004 não resistiu, descendo à Championship, de
onde não mais voltou, chegando inclusive a ser rebaixado à League One em
2006-2007.
o time até já esboçou reação capaz de trazê-lo de volta à Premier League, mas não tem sido suficiente, impedindo o torcedor de sonhar com
novos anos de glória, como alguns vividos na década de 1970 e outros entre a segunda metade
da década de 90 e o início do século XXI.
Time Base da temporada
2001-2002: Martyn;
Mills, Ferdinand, Matteo (Woodgate), Harte; David Batty, Eirik Bakke (Dacourt),
Lee Bowyer, Harry Kewell; Robbie Keane (Fowler) e Mark Viduka. Téc.: David O’Leary