Seleções de que Gostamos: Espanha 2008-2012
Após lembrar o grande feito da Seleção Inglesa no ano de 1966, o título da Copa do Mundo, falo da mais vencedora seleção de toda a
história do futebol espanhol, que foi bem-sucedida na Europa e ganhou o mundo.
Em pé: Pedro, Busquets, Sergio Ramos, Xabi Alonso, Capdevilla, Piqué; Agachados: Casillas, Iniesta, Villa, Xavi, Puyol. |
Seleção: Espanha
Período: 2008-2012
Time base: Casillas; Sergio Ramos, Piqué (Marchena), Puyol
(Arbeloa), Capdevilla (Jordi Alba); Xabi Alonso (Marcos Senna), Xavi, Iniesta,
David Silva (Cesc Fàbregas/Busquets); David Villa e Fernando Torres (Pedro).
Téc.: Luis Aragonés e Vicente Del Bosque
Conquistas: Eurocopa (2008 e 2012) e Copa do Mundo (2010)
Após o título da Euro, a Espanha trocou de treinador, mas não de filosofia. Saiu Aragonés, que então partiu para uma nova empreitada, no futebol turco. Chegou Vicente del Bosque (foto), treinador extremamente vitorioso com o Real Madrid e que se encontrava afastado do futebol desde 2005, ano em que deixara o Besiktas. A despeito da troca, pouca coisa, de fato, mudou.
É claro, novos jogadores foram aparecendo com o tempo, mas o estilo de jogo implementado por Aragonés foi mantido e consolidado. Novos sucessos vieram, com isso. Contudo, a primeira experiência do novo treinador não foi das melhores.
Na África do Sul, a Espanha disputou a Copa das Confederações de 2009 e começou muito bem, goleando a Nova Zelândia por 5x0. Na sequência, vieram vitórias mais magras do que o esperado contra Iraque e a seleção anfitriã, 1x0 e 2x0, respectivamente.
Simultânea e surpreendentemente, no outro grupo, que teoricamente possuía como grandes forças o Brasil, campeão da Copa América de 2007, e a Itália, campeã do Mundial de 2006, os Estados Unidos se uniram à Canarinho e avançaram de fase, confirmando-se os adversários da Espanha. E não é que o time norte-americano bateu a campeã europeia?
Com gols de Jozy Altidore e Clint Dempsey, os estadunidenses avançaram à final e impuseram um revés inesperado para o time de del Bosque. Entretanto, o melhor estava por vir.
Classificada para o Mundial em primeiro lugar de seu grupo, vencendo todas as partidas eliminatórias que disputou contra Bósnia, Turquia, Bélgica, Estônia e Armênia, a Espanha voltou à Africa do Sul com muita força. A despeito da derrota para os Estados Unidos em 2009, o futebol praticado pelo selecionado hispânico não deixava muita margem para dúvidas quanto a sua qualidade. Além de uma base de jogadores vindos de Barcelona e Real Madrid, havia outras peças vivendo grande momento em outras praças, como Torres, no Liverpool, ou Villa, no Valencia.
Assim, a Espanha chegou ao Grupo H da Copa do Mundo de 2010. Dividindo-o com a Seleção Chilena de Marcelo Bielsa, o selecionado suíço e a centro-americana Honduras, a Fúria teve vida mais difícil do que era possível imaginar. Já contando com as participações habituais de Sergio Busquets, Gerard Piqué e Pedro Rodríguez, com a derrota para os helvéticos na estreia, os espanhois precisaram bater Honduras e Chile para avançar e o fizeram, sem ter tido facilidades, todavia: 2x0 e 2x1. Dessa forma, avançaram às oitavas de finais.
Em confronto ibérico, a Espanha teve que se aplicar para romper o ferrolho defensivo de Portugal. O solitário gol de Villa, foi, no entanto, suficiente para a manutenção do sonho hispânico. Adiante, como se já não tivesse sido suficiente enfrentar a forte defesa lusitana, a seleção treinada por Vicente del Bosque voltou a ter problemas contra uma retaguarda extremamente sólida, dessa vez do Paraguai. Novamente, coube a Villa a tarefa de marcar o gol do novo e magro êxito, outro 1x0.
Veio a semifinal. Ansiando uma revanche, os derrotados alemães da Euro 2008 chegaram com tudo para a partida, após despacharem a Argentina na fase anterior, em goleada de 4x0. No entanto, o placar que se confirmou a tônica da equipe que viria a ser campeã se repetiu: 1x0, dessa vez pela cabeça, em um verdadeiro voo, do voluntarioso zagueiro Puyol, após cobrança de escanteio de Xavi. Na final, a Espanha enfrentou a algoz brasileira Holanda.
Em jogo muito estudado, marcado pela tensão e até mesmo por algumas entradas de violência exagerada, próprios de uma partida disputada por equipes que nunca haviam vencido um Mundial, o 1x0 voltou a decidir, mas esperou o apagar das luzes para se confirmar. Quando a partida se encaminhava para o final da prorrogação e as penalidades se aproximavam, Iniesta fez o que só os grandes craques conseguem: decidiu, marcou o tento único e decisivo do certame. Pela primeira vez, a Seleção Espanhola colocou o futebol mundial a seus pés.
Ainda que o ponto máximo da trajetória da Seleção Espanhola tenha sido o título mundial, houve espaço para mais sucesso. Já sem Puyol e Capdevilla, com o ingresso de Sergio Ramos na zaga, a entrada de Álvaro Arbeloa pela direita e de Jordi Alba pela esquerda, novos reflexos de uma constante renovação, a equipe encerrou seu ciclo virtuoso com mais um título da Eurocopa.
Nas eliminatórias para o certame de 2012, que ocorreu em Polônia e Ucrânia, novamente a Espanha teve vida fácil; foram oito jogos e oito vitórias, contra República Tcheca, Escócia, Lituânia e Liechtenstein.
Quando de fato chegou a competição, curiosamente, mesmo sendo cabeça de chave, a Fúria foi sorteada para um grupo muito difícil, contando com a concorrência de Itália, Croácia e Irlanda. No entanto, com um empate contra a limitada, mas disciplinada, Squadra Azzurra e vitórias perante as outras adversárias, os espanhois voltaram a impor sua força e avançaram às quartas.
Novamente, tendo um desafio importante pela frente, a equipe enfrentou uma renovada França e viu brilhar a estrela de Xabi Alonso, autor dos dois gols da partida. A seguir, a Espanha reencontrou Portugal e não encontrou mais facilidade do que dois anos antes - muito pelo contrário. Somente as penalidades decidiram a partida, que não viu o zero sair do placar. Veio a final e uma Itália renascida voltou a entrar no caminho hispânico. No entanto, a dificuldade prevista não compareceu às dependências do Estádio Olímpico de Kiev.
Coroando um trabalho incrível que começou após a Copa do Mundo de 2006 e alcançou êxitos sem precedentes, a Espanha massacrou os italianos. O score de 4x0 não deixa margem para dúvidas, nem, tampouco, a repartição dos tentos anotados por David Silva, Jordi Alba, Fernando Torres (foto) e Juan Mata, deixando evidente a presença de grande repertório. O melhor da equipe reconstruída por Aragonés e aperfeiçoada por del Bosque foi visto naquela noite, com um futebol de posse de bola, trocas de posições, movimentações e o mais puro encanto futebolístico.
Na sequência, a Espanha ainda chegou à final da Copa das Confederações de 2013 e fracassou retumbantemente na Copa do Mundo de 2014, tornando claro que seu ciclo de sucesso máximo se encerrou naquela noite ucraniana.
A Espanha
sempre foi incontestavelmente reconhecida como potência quando o assunto é o futebol
de clubes. Não obstante, no tocante a sua seleção nacional, à Fúria, a situação era muito diferente até pouco tempo atrás.
Gerações de bons jogadores apareceram e passaram o bastão para as que se
seguiram, sem, contudo, conseguirem êxitos coletivos. A Seleção Espanhola ficou
conhecida como um time que privilegiava o futebol bem jogado, mas ineficiente;
jogava bem, mas não conquistava títulos.
De Paulino Alcántara a Raúl
González, passando por Telmo Zarra, Gento, Alfredo Di Stéfano, Emilio
Butragueño, dentre vários outros jogadores icônicos, a sorte da Espanha foi
sempre a mesma. Entre sua primeira participação em Copas do Mundo (1934) e a
edição de 2006, o melhor que o país conseguiu foi o quarto lugar em 1950.
Quando sediou o evento (1982), ocupou a modesta 12ª colocação. O melhor que havia
conseguido em toda a sua história havia sido um título da Euro no longínquo ano
de 1964 e uma medalha olímpica em 1992.
No entanto, após o segundo
mundial em solo germânico, modificações importantes aconteceram. O processo que
já havia se iniciado desde a contratação do treinador Luis Aragonés deu passos importantes.
Em 2008, ano que começou o processo de inserção definitiva do país no rol das
maiores seleções do planeta, o time já sofrera grande renovação.
A renovação determinante
Figurinhas carimbadas como
Joaquín, Luis García, Raúl González ou David Albelda, cederam seus
lugares para os ascendentes David Silva, Santi Cazorla, Cesc Fàbregas e Rubén
De La Red. Do elenco que foi à Áustria e Suíça, disputar a Euro 2008, apenas Carles Puyol, Marcos
Senna (foto) e Joan Capdevilla haviam chegado aos 30 anos e jogadores como Xavi e Andrés Iniesta ganhavam mais importância no time titular. Foi assim que os espanhóis voltaram
ao topo.
É claro que a presença de alguns
jogadores em grande forma, casos do goleiro Iker Casillas e dos atacantes
Fernando Torres e David Villa, foi crucial, todavia, o que mais é importante de
ser ressaltado é a mudança proposta por Aragonés. Como em outros tempos, a bola
seguiu sendo bem tratada, mas o jogo ganhou em objetividade: o tradicional
toque de bola hispânico se transformou em forma de controle e domínio das
ações. Veio a Euro.
Sorteada para o mesmo grupo da
tradicional Suécia, de uma Rússia que surpreenderia pelo bom futebol e da então campeã, Grécia, a Espanha passeou. Foram três jogos, três vitórias e oito gols
marcados. Na sequência, veio o primeiro grande desafio: a campeã do mundo em
2006, Itália. O confronto de estilos quase antagônicos resultou em um
inevitável 0x0 que precisou das penalidades para ser resolvido.
A seguir, a Espanha se
reencontrou com a Rússia, que surpreendentemente havia deixado, com facilidade,
a forte Holanda para trás. Não obstante, a Fúria
voltou a bater a nação do Leste Europeu com autoridade, 3x0.
Ao final, como
provação determinante, a equipe precisou se superar contra outra equipe que
passava por reformas estruturais importantes, a cada vez menos pragmática Alemanha,
já treinada por Joachim Löw. Brilhou a estrela de Torres, autor do gol
solitário que liberou um grito há mais 40 anos sufocado e renovou a confiança
do país. O caminho para a África do Sul estava pavimentado.
Troca de comando e continuidade
Após o título da Euro, a Espanha trocou de treinador, mas não de filosofia. Saiu Aragonés, que então partiu para uma nova empreitada, no futebol turco. Chegou Vicente del Bosque (foto), treinador extremamente vitorioso com o Real Madrid e que se encontrava afastado do futebol desde 2005, ano em que deixara o Besiktas. A despeito da troca, pouca coisa, de fato, mudou.
É claro, novos jogadores foram aparecendo com o tempo, mas o estilo de jogo implementado por Aragonés foi mantido e consolidado. Novos sucessos vieram, com isso. Contudo, a primeira experiência do novo treinador não foi das melhores.
Na África do Sul, a Espanha disputou a Copa das Confederações de 2009 e começou muito bem, goleando a Nova Zelândia por 5x0. Na sequência, vieram vitórias mais magras do que o esperado contra Iraque e a seleção anfitriã, 1x0 e 2x0, respectivamente.
Simultânea e surpreendentemente, no outro grupo, que teoricamente possuía como grandes forças o Brasil, campeão da Copa América de 2007, e a Itália, campeã do Mundial de 2006, os Estados Unidos se uniram à Canarinho e avançaram de fase, confirmando-se os adversários da Espanha. E não é que o time norte-americano bateu a campeã europeia?
Com gols de Jozy Altidore e Clint Dempsey, os estadunidenses avançaram à final e impuseram um revés inesperado para o time de del Bosque. Entretanto, o melhor estava por vir.
Classificada para o Mundial em primeiro lugar de seu grupo, vencendo todas as partidas eliminatórias que disputou contra Bósnia, Turquia, Bélgica, Estônia e Armênia, a Espanha voltou à Africa do Sul com muita força. A despeito da derrota para os Estados Unidos em 2009, o futebol praticado pelo selecionado hispânico não deixava muita margem para dúvidas quanto a sua qualidade. Além de uma base de jogadores vindos de Barcelona e Real Madrid, havia outras peças vivendo grande momento em outras praças, como Torres, no Liverpool, ou Villa, no Valencia.
A corrida para a glória máxima
Assim, a Espanha chegou ao Grupo H da Copa do Mundo de 2010. Dividindo-o com a Seleção Chilena de Marcelo Bielsa, o selecionado suíço e a centro-americana Honduras, a Fúria teve vida mais difícil do que era possível imaginar. Já contando com as participações habituais de Sergio Busquets, Gerard Piqué e Pedro Rodríguez, com a derrota para os helvéticos na estreia, os espanhois precisaram bater Honduras e Chile para avançar e o fizeram, sem ter tido facilidades, todavia: 2x0 e 2x1. Dessa forma, avançaram às oitavas de finais.
Em confronto ibérico, a Espanha teve que se aplicar para romper o ferrolho defensivo de Portugal. O solitário gol de Villa, foi, no entanto, suficiente para a manutenção do sonho hispânico. Adiante, como se já não tivesse sido suficiente enfrentar a forte defesa lusitana, a seleção treinada por Vicente del Bosque voltou a ter problemas contra uma retaguarda extremamente sólida, dessa vez do Paraguai. Novamente, coube a Villa a tarefa de marcar o gol do novo e magro êxito, outro 1x0.
Em jogo muito estudado, marcado pela tensão e até mesmo por algumas entradas de violência exagerada, próprios de uma partida disputada por equipes que nunca haviam vencido um Mundial, o 1x0 voltou a decidir, mas esperou o apagar das luzes para se confirmar. Quando a partida se encaminhava para o final da prorrogação e as penalidades se aproximavam, Iniesta fez o que só os grandes craques conseguem: decidiu, marcou o tento único e decisivo do certame. Pela primeira vez, a Seleção Espanhola colocou o futebol mundial a seus pés.
O ato final de uma geração
Ainda que o ponto máximo da trajetória da Seleção Espanhola tenha sido o título mundial, houve espaço para mais sucesso. Já sem Puyol e Capdevilla, com o ingresso de Sergio Ramos na zaga, a entrada de Álvaro Arbeloa pela direita e de Jordi Alba pela esquerda, novos reflexos de uma constante renovação, a equipe encerrou seu ciclo virtuoso com mais um título da Eurocopa.
Nas eliminatórias para o certame de 2012, que ocorreu em Polônia e Ucrânia, novamente a Espanha teve vida fácil; foram oito jogos e oito vitórias, contra República Tcheca, Escócia, Lituânia e Liechtenstein.
Quando de fato chegou a competição, curiosamente, mesmo sendo cabeça de chave, a Fúria foi sorteada para um grupo muito difícil, contando com a concorrência de Itália, Croácia e Irlanda. No entanto, com um empate contra a limitada, mas disciplinada, Squadra Azzurra e vitórias perante as outras adversárias, os espanhois voltaram a impor sua força e avançaram às quartas.
Novamente, tendo um desafio importante pela frente, a equipe enfrentou uma renovada França e viu brilhar a estrela de Xabi Alonso, autor dos dois gols da partida. A seguir, a Espanha reencontrou Portugal e não encontrou mais facilidade do que dois anos antes - muito pelo contrário. Somente as penalidades decidiram a partida, que não viu o zero sair do placar. Veio a final e uma Itália renascida voltou a entrar no caminho hispânico. No entanto, a dificuldade prevista não compareceu às dependências do Estádio Olímpico de Kiev.
Coroando um trabalho incrível que começou após a Copa do Mundo de 2006 e alcançou êxitos sem precedentes, a Espanha massacrou os italianos. O score de 4x0 não deixa margem para dúvidas, nem, tampouco, a repartição dos tentos anotados por David Silva, Jordi Alba, Fernando Torres (foto) e Juan Mata, deixando evidente a presença de grande repertório. O melhor da equipe reconstruída por Aragonés e aperfeiçoada por del Bosque foi visto naquela noite, com um futebol de posse de bola, trocas de posições, movimentações e o mais puro encanto futebolístico.
Na sequência, a Espanha ainda chegou à final da Copa das Confederações de 2013 e fracassou retumbantemente na Copa do Mundo de 2014, tornando claro que seu ciclo de sucesso máximo se encerrou naquela noite ucraniana.
Um time revolucionário
Já na defesa de sua meta, a Espanha possuía um de seus maiores destaques e líderes. Responsável por levantar todas as taças conquistadas por sua equipe, Iker Casillas viveu dias fantásticos no período citado. Afirmado como um dos maiores goleiros do planeta e da história espanhola, era um ponto de referência importantíssimo. Não raro, foi obrigado a salvar sua equipe na hora das dificuldades, com demonstrações de reflexos e destreza felinos, sempre combinados com bom posicionamento e comando das ações de sua defesa. O arqueiro foi um dos grandes símbolos de sua geração e é o atleta que mais vezes representou a Espanha em toda a sua história (167 jogos).
A retaguarda, setor que mais passou por modificações no período, começou sendo composta por Sergio Ramos e Capdevilla pelas laterais e Puyol e Carlos Marchena pelo miolo de zaga. No entanto, sofreu algumas alterações no período.
Ramos foi o único que permaneceu como titular durante todos os anos de sucesso da Espanha, sendo hoje o segundo atleta que mais vestiu a camisa da Fúria (140 jogos). Como lateral, este era importante peça, pois garantia solidez ao setor, que tinha em Capdevilla, do outro lado, seu ponto mais débil. Não obstante, precisou retomar sua função como zagueiro, com o declínio físico de Puyol. A seu tempo, este foi um jogador vital durante muito tempo, por sua qualidade, entrega e energia. Tal mudança também ocasionou a utilização frequente de Arbeloa pela ala direita, escolha não-unânime, mas que raras vezes comprometeu.
Por sua vez, Marchena foi substituído quando da ascensão imparável de Piqué, passando à reserva meramente pelo critério técnico. O beque do Barcelona se confirmou o parceiro ideal para Puyol, pois complementava-lhe o estilo, com mais técnica. Ao final, Capdevilla que sempre foi a figura mais contestada do time espanhol, perdeu sua posição para Jordi Alba, que, como um relâmpago, despontou no Valencia, com sua impressionante vitalidade e veia ofensiva, e logo retornou ao Barça, clube em que havia passado boa parte do tempo de sua formação.
O meio-campo, setor mais poderoso da esquadra espanhola, em seu início foi formado por Marcos Senna, Xavi e Iniesta. E ao contrário do que pode parecer, a importância do primeiro, hispano-brasileiro não pode ser subestimada. Jogador importante para o controle da bola e o ritmo das ações, o volante foi peça-chave na evolução do duo catalão, com sua bola qualidade técnica, tranquilidade e experiência.
Com o passar do tempo, foi suplantado por Xabi Alonso, que viveu grandes dias com a camisa do Liverpool e do Real Madrid e, de fato, possuía mais técnica que o brasileiro - nada que tenha sido capaz de diminuir a influência do primeiro, eleito para a seleção da Euro 2008.
Em funções de controle, Xavi e Iniesta eram as peças mais importantes para o funcionamento do coletivo espanhol. Formados no Barça e mestres na arte do passe e da movimentação, traziam do clube o que havia de melhor e aplicavam-no com a camisa da Fúria. A influência dos dois no sucesso do hispânico foi máxima. Ainda assim, devido a sua versatilidade, Iniesta chegou a atuar algumas vezes aberto pelo flanco esquerdo, principalmente quando Busquets apareceu, trazendo maior segurança à meia-cancha, e reclamou um lugar na equipe titular, formando um trio de meio-campistas com Xavi e Alonso.
No ataque, inicialmente, era indiscutível a dupla formada por Torres e Villa. Os dois aliavam velocidade impressionante, instinto artilheiro e movimentação constante; eram capazes de arrematar e preparar jogadas e se entendiam muito bem. No entanto, o declínio de forma do primeiro e, na via inversa, a evolução do segundo - maior artilheiro da história da Fúria, com 59 gols em 97 partidas - ocasionaram mudanças, com o frequente ingresso de Pedro Rodríguez ou David Silva, em momento posterior. Enquanto o primeiro agregava velocidade ao jogo espanhol, o segundo trazia maior técnica, sendo opções úteis para jogos com características diferentes.
Tal processo terminaria com o ingresso de um "falso 9", já na Euro 2012, com essa figura normalmente sendo Cesc Fàbregas, em uma tentativa de replicar o que o Barcelona fazia com Lionel Messi e com o próprio Fàbregas, em algumas oportunidades. A alternativa não mostrou o sucesso esperado, mas também não foi um fracasso total.
Durante esse longo período, outros atletas tiveram importância, como foram os casos de Dani Güiza, Jesús Navas, Fernando Llorente, Santi Cazorla e Juan Mata. No entanto, o núcleo duro da equipe sofreu graduais e poucas alterações com o passar dos anos, afinal era extremamente bem concatenado e entendia, como poucas vezes se viu na história do futebol, uma ideia de jogo, de eficácia indiscutível e beleza poucas vezes vista.
A retaguarda, setor que mais passou por modificações no período, começou sendo composta por Sergio Ramos e Capdevilla pelas laterais e Puyol e Carlos Marchena pelo miolo de zaga. No entanto, sofreu algumas alterações no período.
Ramos foi o único que permaneceu como titular durante todos os anos de sucesso da Espanha, sendo hoje o segundo atleta que mais vestiu a camisa da Fúria (140 jogos). Como lateral, este era importante peça, pois garantia solidez ao setor, que tinha em Capdevilla, do outro lado, seu ponto mais débil. Não obstante, precisou retomar sua função como zagueiro, com o declínio físico de Puyol. A seu tempo, este foi um jogador vital durante muito tempo, por sua qualidade, entrega e energia. Tal mudança também ocasionou a utilização frequente de Arbeloa pela ala direita, escolha não-unânime, mas que raras vezes comprometeu.
Por sua vez, Marchena foi substituído quando da ascensão imparável de Piqué, passando à reserva meramente pelo critério técnico. O beque do Barcelona se confirmou o parceiro ideal para Puyol, pois complementava-lhe o estilo, com mais técnica. Ao final, Capdevilla que sempre foi a figura mais contestada do time espanhol, perdeu sua posição para Jordi Alba, que, como um relâmpago, despontou no Valencia, com sua impressionante vitalidade e veia ofensiva, e logo retornou ao Barça, clube em que havia passado boa parte do tempo de sua formação.
O meio-campo, setor mais poderoso da esquadra espanhola, em seu início foi formado por Marcos Senna, Xavi e Iniesta. E ao contrário do que pode parecer, a importância do primeiro, hispano-brasileiro não pode ser subestimada. Jogador importante para o controle da bola e o ritmo das ações, o volante foi peça-chave na evolução do duo catalão, com sua bola qualidade técnica, tranquilidade e experiência.
Com o passar do tempo, foi suplantado por Xabi Alonso, que viveu grandes dias com a camisa do Liverpool e do Real Madrid e, de fato, possuía mais técnica que o brasileiro - nada que tenha sido capaz de diminuir a influência do primeiro, eleito para a seleção da Euro 2008.
Em funções de controle, Xavi e Iniesta eram as peças mais importantes para o funcionamento do coletivo espanhol. Formados no Barça e mestres na arte do passe e da movimentação, traziam do clube o que havia de melhor e aplicavam-no com a camisa da Fúria. A influência dos dois no sucesso do hispânico foi máxima. Ainda assim, devido a sua versatilidade, Iniesta chegou a atuar algumas vezes aberto pelo flanco esquerdo, principalmente quando Busquets apareceu, trazendo maior segurança à meia-cancha, e reclamou um lugar na equipe titular, formando um trio de meio-campistas com Xavi e Alonso.
No ataque, inicialmente, era indiscutível a dupla formada por Torres e Villa. Os dois aliavam velocidade impressionante, instinto artilheiro e movimentação constante; eram capazes de arrematar e preparar jogadas e se entendiam muito bem. No entanto, o declínio de forma do primeiro e, na via inversa, a evolução do segundo - maior artilheiro da história da Fúria, com 59 gols em 97 partidas - ocasionaram mudanças, com o frequente ingresso de Pedro Rodríguez ou David Silva, em momento posterior. Enquanto o primeiro agregava velocidade ao jogo espanhol, o segundo trazia maior técnica, sendo opções úteis para jogos com características diferentes.
Tal processo terminaria com o ingresso de um "falso 9", já na Euro 2012, com essa figura normalmente sendo Cesc Fàbregas, em uma tentativa de replicar o que o Barcelona fazia com Lionel Messi e com o próprio Fàbregas, em algumas oportunidades. A alternativa não mostrou o sucesso esperado, mas também não foi um fracasso total.
Durante esse longo período, outros atletas tiveram importância, como foram os casos de Dani Güiza, Jesús Navas, Fernando Llorente, Santi Cazorla e Juan Mata. No entanto, o núcleo duro da equipe sofreu graduais e poucas alterações com o passar dos anos, afinal era extremamente bem concatenado e entendia, como poucas vezes se viu na história do futebol, uma ideia de jogo, de eficácia indiscutível e beleza poucas vezes vista.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Semifinais da Euro 2008: Rússia 0x3 Espanha
Estádio Ernst-Happel, Viena
Árbitro: Frank De Bleeckere
Público 51.428
Gols: ’50 Xavi, ’73 Güiza e ’82 David Silva (Espanha)
Rússia: Akinfeev; Anyukov, Berezutskiy, Ignashevich, Zhirkov;
Zyryanov, Semak, Semshov (Bilyaletdinov); Saenko (Sychev), Pavlyuchenko, Arshavin.
Téc.: Guus Hiddink
Espanha: Casillas; Sergio Ramos, Puyol, Marchena, Capdevilla;
Marcos Senna, Xavi (Xabi Alonso), Iniesta; David Silva, Fernando Torres (Güiza),
David Villa (Fàbregas). Téc.: Luis Aragonés
Final da Euro 2008: Alemanha 0x1 Espanha
Estádio Ernst-Happel, Viena
Público 51.428
Gol: ’32 Fernando Torres
Alemanha: Lehmann; Friedrich, Metersacker,
Metzelder, Lahm (Jansen); Frings, Hitzlsperger (Kuranyi), Ballack,
Schweinsteiger; Podolski, Klose (Gomez). Téc.: Joachim Löw
Espanha: Casillas; Sergio Ramos, Puyol, Marchena, Capdevilla; Marcos
Senna, Xavi, Iniesta, Fàbregas (Xabi Alonso), David Silva (Cazorla); Fernando
Torres (Güiza). Téc.: Luis Aragonés
Semifinais da Copa do Mundo de 2010: Alemanha 0x1 Espanha
Estádio Moses Mabhida, Durban
Público 60.960
Gol: ’73 Puyol (Espanha)
Alemanha: Neuer; Friedrich, Metersacker, Boateng (Jansen), Lahm; Khedira
(Gomez), Trochowski (Kroos), Schweinsteiger, Özil; Podolski, Klose. Téc.:
Joachim Löw
Espanha: Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol, Capdevilla;
Busquets, Xabi Alonso (Marchena), Xavi, Iniesta; Pedro (David Silva), David
Villa (Fernando Torres). Téc.: Vicente Del Bosque
Final da Copa do Mundo de 2010: Holanda 0x1 Espanha
Estádio Soccer City, Johanesburgo
Público 84.490
Gol: ‘116 Iniesta (Espanha)
Holanda: Stekelenburg; van der Wiel, Heitinga, Mathijsen, van
Bronckhorst (Braafheid); van Bommel, de Jong (van der Vaart), Sneijder; Kuyt
(Elia), van Persie, Robben. Téc.: Bert van Marwijk
Espanha: Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol, Capdevilla;
Busquets, Xabi Alonso (Fàbregas), Xavi, Iniesta; Pedro (Jesús Navas), David
Villa (Fernando Torres). Téc.: Vicente Del Bosque
Final da Euro 2012: Espanha 4x0 Itália
Estádio Olímpico, Kiev
Público 63.170
Gols: ’14 David Silva, ’41 Jordi Alba, ’84 Fernando Torres, ’88 Juan
Mata (Espanha)
Espanha: Casillas; Arbeloa, Sergio Ramos, Piqué, Jordi Alba;
Busquets, Xavi Alonso, Xavi; David Silva (Pedro), Fàbregas (Fernando Torres),
Iniesta (Mata). Téc.: Vicente Del Bosque
Itália: Buffon; Abate, Barzagli, Bonucci, Chiellini (Balzaretti);
Pirlo, De Rossi, Montolivo (Thiago Motta), Marchisio; Cassano (Di Natale),
Balotelli. Téc: Cesare Prandelli
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