Times de que Gostamos: Newcastle 1995-1997
Após trazer à memória o time do Nacional de Montevidéu que pôs fim à descrença e conquistou sua primeira Copa Libertadores da América, em 1971, falo sobre o esquadrão do Newcastle de meados da década de 90, que bateu na trave duas vezes seguidas na Premier League.
Time: Newcastle
Período: 1995-1997
Time base: Snircek (Hislop); Watson (Barton), Peacock, Howey (Albert), Beresford; Beardsley, Batty, Lee, Ginola; Alan Shearer (Gillispie) e Les Ferdinand. Téc.: Kevin Keegan
O Newcastle United é reconhecido como um dos clubes que possui uma das torcidas mais fieis da Inglaterra. Ano após ano, mesmo diante da ausência de conquistas, os torcedores dos Magpies superlotam o estádio St. James Park, apoiando a equipe na alegria e na tristeza. Mesmo atualmente, tempo em que o clube não vive bons momentos, com dois rebaixamentos em menos de uma década, os torcedores resistem. Na década de 90, todavia, esse amante do clube tinha motivos para sorrir.
Comandado por Kevin Keegan, o clube do nordeste da Inglaterra chegou perto do posto mais alto do futebol inglês em duas ocasiões. Um trabalho que começou em 1992, com a conquista da segunda divisão, viveu seu ápice entre 1995 e 1997, quando o Newcastle chegou perto de vencer a Premier League, mas foi batido pelo Manchester United de Eric Cantona e Sir Alex Ferguson, sendo vice-campeão duas vezes.
Tudo isso foi resultado da paciência e do planejamento, uma vez que o clube permitiu a seu treinador tempo para gradualmente construir uma identidade e um time capaz de bater de frente com os mais fortes do país. O período também coincidiu com a chegada de Sir John Hall à presidência do clube e logo este passou a ter mais capacidade financeira para fazer investimentos e contratar bons jogadores.
Com o estilo ofensivo, os Magpies arrebataram o coração dos amantes do futebol, que viram o clube alcançar o terceiro maior número de gols marcados da competição em 1995-1996 (66) e o segundo em 1996-1997 (73). No período, também protagonizou feitos imensos, como uma vitória por 7x1 frente o Tottenham e outra de 5x0 contra o Manchester United, encantando.
Na defesa da meta da equipe houve alternância.
Inicialmente, a titularidade cabia ao tcheco Pavel Snírcek, arqueiro que
defendeu o clube entre 1991 e 1998. Todavia, após ser punido com suspensão em
1995, perdeu espaço para o trinitário Shaka Hislop, que foi o titular até se
lesionar, perdendo a condição para seu concorrente que, daí em diante,
foi a opção habitual. Com desempenho fulgurante, o europeu foi uma das
peças-chave das campanhas do clube, sendo eleito em muitas ocasiões Man of the Match e assegurando preciosos
pontos para o Newcastle. Curiosamente, os goleiros voltariam a se encontrar
anos mais tarde, no West Ham.
A lateral direita era defendida por um dos jogadores mais
queridos dos torcedores dos Magpies.
Steven Watson, defensor versátil, era cria da casa e já defendia as cores da equipe
profissional desde 1990, ocasião em que se tornou o jogador mais jovem a vestir
a camisa do clube. Por sua vez, capitão da equipe, John Beresford era o responsável pela
lateral esquerda. Um míssil pelo flanco, era ofensivo e uma das peças cruciais
ao funcionamento do time. Sua qualidade técnica era tão grande que muitas vezes
o atleta atuava no meio-campo. Outra peça que atuou pelas laterais foi o
polivalente Warren Barton, que, por nutrir uma veia ofensiva forte, muitas vezes
ficava no banco.
Na zaga a principal referência era o inglês Darren Peacock.
Alto e forte no jogo aéreo, ficou eternizado por ter anotado o primeiro gol da
famosa goleada do Newcastle frente o Manchester United.
Habitualmente, seu companheiro de defesa era o belga Philippe Albert, que teve parte de sua trajetória interrompida por muitas lesões, mas ficou eternizado como um defensor que possuía especial apreço para sair jogando e avançar no campo. Em decorrência de suas ausências, quem ganhou muito espaço no período foi Steve Howey, outro prata da casa, e que, curiosamente, atuava no ataque nas categorias de base.
Na criação, mais pelo lado direito, atuou aquele que para muitos é o maior jogador da história do Newcastle: Peter Beardsley. Por vezes atacante, após a chegada de Alan Shearer passou a atuar mais recuado e se destacou. Pequeno, esguio, veloz e driblador foi um grande ídolo, um jogador extremamente criativo e também capaz de marcar gols. Ao todo, entre 1983-1987 e 1993-1997, disputou 321 jogos pelo clube, anotando 119 gols. É outra figura que marcou seu nome no English Team, com mais de 50 convocações.
Habitualmente, seu companheiro de defesa era o belga Philippe Albert, que teve parte de sua trajetória interrompida por muitas lesões, mas ficou eternizado como um defensor que possuía especial apreço para sair jogando e avançar no campo. Em decorrência de suas ausências, quem ganhou muito espaço no período foi Steve Howey, outro prata da casa, e que, curiosamente, atuava no ataque nas categorias de base.
Como o time era formatado em um esquema tático 4-4-2 tradicional, havia dois meio-campistas pelos lados e outros dois mais centralizados. Pelo miolo, sendo vital nos desarmes e distribuição de bola dos Magpies, havia a presença importante de David Batty, um dos melhores meio-campistas ingleses dos anos 90 e dono de uma entrega coletiva ímpar. Campeão inglês com o Blackburn, era um dos membros mais experientes do time, um verdadeiro ponto de equilíbrio.
Seu companheiro era Rob Lee, outro ídolo do Newcastle e que também integrou a Seleção Inglesa no período. Embora tenha atuado parte da carreira pelo lado direito, era melhor pelo centro, por onde fez história no clube, entre 1992 e 2002. Tanto Lee quanto Batty disputaram a Copa do Mundo de 1998.
Quem também atuou pelo setor em muitas ocasiões no setor foi Lee Clark, jogador formado no clube e que, em 1997, protagonizou uma das transferências mais controversas da história alvinegra, mudando-se para o Sunderland. Era jogador mais ligado à marcação forte e viril do que seus companheiros, ficando marcado pelo impressionante comprometimento que transparecia. Mesmo tendo atuado no maior rival dos Magpies ainda retornou ao clube ao final de sua carreira.
Seu companheiro era Rob Lee, outro ídolo do Newcastle e que também integrou a Seleção Inglesa no período. Embora tenha atuado parte da carreira pelo lado direito, era melhor pelo centro, por onde fez história no clube, entre 1992 e 2002. Tanto Lee quanto Batty disputaram a Copa do Mundo de 1998.
Quem também atuou pelo setor em muitas ocasiões no setor foi Lee Clark, jogador formado no clube e que, em 1997, protagonizou uma das transferências mais controversas da história alvinegra, mudando-se para o Sunderland. Era jogador mais ligado à marcação forte e viril do que seus companheiros, ficando marcado pelo impressionante comprometimento que transparecia. Mesmo tendo atuado no maior rival dos Magpies ainda retornou ao clube ao final de sua carreira.
Pelo outro flanco havia ainda mais talento: David Ginola. Conhecido como El Magnifico, era rápido, driblador e finalizava muito bem, tendo obtido encaixe perfeito na equipe, que defendeu apenas entre 1995 e 1997. Ainda hoje há quem se pergunte qual teria sido a razão que impediu o jogador de brilhar com a camisa da Seleção Francesa, sendo o fracasso nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994 um dos fatores usualmente apontados.
Antes da chegada de Shearer, que condicionou o recuo de Beardsley, quem atuava na meia-direita era Keith Gillespie, cria do Manchester United, clube em que não obteve oportunidades. Também era talentoso e seguiu sendo membro importante da equipe, apesar de perder a titularidade.
O ataque é o setor mais fácil de descrever com apenas um
adjetivo: letal, para muitos o mais prolífico da história do clube. De um lado,
Les Ferdinand, do outro Alan Shearer. O primeiro era forte, alto e bom
finalizador com os pés e de cabeça. Em 83 partidas pelo clube, anotou 50 gols.
Por sua vez, o último é considerado um dos maiores centroavantes ingleses de
todos os tempos. Com posicionamento perfeito e capacidade de finalização
soberba, Shearer se tornou símbolo do Newcastle, tendo disputado um total de
404 jogos e anotando 206 tentos.
Regendo toda a equipe, como ressaltado, estava a figura de
Kevin Keegan, o mentor de um dos mais brilhantes, atrativos e ofensivos times
de futebol que já pisaram em solo inglês.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
12ª rodada da Premier League 1995-1996: Newcastle 2x1 Liverpool
Estádio St. James Park, Newcastle
Público 36.547
Gols: ‘2 Ferdinand e ’89 Watson (Newcastle); ’10 Rush (Liverpool)
Newcastle: Hislop; Watson, Peacock, Howey, Beresford; Gillespie (Albert), Lee, Barton, Ginola; Ferdinand e Beardsley. Téc.: Kevin Keegan
Liverpool: James; Scales, Jones, Wright, Babb, Harkness; McManaman, Barnes, Redknapp; Rush (Collymore) e Fowler. Téc.: Roy Evans
10ª rodada da Premier League 1996-1997: Newcastle 5x0 Manchester United
Árbitro: Steve Dunn
Público 36.579
Gols: ’12 Peacock, ’30 Ginola, ’63 Ferdinand, ’75 Shearer e ’83 Albert (Newcastle)
Newcastle: Srnicek; Watson (Barton), Peacock, Albert, Beresford; Beardsley, Lee (Clark), Batty, Ginola; Shearer, Ferdinand. Téc.: Kevin Keegan
Manchester United: Schmeichel; Gary Neville, Johnsen (McClair), May, Pallister, Irwin; Butt, Beckham, Poborsky (Scholes); Cantona e Solskjaer (Cruyff). Téc.: Sir Alex Ferguson
21ª rodada da Premier League 1996-1997: Newcastle 7x1 Tottenham
Estádio St. James Park, Newcastle
Árbitro: Gerald Ashby
Público 36.308
Gols: ’20 e ’82 Shearer, ’22 e ’59 Ferdinand, ’61 e ’88 Lee, ’79 Albert (Newcastle); ’89 Nielsen (Tottenham)
Newcastle: Hislop; Watson, Peacock, Albert, Beresford; Beardsley, Lee, Batty, Gillespie (Clark); Shearer e Ferdinand. Téc.: Kevin Keegan
Tottenham: Walker; Carr, Wilson, Campbell, Calderwood; Sinton (Dozzell/Rosenthal), Howells, Nielsen, Iversen; Fox e Sheringham. Téc.: Gerry Francis
BONS TEMPOS ATÉ HJ É O MEU CLUBE INGLES
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