Times de que Gostamos: Stade de Reims 50’s
Após lembrar a temporada 2008-2009 do Shakhtar Donetsk, ocasião em que a equipe ucraniana conquistou a Copa da UEFA, eliminando seu grande rival, falo de um dos maiores times da
história do futebol mundial, o Stade de Reims dos anos 50, que reinou na
França e ameaçou o trono do maior time do Real Madrid de todos os tempos.
Time: Stade de Reims
Período: Anos 50
Time base: Jacquet (Sinibaldi/Colonna);
Zimny (Rodzik), Jonquet, Giraudo; Leblond, Cicci (Siatka); Penverne (Lamartine),
Glowacki (Piantoni), Kopa (Fontaine), Bliard e Templim (Vincent). Téc.: Albert
Batteux
Conquistas: Tetracampeonato
francês (1952-1953, 1954-1955, 1957-1958 e 1959-1960) e Copa da França (1957-1958)
Os anos 50 foram muito
importantes e interessantes para a história do futebol mundial. Neles, os
fantásticos Mighty Magyars emergiram,
o maior jogador de todos os tempos – Pelé – deu seus primeiros e fulgurantes
passos em canchas profissionais e a maior competição de clubes do mundo foi criada: a
Copa dos Campeões da Europa. Com a gênese do torneio, o Real Madrid se
consagrou, conquistando-o cinco vezes consecutivas. Além disso, direto da
França, uma equipe que hoje luta para permanecer na primeira divisão fazia frente
aos grandes clubes do mundo, o Stade de Reims, que contou com craques da
estirpe de Raymond Kopa e Just Fontaine, artilheiro da Copa de 1958 e maior goleador de uma só edição na história.
Maior campeão da França no
período, o Reims conquistou quatro dos 10 torneios da década e ainda levou uma
Copa da França, consagrando um time ofensivo e que surpreendia pela impiedade,
fazendo uma avalanche de gols em seus adversários. Para se ter uma ideia, no
torneio da temporada 1957-1958, o clube marcou 89 gols em 34 partidas, média de
2,6 gols por jogo e 24 tentos a mais que qualquer outro time; já na disputa de
1959-1960, foram 109 tentos em 38 jogos, média de 2,8 por partida.
Com o tempo, a saída de seus
principais jogadores e a aposentadoria de outros, o clube foi se apequenando e
entrando em crise financeira. Já nos anos 60, o Stade de Reims foi rebaixado e
começou a viver um nada prazeroso “vai-e-vem” entre as principais divisões do
futebol francês, situação que perdura até os dias atuais. A despeito disso,
nada poderá borrar a memória de um dos maiores e mais letais times que o futebol
mundial já viu.
Durante esse período, três foram
os goleiros que defenderam a meta dos Rouges
et Blancs. O primeiro foi Paul Sinibaldi. Arqueiro contratado junto
ao Toulouse em 1948, foi o titular até a temporada 1955-1956, tempo em que
sofreu grande declínio técnico e muitas lesões, que colocariam um fim em sua
carreira ao final da campanha. Seu sucessor foi René Jacquet, goleiro de mísero 1,69m,
mas dotado de muita rapidez debaixo das traves. Seu tempo como titular durou
pouco, uma vez que em 1957 o Reims contratou Dominique Colonna (foto), então o arqueiro
titular de um também fortíssimo Nice. Além de ter sido referência até 1963, o
goleiro é lembrado por ter defendido um pênalti de Enrique Mateos na final da
Copa dos Campeões de 1959.
O setor defensivo era composto
por um trio, em um ousado esquema tático 3-2-5. Pelo lado direito da tríade, o
titular durante muitos anos foi Simon Zimny, jogador do time entre 1949 e 1958
e sucessor de André Jacowski, atleta importante no início da vitoriosa senda do Reims. Um dos
jogadores mais regulares e assíduos do time, Zimny foi importantíssimo até sua saída,
quando viu-se subjugado pela ascensão de Bruno Rodzik. Este, lembrado pela
qualidade e limpeza de seus carrinhos e desarmes, permaneceu no clube até 1964 e, neste
período, atuou em todas as posições da defesa.
Pelo centro da retaguarda, em função semelhante a de líbero, o titular
foi um só e indiscutível: Robert Jonquet (foto). Cria do clube que defendeu entre 1945
e 1962, foi o capitão do esquadrão e um dos jogadores mais importantes de todo
o futebol francês de então (também foi capitão dos Bleus). Lembrado pela elegância de seu estilo de jogo e pela
liderança, é um jogador histórico e incontestável, um ídolo do Reims, pelo qual
disputou 502 jogos, e da nação, que representou 58 vezes. Mais tarde, retornou
ao clube em duas ocasiões como treinador.
Por último, pelo lado esquerdo, a
titularidade foi na maior parte do tempo de Raoul Giraudo, jogador que se
profissionalizou no clube em 1950 e lá permaneceu até 1960. Era o mais discreto
dos três defensores e talvez por isso não tenha conseguido chegar à Seleção
Francesa, a despeito da eficiência e regularidade que possuía.
O despovoado meio-campo francês foi
sempre preenchido por dois jogadores. O mais assíduo e importante deles foi
indiscutivelmente Michel Leblond (foto). Jogador do clube entre 1949 e 1961, podia
atuar pelos dois lados do setor, tornando-se adaptável ao jogo com qualquer de
seus companheiros habituais. Embora tivesse como uma de suas funções precípuas
a marcação, tinha boa técnica e não raro aparecia no ataque, como confirmam
alguns gols importantes marcados em sua carreira, como um na final da Copa dos
Campeões, em 1956.
Outras figuras que compunham a
meia-cancha dos Rouges et Blancs
foram o polivalente Robert Siatka, que tinha uma preferência pelo lado esquerdo
e também podia atuar na linha defensiva; Raymond Cicci, jogador de muito
talento, mas que sofreu com muitas lesões em pontos cruciais de sua carreira; e
Armand Penverne, outra figura icônica do clube e do país, tendo representado o
Reims entre 1947 e 1959 e Les Bleus
nos mundiais de 1954 e 1958. Este era também muito versátil e, por isso, apareceu em
diversas posições durante a sua carreira, não restringindo seu espaço ao
meio-campo.
Com defensores muito seguros e um
meio-campo forte e talentoso, restava ao ataque, composto por cinco jogadores,
brilhar – o que o fez com intensidade. Lá estavam os dois maiores nomes que
passaram pela equipe no período e em toda a história: Raymond Kopa (foto, à esquerda) e seu substituto Just Fontaine (foto, à direita).
Kopa foi um habilidoso e inteligentíssimo atacante e a grande referência do time entre 1951 e 1956. Embora não tenha sido
um prolífico goleador, movimentava-se pelo ataque com impressionante categoria,
abrindo espaços para seus companheiros, ofertando passes brilhantes e desestabilizando as defesas
adversárias. Seu futebol era tão impressionante que após a final da Copa dos
Campeões de 1956 partiu para o Real Madrid, indiscutivelmente o melhor clube do
mundo à época.
No time Merengue
perdeu liberdade no campo, mas, mesmo ladeado por figuras como Di Stéfano,
Ferenc Puskas e Francisco Gento, foi sempre titular, tamanho seu talento. Em 1959 retornou ao Reims, permanecendo até 1967.
Por sua vez, um dos maiores
artilheiros da história do futebol mundial, Fontaine chegou ao Reims em 1956,
após brilhar com a camisa do Nice, clube em que havia sido campeão francês.
Marroquino de nascimento, o jogador marcou 122 gols em 131 jogos com a camisa
dos Rouges et Blancs, marca que só
não é mais expressiva do que a alcançada com a Seleção Francesa – 30 tentos em
21 jogos com um recorde de gols em uma edição de Copa do Mundo que ainda está por
ser batido, com 13 tentos.
Se há um jogador na história do futebol cujas próprias estatísticas
descrevem com perfeição sua qualidade, este é Fontaine. No entanto, tamanha técnica foi
alvo de muita violência e o jogador foi obrigado a se aposentar em 1962, aos 28 anos, em
razão de lesões.
Apesar da imensa qualidade dos
craques supramencionados, seu protagonismo só foi possível porque havia outros
grandes jogadores cercando-os. Pelo lado direito do ataque, Michel Hidalgo foi
peça importante entre 1954 e 1957, com muita velocidade e eficientes dribles, e
Robert Lamartine foi um reserva muito utilizado e competente. Porém, o grande nome
era Léon Glovacki, francês descendente de poloneses. Veloz e goleador, jogou no
Reims entre 1952 e 1957, sendo uma grande referência.
Anteriormente, outra figura que brilhou pelo setor foi Bram Appel, holandês que esteve no clube entre 1949 e 1954.
Anteriormente, outra figura que brilhou pelo setor foi Bram Appel, holandês que esteve no clube entre 1949 e 1954.
Pelo outro lado, outros tantos
jogadores tiveram grande destaque. Nesse sentido, vale lembrar René Bliard,
Jean Vincent (foto), Jean Templin e Roger Piantoni.
Entre 1950 e 1956, a ponta esquerda foi posição de responsabilidade de Templin, jogador que há época trouxe um elemento novo ao futebol de então: era destro e atuava pela esquerda. Ao contrário da tendência de então, buscava o centro e não a linha de fundo, abrindo espaços e confundindo as defesas adversárias.
Entre 1950 e 1956, a ponta esquerda foi posição de responsabilidade de Templin, jogador que há época trouxe um elemento novo ao futebol de então: era destro e atuava pela esquerda. Ao contrário da tendência de então, buscava o centro e não a linha de fundo, abrindo espaços e confundindo as defesas adversárias.
Com sua saída para o Lens, Vincent, jogador velocíssimo, foi contratado junto ao Lille e marcou seu nome
na história do clube entre 1956 e 1964. É também lembrado como um jogador
extremamente prolífico, a despeito de atuar pelo flanco, e por ter sido
importante com a Seleção Francesa, disputando as Copas de 1954 e 1958, além da
Euro de 1960.
Bliard, por sua vez, era um
atacante versátil e, embora tenha coberto a ponta em muitas ocasiões, gostava
mesmo era de atuar como centroavante. Contratado em 1953, permaneceu no time
até 1959 e só não teve uma estada mais brilhante por ter sofrido muitas lesões.
Por último, Piantoni é lembrado pela qualidade e força de sua finalização.
Tendo chegado em 1957, participou da parte final dos gloriosos anos 50 do Reims
com enorme destaque, tendo também disputado o Mundial de 1958.
Vale lembrar que todos estes jogadores de ataque eram extremamente talentosos e adaptáveis a outras funções.
Finalmente, no banco de reservas estava o grande responsável pela montagem do mais vitorioso e temido time francês dos anos 50, o melhor esquadrão do Stade de Reims da história: Albert Batteux (foto). Ex-jogador do próprio clube, defendendo-o entre 1937 e 1950, o treinador liderou o escrete entre 1950 e 1963 e teve a incumbência de transformar um grupo de jogadores extremamente talentosos em um time. Coube a ele encaixar todo o talento dos jogadores de forma funcional, algo que fez com perfeição, sendo lembrado como o maior treinador da história do clube.
Vale lembrar que todos estes jogadores de ataque eram extremamente talentosos e adaptáveis a outras funções.
Finalmente, no banco de reservas estava o grande responsável pela montagem do mais vitorioso e temido time francês dos anos 50, o melhor esquadrão do Stade de Reims da história: Albert Batteux (foto). Ex-jogador do próprio clube, defendendo-o entre 1937 e 1950, o treinador liderou o escrete entre 1950 e 1963 e teve a incumbência de transformar um grupo de jogadores extremamente talentosos em um time. Coube a ele encaixar todo o talento dos jogadores de forma funcional, algo que fez com perfeição, sendo lembrado como o maior treinador da história do clube.
Ficha técnica de jogos
importantes nesse período:
Semifinal da Copa dos Campeões de 1955-1956: Stade de Reims 2x0 Hibernian
Árbitro: Manuel Asensi Martin
Público 35.486
Gols: ’67 Leblond e ’89 Bliard (Reims)
Reims: Jaquet; Zimny, Jonquet, Giraudo; Leblond, Siatka; Hidalgo,
Cicci, Kopa, Glowacki e Bliard. Téc.:
Albert Batteux
Hibernian: Younger; MacFarlane, Grant;
Thomson, Paterson, Combe, Buchanan, Turnbull; Smith, Reilly, Ormond. Téc.: Hugh
Shaw
Final da Copa dos Campeões de 1955-1956: Real Madrid 4x3 Stade de Reims
Estádio Parc des Princes, Paris
Público 38.239
Gols: ‘6 Leblond, ’10 Templin, ’62
Hidalgo (Reims); ’14 Di Stéfano, ’30 e ’79 Rial e ’67 Marquitos (Real Madrid)
Reims: Jacquet; Zimny, Jonquet, Giraudo; Leblond, Siatka; Hidalgo,
Glowacki, Kopa, Bliard, Templin. Téc.: Albert Batteux
Real Madrid: Alonso; Marquitos, Atienza, Lesmes; Muñoz, Zárraga;
Joseíto, Marsal, Di Stéfano, Rial e Gento. Téc.: José Villalonga Llorente
Semifinal da Copa dos Campeões de 1958-1959: Stade de Reims 3x0 Young Boys
Árbitro: Piet Roomer
Público 35.898
Gols: ’41 e ’72 Piantoni, ’54 Penverne (Reims)
Reims: Colonna; Rodzik, Jonquet, Giraudo;
Penverne, Leblond; Bérard, Bliard, Fontaine, Piantoni e Vincent. Téc.: Albert
Batteux
Young Boys: Eich; Bariswyl, Schneiter, Steffen; Schnyder, Bigler, Geiser;
Wechselberger, Rey, Meier e Allemann. Téc.: Albert Sing
Final da Copa dos Campeões de 1958-1959: Real Madrid 2x0 Stade de Reims
Estádio Neckarstadion, Stuttgart
Árbitro: Albert Dusch
Público 72.000
Gols: ‘1 Mateos e ’47 Di Stéfano (Real Madrid)
Real Madrid: Domínguez;
Marquitos, Santamaría, Zárraga; Santisteban, Ruiz; Kopa, Mateos, Di Stéfano,
Rial e Gento. Téc.: Luis Carniglia
Reims: Colonna; Rodzik, Jonquet,
Giraudo; Penverne, Leblond; Lamartine, Piantoni, Fontaine, Bliard e Vincent.
Téc.: Albert Batteux
esse time meu bisavo viu esse time joga na frança e ele diz que esse time e melhor time do mundo e depois ele se tornou torcedor desse time ele torcia pro Stade de Reims e Santos meu ele sempre dizia Stade de Reims e Santos sao os melhores clubes do mundo infelizmente ele morreu quando nasci mas meu carrinho pelo Stade de Reims nunca desaspareceu eu sou torcedor do Stade de Reims e Fluminense
ResponderExcluirQue incrível, cara! Legal demais essa história do seu bisavô e o fato de você seguir acompanhando o Reims.
ExcluirDe todo o elenco do reims simplesmente nove atletas e o treinador batteux representaram a franca a copa de 58 onde claro foram o melhor ataque com 23 gols em 06 jogos fez o artilheiro fontaine com 13 gols e se nao fosse o brasil na semi fatalmente teriam ganho a copa do mundo.dentro do mundial destaque tambem para jonquet que foi o capitao dos bleus kopa que fez o recorde de 07 assistencias para gols piantoni cerebral e artilheiro o ponta vincent e o maior destaque que foi o implacavel just fontaine.
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