Times de que Gostamos: Real Sociedad 1980-1982
Retomando as atividades da coluna
“Times que Gostamos”, após falar sobre o poderoso time do Independiente, que brilhou no continente americano na década de 70, trato da Real Sociedad do
início da década de 80, período em que os bascos de San Sebastián comandaram o
futebol espanhol.
Em pé: Arconada, Celayeta, Górriz, Alonso, Kortabarría, Olaizola; Agachados: Uralde, Diego, Satrústegui, Zamora, Ufarte. |
Time: Real Sociedad
Período: 1980-1982
Time Base: Arconada;
Celayeta, Kortabarría, Górriz, Olaizola; Diego, Periko Alonso, Jesús Mari
Zamora; Idígoras (Uralde), Satrústegui, Ufarte. Téc.: Ormaetxea
Conquistas: Dois Campeonatos Espanhóis e uma Supercopa da Espanha
(1982)
Árbitro: Enríquez Negreira
Historicamente, o futebol
espanhol é bipolarizado, com Real Madrid e Barcelona representando as grandes
forças. Apesar disso, algumas equipes ousaram se intrometer na
disputa particular entre estes clubes. Na década de 1980, foi a vez de o
Athletic Bilbao retomar seu posto como importante força do país, todavia, não
sem antes acompanhar os dois primeiros e únicos títulos espanhóis de seu maior rival
regional: a Real Sociedad.
A trajetória de êxitos dos Txuriurdin começa na temporada
1978-1979, ano em que a equipe de San Sebastián terminou o Campeonato Espanhol
na quarta posição, seis pontos atrás do campeão Real Madrid. Na temporada
seguinte, o clube foi ainda melhor, mas não conseguiu seu grande objetivo. Por
um ponto, o time azul e branco não conquistou a competição, figurando na
segunda posição e vendo novamente o Real Madrid ser o campeão, algo que seria
vingado na temporada seguinte, em um dos mais acirrados campeonatos da história
do país.
O campeonato de 1980-1981
consagrou uma grande equipe. Campeã pela primeira vez em sua história, a Real
Sociedad levou o troféu para casa em razão de sua superioridade contra o poderoso
Real Madrid nos confrontos diretos, critério utilizado
para desempate naquela edição do torneio. A força de ambos os clubes foi medida
ao extremo, confirmada pelo empate no número de pontos ao final da disputa.
A equipe basca consagrava ali a melhor defesa do Campeonato Espanhol.
No ano seguinte, a disputa ganhou
um fator a mais: a força de um Barcelona disposto a reconquistar o posto mais
alto do futebol do país, perdido desde 1974. A despeito disso, a Real Sociedad
seguiu soberana, conquistou mais um título e novamente pôde gabar-se de ter
tido a melhor defesa da competição. O Barça terminou em segundo e o Real Madrid
em terceiro, ambos aos pés do clube basco, que, à época, ainda não contratava jogadores que não possuíssem origem no País Basco.
Defendendo a meta Txuriurdin estava aquele que é
considerado o melhor goleiro da história da equipe e um dos maiores da história
da Espanha: Luis Miguel Arconada (foto). Conhecido como El Pulpo (O Polvo), era baixo – 1,78m – mas tinha reflexos
magníficos, tendo sido a primeira opção da Seleção Espanhola durante muitos
anos, atuando em 68 jogos e marcando presença nos Mundiais de 1978 e 1982, além
das Eurocopas de 1980 e 1984. Pela Real Sociedad, disputou toda a sua carreira, entre
1974 e 1989, com 551 partidas oficiais. Com ele em campo, a torcida da equipe ficava
tranquila e gritava a plenos pulmões: “no pasa nada, tenemos Arconada” (“não
passa nada, temos Arconada”, em tradução livre).
Na defesa, as laterais eram
protegidas por outros dois ícones da história da equipe. Pela direita, Genaro
Celayeta (foto) era a grande referência e um dos principais líderes da equipe, um
marcador duro, mas lembrado pela lealdade. Dotado de características
defensivas, era praticamente um zagueiro pela ala, avançando muito pouco, mas
mantendo o setor muito seguro. Durante o exitoso período da Real Sociedad, chegou à Seleção Espanhola, mas não teve uma continuidade. Ao todo, representou
o clube em 302 ocasiões. Na faixa canhota, figurava Julio Olaizola, um dos
jogadores mais discretos da equipe, que também destacava-se mais pelas tarefas
defensivas e passou toda a sua carreira vinculado à Real Sociedad, tendo atuado
em 327 partidas.
O miolo de zaga era composto por
uma dupla que muito bem se completava. O experiente Inaxio Kortabarría dividia
o setor com o jovem Bixio Gorríz (foto). O primeiro disputou 442 jogos pela equipe, era
um líder e dividia com o goleiro Arconada a faixa de capitão da equipe. Além
disso, destacava-se muito pela força de seu jogo aéreo, sendo figura importante
nas bolas paradas ofensivas e defensivas. Para mais, cumpre lembrar que o beque
foi exemplo de resistência basca, tendo recusado representar a Seleção da
Espanha e sido o representante da Real Sociedad a carregar a bandeira do País
Basco em partida icônica contra o Athletic Bilbao, no ano de 1976.
O segundo, que se tornaria o
jogador que mais vezes vestiu a camisa do clube, com 599 partidas, também tinha
no jogo aéreo uma de suas forças, sendo igualmente lembrado por ter sido um
zagueiro veloz e muito seguro.
No meio-campo, fazendo a proteção de um já muito sólido setor defensivo, o volante José Diego era figura que raramente avançava ao ataque, o que aumentava a segurança da equipe para que os meias e atacantes pudessem desenvolver seu jogo com maior liberdade. Outra figura de extensa história com a camisa dos Txuriurdin, representou o clube 349 vezes e chegou à Seleção Espanhola em 1980, sem grande sucesso. À frente, uma dupla de meias de excepcional trato com a bola regia a equipe, sendo as principais peças criativas.
No meio-campo, fazendo a proteção de um já muito sólido setor defensivo, o volante José Diego era figura que raramente avançava ao ataque, o que aumentava a segurança da equipe para que os meias e atacantes pudessem desenvolver seu jogo com maior liberdade. Outra figura de extensa história com a camisa dos Txuriurdin, representou o clube 349 vezes e chegou à Seleção Espanhola em 1980, sem grande sucesso. À frente, uma dupla de meias de excepcional trato com a bola regia a equipe, sendo as principais peças criativas.
De um lado, estava o ídolo Jesús
María Zamora (foto), jogador que vestiu a camisa da Real Sociedad em 588 jogos. Além de
sua grande técnica, como organizador e formidável passador, e com boa
capacidade para chegar ao ataque e marcar gols, o craque é recordado como o
autor do tento mais importante da história da equipe, o que levou o povo de San Sebastián
a celebrar o primeiro título espanhol de sua querida equipe, em 1981. Do outro, figurou Periko Alonso, hoje lembrado como o pai de Xabi e Mikel Alonso. Como seus
filhos, dominava o meio-campo e marcava bem, sendo a figura que auxiliava na
transição da bola entre os setores de defesa e ataque - era o parceiro perfeito para Zamora. Além disso, tinha um potente arremate à
distância e, após o segundo título da Real
Sociedad, partiu para o Barcelona.
No ataque, um trio iludia defesas
e bombardeava goleiros. Pelo lado direito, na primeira temporada de êxitos da equipe, a
titularidade pertencia a Santí Idígoras e, na segunda, a Pedro Uralde. O primeiro também
foi formado no clube e chamava a atenção por suas peculiaridades físicas. Com
uma aparência nórdica, ficou conhecido como el
Viking, e chamava atenção não pelo brilhantismo técnico, mas pela
resistência e entrega, doando-se para garantir o protagonismo dos outros
jogadores de frente. Uralde, por sua vez, gostava de jogar mais perto da área e
tinha um faro de gol mais apurado.
Embora tanto Idígoras e Uralde
tivessem capacidade para serem excelentes centroavantes, na Real Sociedad não o
eram em função da grande presença de Jesús María Satrústegui, ninguém menos que
o maior artilheiro da história da equipe, com 162 gols em 374 jogos, sendo seu
ponto mais forte o potente cabeceio. Para tristeza
da torcida Txuriurdin, em 1982, o goleador sofreu
uma gravíssima lesão no ligamento do joelho e atuou muito pouco até o término
de sua carreira em 1986.
Por último, pelo flanco esquerdo,
Roberto López Ufarte (foto), marroquino de nascimento e basco de criação, era o
jogador mais talentoso da equipe. Dotado de enorme habilidade e aptidão para o
drible – além de grande velocidade – era baixo (1,70m) e ganhou o apelido de Pequeño Diablo Zurdo (Pequeno Diabo Canhoto), por sua capacidade
de infernizar as defesas adversárias com sua especial perna canhota. Com 474
partidas disputadas e 129 gols marcados é o segundo maior artilheiro da
história da equipe.
A vitoriosa esquadra foi treinada por Alberto
Ormaetxea, figura que viveu intensamente a Real Sociedad. Jogador da equipe
entre 1967 e 1974, foi escolhido um dos auxiliares técnicos do clube logo após
sua aposentadoria e em 1978 ascendeu ao cargo de comandante da equipe, sendo lembrado como o grande responsável pela montagem do melhor time Txuriurdin da história.
Além dos jogadores citados, a equipe tinha
como peças úteis o polivalente Juan Larrañaga, que jogava no meio-campo, na
zaga e como líbero e que computaria 589 partidas pela Real, o defensor Eliseo Murillo e o talentoso José Mari Bakero (foto), jogador
que atuava como meia ou atacante e cuja carreira ficaria marcada
também com as camisas do Barcelona e da Seleção da Espanha.
Ficha técnica de alguns jogos importantes desse período:
27ª rodada do Campeonato Espanhol 1980-1981: Real Sociedad 3x1 Real
Madrid
Árbitro: Enríquez Negreira
Gols: ‘9 José Diego, ’58 Alonso e ’69 Zamora (Real Sociedad); ’25 Hernández
(Real Madrid)
Real Sociedad: Arconada;
Celayeta, Kortabarría, Górriz, Olaizola; Diego, Alonso, Zamora; Uralde (Bakero),
Idígoras, Ufarte. Téc.: Ormaetxea
Real Madrid: Remón; Sabido, Cortés, Hernández, Camacho; Del Bosque
(García), Ángel (Isidro), Gallego; Santillana, Juanito, Pineda. Téc.: Vujadin
Boskov
1ª rodada do Campeonato Espanhol 1981-1982: Real Sociedad 3x1 Real
Madrid
Árbitro: Victoriano Sánchez
Arminio
Gols: ’20 Ufarte, ’64 Alonso e ’72 Zamora (Real Sociedad); ‘2 Ito
(Real Madrid)
Real Sociedad: Arconada; Celayeta, Kortabarría, Górriz, Olaizola;
Larrañaga, Alonso, Zamora; Bakero (Uralde), Satrústegui, Ufarte (Iriarte).
Téc.: Ormaetxea
Real Madrid: Miguel Ángel; Sabido, Cortés, García, Camacho; Del Bosque
(Gallego), Uli Stielike, Ángel; Santillana, Ito (Isidro), Juanito. Téc.:
Vujadin Boskov
11ª rodada do
Campeonato Espanhol 1981-1982: Real Sociedad 1x1 Barcelona
Árbitro: Emilio Soriano Aladrén
Gols: ‘3 José Diego (Real Sociedad);
’27 Quini (Barcelona)
Real Sociedad: Arconada; Celayeta, Kortabarría, Górriz, Olaizola
(Murillo); Larrañaga (Iriarte), Diego, Alonso; Zamora, Satrústegui, Ufarte. Téc.:
Ormaetxea
Barcelona: Artola; Ramos, Olmo, Alexanco;
Muñoz, Sánchez, Schuster, Estella (Manolo); Moran (Carrasco), Quini, Simonsen.
Téc.: Udo Lattek
Final da Supercopa da Espanha de
1982 – Jogo de Volta: Real Sociedad 4x0 Real Madrid
Estádio Atocha, San Sebastián
Público 30.000
Gols: ’53 e ‘102 Uralde (Real
Sociedad), ’92 Ufarte, ‘103 Salguero - contra (Real Sociedad)
Real Sociedad: Arconada; Celayeta, Gajate, Górriz, Murillo (Suquía);
Diego (Txiki Begiristain), Larrañaga, Orbegozo; Bakero, Uralde, Ufarte. Téc.:
Ormaetxea
Real Madrid: Agustín; Juan José, Bonet, Metgod, Camacho; Ángel, Gallego,
Fraile; Portugal (San José), Pineda (Salguero), Isidro. Téc: Alfredo Di Stéfano
O real ja era tri quando a real apareceu para abalar as estruturas de la liga com um bi campeonato de um time solido e equilibrado sem nenhum medalhao ou craque estrangeiro.na copa de 82 cinco jogadores da real foram titulares da furia mas a mistura com jogadores de outros times nao deu liga e a espanha mesmo jogando em casa foi um fiasco.
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