Times de que Gostamos: Hamburgo 1981-1983
Depois de trazer a memória do excepcional time do Peñarol do início dos anos 60, relembro o grande time do
Hamburgo, que conquistou a UEFA Champions League na temporada 1982-1983 e
comandou o futebol na Alemanha no início da década de 80, comandado pelo
vitorioso Ernst Happel.
Em pé: Magath, Bastrup, Rolff, Jakobs, Kaltz, Hrubesch; Agachados: Wehmeyer, Hieronymus, Groh, Milewski, Stein |
Time: Hamburgo
Período: 1981-1983
Time Base: Stein; Kaltz,
Jakobs, Hieronymus (Beckenbauer), Wehmeyer; Hartwig, Rolff (Groh), von Heesen,
Felix Magath; Hrubesch, Milewski (Bastrup). Téc.: Ernst Happel
Conquistas: Bicampeonato alemão e UEFA Champions League
Com grandes jogadores e um excelente treinador, o Hamburgo tomou os holofotes do futebol alemão para si já
no final da década de 70. Com o título alemão da temporada 1978-1979, o time
voltou a figurar no rol das grandes equipes da Europa, o que se confirmou com
os títulos alemães das temporadas 1981-1982 e 1982-1983, com o vice-campeonato
da UEFA Cup, em 1982, e o grandioso título da UEFA Champions League de 1983,
ocasião em que os Rothosen bateram a
Juventus de Dino Zoff, Michel Platini, Zbigniew Boniek e Paolo Rossi – dentre outros
vários craques – na final.
Liderada pelo talento de Felix Magath e pelos gols do capitão Horst Hrubesch, o time viveu um grande momento e chegou até mesmo a ter o genial Franz Beckenbauer em seu elenco. Visando a disputa da Copa do Mundo de 1982, o Kaiser retornara à Alemanha após sua aventura no Cosmos, mas, após sua não convocação, retornou aos Estados Unidos.
Liderada pelo talento de Felix Magath e pelos gols do capitão Horst Hrubesch, o time viveu um grande momento e chegou até mesmo a ter o genial Franz Beckenbauer em seu elenco. Visando a disputa da Copa do Mundo de 1982, o Kaiser retornara à Alemanha após sua aventura no Cosmos, mas, após sua não convocação, retornou aos Estados Unidos.
Além disso, por trás de todo o
sucesso e da qualidade dos jogadores alemães, estava a imponente figura de
Ernst Happel, o primeiro treinador a conquistar o título da Champions por mais
de um time – antes havia vencido com o Feyenoord. Com um estilo de jogo muito tático, veloz e composto por jogadores que desequilibravam com sua qualidade individual, o
time brilhou no continente e só foi parado pelo Grêmio, no Intercontinental de
1983.
Uma das grandes seguranças da
equipe estava na meta. Reserva da Seleção Alemã na Copa do Mundo de 1986, Uli
Stein (foto) é lembrado como um dos maiores arqueiros da história do clube. Tido como um jogador explosivo – com atitudes intempestivas –, fazia valer a tradição
da grande linhagem de goleiros germânicos, sendo um verdadeiro "paredão". No Hamburgo, jogou entre 1980 e 1987,
retornando, posteriormente, para a temporada 1994-1995.
- Leia também: Times de que Gostamos: Feyenoord 1969-1970
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No miolo defensivo, a dupla foi
na maior parte das vezes composta pelos talentos de Ditmar Jakobs e Holger Hieronymus.
Bons com a bola nos pés, podiam desempenhar funções diversas no time. Como
tinham bons predicados técnicos, eram eficientes líberos, zagueiros e volantes,
ajudando muito na saída de bola dos Rothosen.
Enquanto Hieronymus integrou o elenco alemão vice-campeão mundial de 1982,
Jakobs fez parte do selecionado vice em 1986.
Tristemente, ambos encerraram
suas carreiras de forma abrupta, o primeiro em decorrência de lesão gravíssima
no joelho, com a ruptura de muitos ligamentos, e o segundo de forma ainda mais
trágica. Em seu caso, Jakobs salvou de forma brilhante um gol adversário,
mas não conseguiu frear e deslizou para dentro da meta, então um dos ferros de
sustentação da trave entrou em sua coluna, e, devido à complexidade do fato e ao trauma,
decidiu pendurar as chuteiras. Por pouco, a lesão não prejudicou os movimentos do jogador. Ao tempo de suas lesões, Hieronymus tinha 26 anos e Jakobs 36.
Pela ala direita, Manfred Kaltz (foto) era uma das grandes válvulas de escape do time. Bom no apoio e dono de incomum
facilidade para bater na bola, era o cobrador oficial de pênaltis e um cruzador
fantástico. Lembrado pelas improváveis, impressionantes e eficientes curvas de
seus “passes” providos do flanco destro em direção à grande área, é outra
referência histórica do clube, onde passou mais de 18 anos de sua carreira, com
direito a mais de 550 jogos e quase 100 tentos marcados. Além disso, esteve nas
Eurocopas de 72, 76 e 80 e nas Copas do Mundo de 78 e 82.
Pelo outro flanco, o titular, na
maior parte do tempo, foi Bernd Wehmeyer, jogador com menos destaque, mas, ainda
assim, dotado de muita qualidade. Lembrado por sua velocidade e pela vocação
ofensiva, atuou entre 1978 e 1986 no clube, sendo emergencialmente alternativa
para o miolo defensivo.
À frente da defesa Jimmy Hartwig
e Wolfgang Rolff (foto) eram os volantes, mas, de plano, esqueça a ideia padronizada
de volantes ligados exclusivamente à marcação e com dificuldades até para controlar
a bola. O duo do escrete germânico era extremamente talentoso e frequentemente marcava gols, sempre
aparecendo como elemento surpresa.
Um dos primeiros jogadores negros a atuar no futebol alemão, Hartwig conseguiu inclusive a impressionante marca de 14 gols na Bundesliga 1981-1982, número inferior apenas ao do centroavante Hrubesch. Rolff chegou para a temporada 1982-1983 e ganhou o espaço muitas vezes ocupado por Jürgen Groh, jogador polivalente, que podia atuar como volante e em quase todas as posições da defesa.
Um dos primeiros jogadores negros a atuar no futebol alemão, Hartwig conseguiu inclusive a impressionante marca de 14 gols na Bundesliga 1981-1982, número inferior apenas ao do centroavante Hrubesch. Rolff chegou para a temporada 1982-1983 e ganhou o espaço muitas vezes ocupado por Jürgen Groh, jogador polivalente, que podia atuar como volante e em quase todas as posições da defesa.
Mais à frente, Thomas von Heesen
foi outro jogador de incrível representatividade na história dos Rothosen. Com 14 anos de clube, era um
dos responsáveis pela criação das jogadas. Descrito por alguns como “eterna
promessa”, o jogador pode nunca ter alcançado o nível dele esperado mas, ainda
assim, brilhou intensamente e posteriormente chegou a capitanear a equipe.
Também podia atuar no ataque e marcava muitos gols.
Na criação das jogadas, livre
para fazer o que bem entendesse, estava o grande craque do time e aquele que é
tido por muitos como o maior de todos os tempos na história do Hamburgo: Felix
Magath (foto). Autor do fantástico gol que deu ao clube alemão o título continental de
83, o jogador, filho de um porto-riquenho com uma alemã, era o maior gênio da equipe,
uma figura que fazia o que bem entendia com sua especial perna canhota. Bom nos
dribles, na condução de bola e excelente finalizador, o camisa 10 era a maior
referência do Hamburgo. Com 10 anos de clube, disputou mais de 300 jogos na
Bundesliga. É outro que se aposentou precocemente, em função de lesão no joelho.
Como opções de movimentação no
ataque, o clube dispunha de Jürgen Milewski, atacante de ótima técnica, drible e
muita velocidade e movimentação, mas muito propenso a lesões, e do dinamarquês
Lars Bastrup, vencedor do prêmio de melhor jogador de seu país em 1980, e que tinha pouco menos talento mas características semelhantes às de seu concorrente e por vezes parceiro.
Centralizado no comando de ataque
Horst Hrubesch (foto) era um grande pivô – na altura e no futebol. Com 1,88m e muita
força física, poderia inspirar dúvidas em quem o observasse sem a devida
atenção. Não obstante, era um jogador extremamente eficiente na frente da meta
adversária (sobretudo com a cabeça), bom assistente e um grande líder. Artilheiro
máximo da Bundesliga 1981-1982, com impressionantes 27 gols, e quarto maior em 1982-1983,
era um ótimo jogador e um dos grandes pilares da equipe.
Além dos habituais titulares,
Ernst Happel contou, como falado, com o interminável Beckenbauer para algumas
partidas na temporada 1981-1982, e com outros jogadores úteis, como o defensor
Michael Schröder (lembrado também pelo gol contra o Grêmio e por falhas na
marcação de Renato Gaúcho), pelo multifuncional Caspar Memering, que podia
atuar no meio ou no ataque, e também pelo ofensivo Allan Hansen, alternativa
para todo o setor de criação e ataque.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
29ª rodada do Campeonato Alemão 1981-1982: Bayern 3x4 Hamburgo
Estádio Olímpico, Munique
Árbitro: Werner Föckler
Público 78.000
Gols: ’23 e ’64 Hoeness e ’36 Horsmann
(Bayern); ’32 Hartwig, ’70 von Heesen e ’76 e ’90 Hrubesch (Hamburgo)
Bayern: Junghans; Weiner, Beierlorzer,
Augenthaler, Horsmann; Kraus, Dürnberger, Dremmler e Breitner; Rummenigge e Hoeness.
Téc.: Pál Csernai
Hamburgo: Stein; Kaltz, Jakobs, Hieronymus, Wehmeyer;
Hartwig, von Heesen, Groh, Magath; Hrubesch, Bastrup. Téc.: Ernst Happel
29ª rodada do Campeonato Alemão 1982-1983: Hamburgo 2x0 Stuttgart
Volksparkstadion, Hamburgo
Público 33.000
Gols: ’58 von Heesen e ’67 Magath (Hamburgo)
Hamburgo: Stein; Kaltz, Jakobs, Hieronymus, Wehmeyer;
Hartwig, Rolff, von Heesen (Milewski), Groh; Magath e Hrubesch. Téc.: Ernst
Happel
Stuttgart: Grüninger; Habiger (Six), Förster, Förster,
Schäfer; Kempe, Ohlicher, Sigurvinsson; Allgoewer, Reichert, Kelsch (Makan).
Téc.: Helmut Benthaus
Final da UEFA
Champions League 1982-1983: Hamburgo 1x0 Juventus
Estádio Spyros Louis, Atenas
Árbitro: Nicolae Rainea
Público 73.535
Gol: ‘9 Magath (Hamburgo)
Hamburgo: Stein; Kaltz, Jakobs, Hieronymus, Wehmeyer;
Rolff, Groh, Magath; Milewski, Hrubesch, Bastrup (von Heesen). Téc.: Ernst
Happel
Juventus: Zoff;
Gentile, Brio, Scirea, Cabrini; Bonini, Tardelli, Platini; Boniek, Paolo Rossi
(Marocchino), Bettega. Téc.: Giovanni Trapattoni
Final do
Intercontinental de 1983: Hamburgo 1x2 Grêmio
Estádio Nacional, Tóquio
Árbitro: Michel Vautrot
Público 62.000
Público 62.000
Gols: ’37 e ’93 Renato Gaúcho (Grêmio); Schröder (Hamburgo)
Hamburgo: Stein; Groh, Jakobs, Hieronymus, Wehmeyer; Hartwig,
Rolff, Schröder, Magath; Wuttke, Hansen. Téc.: Ernst Happel
Grêmio: Mazaropi;
Paulo Roberto, De León, Baidek, Paulo Magalhães; China, Osvaldo (Paulo
Bonamigo), Mário Sérgio; Renato Gaúcho, Tarciso, Paulo César (Caio). Téc.:
Valdir Espinosa
Era realmente uma grande equipe. Nessa época enfrentou o glorioso Atlético Mineiro por duas vezes, em 1980 (ano em que o Hamburgo perdeu a final da Champions para o Nottingham), ainda sob o comando de Zebec e com Keegan em seu onze, e em 1982, na final do Torneio de Bilbao. Em ambas o campeão mineiro levou a melhor, 4x1 e 2x2 (vitória nos pênaltis).
ResponderExcluirAh, na escalação do Grêmio, Paulo Magalhães era chamado Paulo César, que depois jogaria no Vasco. E o que está aí como Paulo César era conhecido como Paulo Cézar Caju, campeão com a seleção de 70.
ResponderExcluirFinal da champions de 82-83 a juve com 06 campeoes do mundo pela italia mais platini e boniek leva um vareio tatico do bruxo ernst happel e o hamburgo sai campeao.detalhe curioso desse jogo valdir espinosa tecnico do gremio campeao da liberta foi assistir esse jogo imaginando que vai pegar a juve no mundial em dezembro e leva um baque vendo os alemaes dominarem os italianos.depois disso ele passou quase seis meses estudando e preparando o gremio pra final com dois reforcos que chegaram apenas pra esse jogo que foram mario sergio e pc caju.os dois ajudaram muito mas renato quase sozinho arrebentou com a defesa inteira do hamburgo e o gremio ganhou o mundial(nada pode ser maior).
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