Times de que Gostamos: Peñarol 1960-1961
Após contar um pouco sobre o ótimo e inesperado time do Montpellier que conquistou o Campeonato Francês de 2011-2012, trato de uma equipe excepcional que bateu o Palmeiras de Djalma
Santos e o Benfica de Eusébio, o Peñarol do início dos anos 60.
Em pé:Luis Maidana, Walter Aguerre, Néstor Goncálvez, Santiago Pino, William Martinez e Salvador;
Agachados: Luis Cubilla, Carlos Abel Linazza, Juan Eduardo Hohberg,
Alberto Spencer e Carlos Borges.
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Time: Peñarol
Período: 1960-1961
Time Base: Maidana; William Martínez (Pino), Matosas, Walter Aguerre; Salvador (Cano), Néstor Gonçalves (González); Cubilla, Linazza (Ledesma) Spencer, Crescio (Sasía), Borges (Joya). Téc.: Roberto Scarone
Conquistas: Bicampeonato da Copa
Libertadores da América, Intercontinental (1961), bicampeonato uruguaio
O Uruguai sempre foi conhecido
como uma das nações futebolisticamente bem dotada ao longo da história do
futebol. Os sucessos nas Copas do Mundo de 1930 e 1950, além das Glórias
Olímpicas em 1924 e 1928 não deixavam o público pensar diferente.
Até meados do Século XX, pensar em futebol sul-americano era, automaticamente, pensar no Uruguai. Assim, seguindo o pioneirismo da seleção de seu país, o Peñarol foi o primeiro campeão da Copa Libertadores da América. E mais, o primeiro bicampeão (1960-1961, invicto na primeira) e o primeiro tricampeão (1966).
Até meados do Século XX, pensar em futebol sul-americano era, automaticamente, pensar no Uruguai. Assim, seguindo o pioneirismo da seleção de seu país, o Peñarol foi o primeiro campeão da Copa Libertadores da América. E mais, o primeiro bicampeão (1960-1961, invicto na primeira) e o primeiro tricampeão (1966).
Com craques da qualidade de Luis
Cubilla e Alberto Spencer (artilheiro da competição continental em 1960), o
clube comandado por Roberto Scarone mostrou a força do futebol uruguaio dentro
e fora das Américas, tendo defrontado de igual para igual o Real Madrid de
Ferenc Puskas e Alfredo Di Stéfano, em Montevidéu, e reduzido o Benfica de
Eusébio e Mário Coluna a pó, no Intercontinental de 1961. Outro clube que
sofreu nas mãos do Peñarol foi o Palmeiras de Djalma Santos, Julinho Botelho e Humberto Tozzi.
Defendendo a meta aurinegra, os
uruguaios contavam com Luis Maidana (foto). Conhecido como El Hombre Gato, em razão de sua conhecida velocidade e de seus
reflexos apurados, o arqueiro defendeu os Carboneros
entre 1951 e 1965 e é lembrado até os dias atuais como o melhor goleiro de
toda a história do clube uruguaio. É também lembrado no Brasil por dois fatos:
em primeiro lugar por ter defendido um pênalti de Pelé na Libertadores de 1965
e, posteriormente, por ter sido goleiro do Palmeiras. No
Peñarol, foi sucedido por outra lenda: ninguém menos que Ladislao Mazurkiewicz.
A princípio, o time apresentava
uma forma muito peculiar de atuar, com um esquema tático que se assemelhava a um
3-2-5. Dessa forma, na retaguarda, os Carboneros
contavam com a segurança de seu capitão, o veterano William Martínez (foto), de
Roberto Matosas e Walter Aguerre. Martínez atuava mais pelo lado direito e era
o grande ícone da defesa, o organizador, a força e a liderança. Em 1961, já
tinha 33 anos.
Matosas, por sua vez, era quem
cobria, mormente, a faixa central da defesa. Não obstante, era um jogador
lembrado por sua técnica e boa saída de bola, sendo também opção útil para o
meio-campo, como volante. Por fim, Aguerre era o responsável pela cobertura do
lado esquerdo. Jogador que não é tão lembrado quanto seus companheiros, mas que
fazia, com grande eficiência, o “trabalho sujo”, é outro que também podia
alinhar em uma posição no meio de campo do Peñarol, o que ocasionava, em geral,
a entrada de Núber Cano, lembrado por sua raça, na defesa.
Por sua vez, no meio-campo, o
brasileiro Salvador, destaque no Internacional, foi um dos titulares em 1960.
Conhecido por sua elegância no trato com a bola, pelo bom passe e arrancadas, o
jogador porto-alegrense ainda faria sucesso com a camisa do River Plate na
sequência de sua carreira. Com sua saída, Aguerre ganhou mais espaço no meio-campo
e Cano na defesa, além do aparecimento de Edgardo González, jogador versátil
que atuou, mormente, nas laterais.
O companheiro de Salvador, na
maior parte das vezes, foi Néstor Tito
Gonçalves (foto), um dos maiores ídolos da história Carbonera
e da Seleção Uruguaia, nos anos 50 e 60. Jogador com o maior número de jogos
com a camisa aurinegra, era outro atleta dotado de grande liderança e o maior responsável
pela proteção do setor defensivo, atuando, por vezes, como zagueiro. Ao todo,
atuou 14 anos no Peñarol e substituiu Martínez como capitão, com a saída do
beque.
No ataque, havia vários grandes
jogadores, mas dois deles destacam-se sobremaneira: Luis Cubilla (foto) e Alberto
Spencer. Tido por muitos como um dos maiores jogadores da história Carbonera, senão o maior, Cubilla era um
ponta direita insinuante. Apelidado de El
Negro, ou El Monstruo, o uruguaio
possuía enorme talento e abismava torcedores, companheiros e adversários com a
imprevisibilidade de seus dribles. Posteriormente, o jogador mudou-se para o
Barcelona.
Por outro lado, o equatoriano Alberto Spencer (foto) era o goleador, o matador do Peñarol. Com faro e instinto
de artilheiro, o atacante fez a alegria da torcida do time. Até hoje o maior
artilheiro da história da Copa Libertadores da América, com 54 gols, o jogador
foi o goleador máximo da edição de 1960, com oito tentos. É lembrado pela
eficiência de seus cabeceios, os mais fatais de seu tempo, que lhe renderam o
apelido de Cabeza Mágica.
Além deles, mais três atletas
compunham o quinteto ofensivo da equipe: o argentino Carlos Linazza, e os
uruguaios Carlos Lucho Borges e Júpiter
Crescio. O primeiro é lembrado por
sua habilidade e atuava pelo lado direito, mas não tão aberto quanto o craque
Cubilla. Borges, por sua vez, atuava aberto pelo flanco esquerdo e é
reconhecido como o jogador que marcou o primeiro gol da história da Copa
Libertadores, em partida contra o Jorge Wilsterman, da
Bolívia. Por fim, Crescio fazia função semelhante à de Linazza, mas pelo lado
esquerdo.
Com a transição do ano de 1960 para 1961, os Carboneros contraram o
peruano Juan Joya, que ingressou na vaga de Borges, e José Sasía, que sucedeu
Crescio. O primeiro era muito rápido e dono de um chute potente. Inicialmente,
atuava no miolo do ataque, mas no Peñarol se afixou como ponta esquerda. Por
sua vez, Sasía é lembrado como um jogador elegante, com ótima condução de bola,
grande classe e temperamento difícil.
Além dos jogadores citados, o clube contava com outras peças importantes como o defensor Santiago Pino, que foi presença frequente em grande parte das partidas importantes do período, e o atacante Juan Eduardo Hohberg (foto), ídolo do clube, que possuía enorme capacidade de finalização, mas deixou o time ainda em 1960, com a ascensão de Spencer. O comandante, Roberto Scarone, era ex-jogador do clube e, curiosamente, após sua saída, em 1962, não mais retornou, fazendo sucesso no futebol peruano, onde conquistou quatro campeonatos nacionais.
Além dos jogadores citados, o clube contava com outras peças importantes como o defensor Santiago Pino, que foi presença frequente em grande parte das partidas importantes do período, e o atacante Juan Eduardo Hohberg (foto), ídolo do clube, que possuía enorme capacidade de finalização, mas deixou o time ainda em 1960, com a ascensão de Spencer. O comandante, Roberto Scarone, era ex-jogador do clube e, curiosamente, após sua saída, em 1962, não mais retornou, fazendo sucesso no futebol peruano, onde conquistou quatro campeonatos nacionais.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Final da Copa Libertadores da América de 1960: Peñarol 1x0 Olimpia
Árbitro: Carlos Robles
Público 44.690
Gol: ’79 Spencer (Peñarol)
Peñarol: Maidana; William Martínez, Salvador;
Santiago Pino, Néstor Gonçalves, Walter Aguerre; Cubilla, Linazza, Spencer,
Crescio, Borges. Téc.: Roberto Scarone
Olimpia: Arias; Arévalo, Lezcano,
Osorio, C. Lezcano; Rojas, Rodríguez; Recalde, Doldán, Cabral, Melgarejo. Téc.:
Aurelio González
Final do Intercontinental de 1960: Peñarol 0x0 Real Madrid
Árbitro: José Praddaude
Público 71.872
Peñarol: Maidana; William Martínez, Salvador; Santiago Pino, Néstor
Gonçalves, Walter Aguerre; Cubilla, Linazza, Hohberg, Spencer, Borges. Téc.:
Roberto Scarone
Real Madrid: Domínguez; Marquitos,
Santamaría, Pachín; Vidal, Zárraga; Canário, Del Sol, Puskas, Di Stéfano; Bueno.
Téc.: Miguel Muñoz
Final da Copa Libertadores da América de 1961: Peñarol 1x0 Palmeiras
Estádio Centenário, Montevidéu
Público 64.376
Gol: ’89 Spencer (Peñarol)
Peñarol: Maidana; Martínez, Cano,
Matosas, González; Aguerre, Ledesma; Cubilla, Spencer, Sasía, Joya. Téc.:
Roberto Scarone
Palmeiras: Valdir; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Geraldo Scotto;
Zequinha, Aldemar; Julinho Botelho, Humberto Tozzi, Geraldo II, Chinesinho e
Romeiro. Téc.: Armando Renganeschi
Final do Intercontinental de 1961: Peñarol 5x0 Benfica
Estádio Centenário, Montevidéu
Público 56.358
Gols: ’10 Sasía, ’18 e ’28 Joya, ’42 e ’58 Spencer (Peñarol)
Peñarol: Maidana; Martínez, Cano,
Néstor Gonçalves, González; Aguerre, Ledesma; Cubilla, Spencer, Sasía, Joya.
Téc.: Roberto Scarone
Benfica: Costa Pereira; Ângelo, Saraiva, Mário João; José Neto, Cruz,
Cavém; Coluna, José Augusto, Santana, Mendes. Téc. Béla Guttmann
Salvador foi o melhor centro medio que jogou em Porto Alegre. Somente Avila se compara.
ResponderExcluirBellissimo articolo
ResponderExcluircomplimenti!!
Eu admiro o Uruguai, foram pioneros e multicampeoes , mas pararam no tempo e precisam se reinventar... Torço para que consigam ganhar ao menos uma sul americana e que voltem a ser competitivos na Libertadores!
ResponderExcluirPegando um gancho do primeiro comentario para muitos colorados antigos salvador foi melhor do que falcao fica a duvida.falando do pioneiro penarol primeiro campeao depois bi da liberta quase tri se nao fosse o rei pele e sua turma e primeiro sulamericano campeao mundial a eterna garra charrua com doses de talento e dedicacao sempre marcas dos carboneros.alberto spencer o maior jogador que o equador ja produziu incrivelmente que nao tenha a dimensao que merece mas os aurinegros nao deixarao ele ser esquecido nunca.
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