Times de que Gostamos: Montpellier 2011-2012
Após contar um pouco sobre o Celtic, primeiro campeão britânico da UEFA Champions League, trato sobre um
time recente que surpreendeu: o Montpellier da temporada 2011-2012 que saiu da
Ligue 2 para, em pouco tempo, conquistar a Ligue 1.
Em pé: Utaka, El Kaoutari, Mbiwa, Giroud, Bedimo, Pitau; Agachados: Jourdren, Bocaly, Belhanda, Cabella, Dernis. |
Time: Montpellier
Período: 2011-2012
Time Base: Jourdren;
Bocaly, Hilton, Yanga-Mbiwa, Bedimo; Saihi (Stambouli), Estrada (Marveaux);
Camara (Cabella), Belhanda, Utaka; Giroud. Téc.: René Girard
Conquista: Campeonato Francês
O início da segunda década do
presente século trouxe novas e inesperadas emoções ao futebol francês.
Primeiramente, com o time do Lille, então treinado por Rudi García e que contou
com a excelente forma de jogadores como Yohan Cabaye, Gervinho e,
principalmente, de Eden Hazard, e posteriormente com o Montpellier. Se em 2011
o Lille conquistou seu primeiro título francês desde o longínquo ano de 1954,
em 2012 o Montpellier sagrou-se campeão pela primeira vez.
Comandado por René Girard, que
assumiu o clube após uma longa passagem como treinador de equipes de base da
França, o MHSC montou uma equipe equilibrada e muito talentosa. Com um esquema
4-2-3-1, o time tinha peças com distintos estilos de jogo e bem capacitadas.
Além disso, no comando do ataque, Olivier Giroud viveu temporada fantástica,
tendo sido, ao lado do brasileiro Nenê, o artilheiro máximo da Ligue 1, com 21
tentos.
No gol, havia a presença de Geoffrey
Jourdren (foto), que ainda hoje defende o clube. Atualmente o nono jogador que mais
vezes defendeu-o, com 271 jogos, o arqueiro é uma bandeira do clube.
Curiosamente, é baixo para os padrões atuais, com 1,81m, mas destaca-se como um
goleiro veloz, com bons reflexos e ótima elasticidade. Na temporada 2011-2012,
Jourdren disputou 35 partidas e conseguiu a importante marca de 15 clean sheets. Com passagens pelas
Seleções Francesas Sub-16, 17, 18, 19, 20 e 21, nunca atuou pela principal.
As laterais possuíam dois jogadores de características mais conservadoras. Pela direita, Garry Bocaly, outro atleta com extenso currículo nas seleções de base da França, viveu na vitoriosa temporada 2011-2012 sua melhor no Montpellier. Em 37 partidas, proveu quatro assistências – durante as outras 93 só criou uma assistência – e foi um dos jogadores mais regulares da campanha. Do lado esquerdo, o titular era Henri Bedimo, outro jogador sem grandes diferenciais, mas muito regular. Em 2011-2012, disputou 41 jogos, marcou um gol e proveu quatro assistências. Enquanto Bocaly era opção para a zaga central, Bedimo era possibilidade para o meio e o ataque, como winger, sempre pelo flanco canhoto.
As laterais possuíam dois jogadores de características mais conservadoras. Pela direita, Garry Bocaly, outro atleta com extenso currículo nas seleções de base da França, viveu na vitoriosa temporada 2011-2012 sua melhor no Montpellier. Em 37 partidas, proveu quatro assistências – durante as outras 93 só criou uma assistência – e foi um dos jogadores mais regulares da campanha. Do lado esquerdo, o titular era Henri Bedimo, outro jogador sem grandes diferenciais, mas muito regular. Em 2011-2012, disputou 41 jogos, marcou um gol e proveu quatro assistências. Enquanto Bocaly era opção para a zaga central, Bedimo era possibilidade para o meio e o ataque, como winger, sempre pelo flanco canhoto.
A zaga
– a melhor do campeonato francês e um dos setores mais fortes do time –, era composta pela juventude de Mapou Yanga-Mbiwa (foto) e pela
experiência do brasileiro Hilton. Apesar da pouca idade, 22 para 23 anos, o
primeiro foi extremamente sólido, tendo sido o capitão do time e um dos maiores destaques. Com “apenas”
1,84m foi peça-chave no sucesso do time, mostrando rapidez e boa técnica. Já
Hilton, que à época já havia atingido os 34 anos, foi igualmente importante.
Baixo, assim como seu companheiro (1,82m), tinha ótima noção de cobertura e
muita força física. Ambos marcaram um gol durante a temporada.
À frente da defesa, com a missão
de protegê-la, a dupla de volantes formada pelo tunisiano Jamel Saihi (que
ainda hoje atua no Montpellier) e o chileno Marco Estrada mostrou muita sintonia
e eficiência. O primeiro era mais duro na marcação, enquanto o segundo tinha
mais categoria na saída de bola e a distribuía com mais eficiência. Canhoto, o
sul-americano era ainda o responsável pelas bolas paradas e possuía um venenoso
chute de média distância. Além dos dois, o técnico René Girard usou muitas
vezes o então garoto Benjamin Stambouli (que também atuou na zaga) e o
experiente Joris Marveaux (que segue no clube), ambos fortes marcadores.
Leia também: Times de que Gostamos: Lille 2010-2011
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Versátil e veloz atacante,
Souleymane Camara, quinto jogador que mais vestiu a camisa do Montpellier na
história, terceiro maior artilheiro e outro nome que ainda hoje defende a
equipe francesa, foi o ponta pelo lado direito da equipe em 2011-2012. Na
campanha da Ligue 1, disputou 33 jogos, marcou nove gols e concedeu sete
assistências. Com qualidade na maioria dos fundamentos necessários a um
atacante, o senegalês foi importantíssimo para o título.
Pela faixa central do meio-campo
ofensivo, o jovem marroquino Younes Belhanda (foto) foi quem ditou o ritmo da equipe.
Com muita habilidade, visão de jogo e qualidade para se aproximar do ataque, o
camisa 10 foi o maestro da equipe, flutuando por todo o setor ofensivo.
Terminou a vitoriosa temporada como vice-artilheiro da equipe, com 13 gols e
seis assistências, em 31 jogos.
Como winger pelo lado esquerdo, o nigeriano John Utaka foi a grande
referência. Outro atleta dotado de grande velocidade e destacada habilidade, o
africano viveu uma das fases mais constantes e consistentes de sua carreira no
Montpellier. Forte no um-contra-um, era quem dava uma boa dose de
imprevisibilidade à equipe. No ano, jogou 40 jogos, marcou oito gols e proveu
quatro assistências.
Embora o trio formado por Camara,
Belhanda e Utaka fosse a opção mais utilizada para a linha dos meio-campistas
de Girard, havia outras duas opções de muita qualidade no elenco: o garoto Rémy
Cabella (foto) e o experiente Geoffrey Dernis, que sofreu alguns problemas de lesões
que o impediram de atuar mais durante a campanha. O habilidoso Cabella foi
opção a Camara e Belhanda, sendo utilizado com grande frequência. Por sua vez,
o canhoto e bom finalizador Dernis foi muito escolhido pelo lado esquerdo, na
vaga de Utaka.
No comando do ataque (o segundo
melhor do campeonato, atrás apenas do PSG), Olivier Giroud (foto) foi absoluto. Alto,
forte fisicamente e dono de uma boa finalização de perna esquerda, o francês
está longe de ser um craque, mas viveu ano iluminado em 2011-2012. De todos os
jeitos, Giroud marcou gols. De cabeça, canhota, direita, em rebotes, de pênalti
e de fora da área. No total, o artilheiro do Montpellier na temporada marcou 25
gols e criou 12 assistências, em 42 jogos.
Responsável pela montagem do time,
René Girard construiu uma equipe extremamente equilibrada com custo muito
baixo. Havia força, mas havia técnica, havia drible, mas havia velocidade. O
Montpellier da temporada 2011-2012 deu, acima de tudo, uma lição de jogo
coletivo. Quem foi o grande destaque individual da equipe? Difícil apontar, uma
vez que cada jogador só alcançou seu desempenho porque o restante contribuiu de
forma extremamente eficaz. A prova do
sucesso do time foi o êxodo dos jogadores, que se seguiu, nas temporadas
2012-2013 e 2013-2014.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
2ª rodada do Campeonato Francês: Lille 0x1 Montpellier
Árbitro: Ruddy Buquet
Público 16.304
Gol: ’71 Giroud (Montpellier)
Lille: Landreau; Debuchy, Chedjou, Basa, Béria (Souaré); Mavuba,
Balmont, Obraniak (Rodelin); Pedretti (Payet), Sow, Hazard. Téc.: Rudi García
Montpellier: Pionnier; Bocaly, Hilton, Mbiwa, Bedimo; Saihi,
Estrada; Dernis (Camara), Belhanda, Utaka; Giroud. Téc.: René Girard
20ª rodada do Campeonato Francês: Lille 1x0 Lyon
Estádio La Mosson, Montpellier
Árbitro: Stéphane Lannoy
Público 18.889
Gol: ’62 Giroud (Montpellier)
Montpellier: Jourdren; Bocaly, Hilton, Mbiwa,
Bedimo; Stambouli (Estrada), Marveaux; Dernis (Koita), Cabella, Utaka (Ait Fana);
Giroud. Téc.: René Girard
Lyon: Lloris; Fofana, Gonalons, Umtiti,
Kolodziejczak; Kallstrom, Grenier, Ederson (Lacazette), Michel Bastos; Briand (Pied)
e Lisandro López. Téc.: Rémi Garde
24ª rodada do Campeonato Francês: PSG 2x2 Montpellier
Estádio Parc des Princes, Paris
Público 44.398
Gols: ’41 Alex e ’88 Hoarau (PSG); ’45 Belhanda e ’82 Utaka
(Montpellier)
PSG: Sirigu; Bisevac, Alex (Lugano), Sakho, Maxwell; Motta,
Sissoko, Matuidi (Pastore); Ménez, Gameiro (Hoarau) e Nenê. Téc.: Carlo
Ancelotti
Montpellier: Jourdren; Bocaly, Hilton, Mbiwa, Bedimo; Saihi (Marveaux), Estrada (Stambouli); Camara, Belhanda (Cabella), Utaka; Giroud. Téc.: René Girard
Montpellier: Jourdren; Bocaly, Hilton, Mbiwa, Bedimo; Saihi (Marveaux), Estrada (Stambouli); Camara, Belhanda (Cabella), Utaka; Giroud. Téc.: René Girard
37ª rodada do Campeonato Francês: Montpellier 1x0 Lille
Estádio La Mosson, Montpellier
Árbitro: Fredy Fautrel
Público 27.649
Gol: ’90 Ait Fana (Montpellier)
Montpellier: Jourdren; Bocaly, Hilton, Mbiwa, Bedimo;
Saihi, Stambouli; Camara (Ait Fana), Cabella, Utaka; Giroud. Téc.: René Girard
Lille: Landreau; Debuchy, Chedjou, Basa,
Digne; Mavuba, Balmont (G. Bruno), Pedretti (Joe Cole); Payet (Roux), Túlio de
Melo, Hazard. Téc.: Rudi García
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