Conseguirá o Wolfsburg brigar pela Bundesliga?
Na temporada 2014-2015 alguns fatos marcaram com destaque a temporada do futebol alemão. Sem dúvidas, a derrocada do Bayern de Munique perante o Barcelona na UEFA Champions League, a instável temporada do Borussia Dortmund, após anos de sucesso, e o renascimento do Borussia Mönchengladbach foram algumas das notas mais vistas no pós-temporada. Não obstante, o bom futebol do Wolfsburg, com a espetacular performance de Kevin De Bruyne, o título da Copa da Alemanha e o vice-campeonato alemão tornaram os Lobos um time para ser estudado. Às vésperas do início da Bundesliga e o título da Supercopa da Alemanha na mala – após vitória nos pênaltis contra o Bayern – deixam uma pergunta: conseguirá o Wolfsburg brigar pela Bundesliga?
Aparentemente, o que era bom está um pouquinho melhor
No último ano, o Wolfsburg fez um
papel respeitável. Com uma defesa sólida (com a excelente forma do brasileiro
Naldo - foto -), laterais ofensivos e consistentes, sobretudo a partir da realocação de
Vieirinha, afirmando-o como um lateral-direito, uma contenção sólida e um setor
ofensivo envolvente, os Wölfe
brilharam após um início em que o clube precisou se encontrar.
Individualmente, não há como não
fugir do lugar comum e ressaltar o brilhantismo da temporada do belga De
Bruyne. Seus 16 gols e 28 assistências, em 51 jogos, foram determinantes para a
equipe e colocaram o nome do camisa 14 na boca do mundo, transformando-o em
centro das atenções no mercado de transferências atual.
Não obstante, o time contou com
mais destaques, como foram os casos de Luiz Gustavo, do lateral-esquerdo
Ricardo Rodríguez e do centroavante grandalhão Bas Dost.
Leia mais: Nove atacantes que surpreenderam em 2014-2015
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Coletivamente, o clube foi o
segundo que mais recuperou bolas, o segundo com melhor aproveitamento defensivo
aéreo, o terceiro que mais realizou interceptações, o segundo que menos recebeu
cartões amarelos e vermelhos, o terceiro que mais criou oportunidades de gols,
o terceiro com melhor aproveitamento de passes, o segundo com maior posse de
bola, a quarta melhor defesa e o segundo melhor ataque¹. Pouco?
Apesar disso, o time viveu à
sombra do Bayern de Munique, que se sobressaiu em quase todas as estatísticas,
e precisou se reforçar para poder entrar com tudo na temporada 2015-2016,
tornando-se mais competitivo.
Assim, o clube que contava com
duas opções de perfil semelhante para o centro do ataque – os grandalhões Dost
e Nicklas Bendtner – trouxe um dos melhores atacantes germânicos da atualidade:
Max Kruse (foto), do concorrente Borussia Mönchengladbach e que possui um trato mais
apurado da bola. E o mais importante: até agora conseguiu resistir às pressões
do mercado e manter a base de sua equipe, sem perder qualquer de seus
destaques.
Ressaltando o óbvio: manter Kevin De Bruyne é fundamental
Em qualquer equipe, um jogador
que demonstra o desempenho que De Bruyne (foto) apresentou na temporada 2014-2015 é
indispensável, porém, em um clube como o Wolfsburg, a importância de um atleta
desse calibre é ainda maior.
Embora seja bom, o elenco dos
Lobos não é suficientemente rico para sofrer pouco com a eventual perda de
qualquer de seus destaques, o que ganha ainda maior relevo, quando o jogador em
foco é ninguém menos do que o melhor jogador do time e o melhor jogador da
última edição do Campeonato Alemão.
Confira também: Desprezado pelo Chelsea, pretendido pelo mundo
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Em termos de comparação, seus “concorrentes”,
Aaron Hunt e Max Arnold (que também atuam em outros setores) conseguiram juntos
um total de 10 gols e seis assistências, participando, portanto de 16 gols, ou
seja, 36% do desempenho individual do belga. Tudo bem que este atuou em muito
mais partidas, mas, ainda assim, o dado não perde relevo.
Saindo do campo dos números para
o relvado, a importância do garoto se torna ainda mais evidente, afinal qual
jogador foi capaz de, nos últimos tempos, marcar dois gols e prover uma
assistência contra o poderoso Bayern de Munique nos últimos anos em uma mesma
partida? A vitória por 4x1 contra os bávaros na 18ª rodada da Bundesliga
2014-2015 foi só um dos jogos em que De Bruyne conduziu o Wolfsburg ao sucesso.
Com o Manchester City no rastro
do jogador, o clube alemão poderá ter muitas dificuldades em mantê-lo. Sua
permanência ou saída condiciona os eventuais e futuros feitos do time na
temporada.
Mais adaptado, Schürrle é esperança
Contratado para dar um toque a
mais de imprevisibilidade ao futebol do Wolfsburg, André Schürrle (foto) chegou ao
clube em meados da temporada e sofreu com problemas físicos e uma adaptação ao
clube, que impediram o alemão de 24 anos de desempenhar seu melhor futebol.
Aliás, em 2014-2015, o desempenho de Schürrle foi melhor com a camisa do Chelsea
do que com a dos Lobos.
Com maior conhecimento do elenco,
da forma como o ótimo treinador Dieter Hecking conduz o time e com uma
pré-temporada, o jogador terá a possibilidade de ver seu futebol desabrochar em
2015-2016. Opção para todas as funções do ataque e figurinha carimbada na
Seleção Alemã, pela qual, com pouca idade, já disputou 46 jogos e marcou 20
gols, Schürrle é uma das grandes esperanças do clube, dando-lhe mais
diferenciais.
Em março do presente ano o
jogador chegou a criticar seu início, responsabilizando o calendário do futebol
inglês por seu início instável e ruim no retorno à Alemanha:
“Eu continuo sem o último por cento. Nos melhores clubes ingleses, durante a temporada, os jogadores raramente são carregados com qualquer treino, uma vez que a maior parte dele é trabalho tático ou regenerativo. Na Inglaterra você fica em forma durante a temporada com os jogos. No Chelsea, em função de termos o campeonato, a Champions League e as diferentes competições de clubes, jogávamos a cada três dias. Na Inglaterra não tem parada de inverno. Nesse verão, após a Copa do Mundo, eu tive apenas duas semanas de preparação”, disse ao Daily Mail.
Sem mais desculpas por dar, a
hora de Schürrle no Wolfsburg é agora.
O retrospecto do grande rival e a força de outros adversários
Em toda a história da Bundesliga,
o Bayern de Munique já foi, em sequência, tricampeão em quatro vezes, mas nunca
foi tetra. Com isso, adivinhem só: campeão na última temporada, o Bayern se
tornou o que? Tricampeão.
É claro que racionalmente isso
não tem nenhum peso, mas fica a curiosidade. Além disso, Borussia Dortmund e
Borussia Mönchengladbach entram com força na temporada, bem como Bayer
Leverkusen e Schalke 04, que montou um time com garotos extremamente
talentosos. Todos esses times serão rivais respeitáveis e perigosíssimos durante
a temporada. Todavia, considerando o último ano e as poucas mudanças do time da
Volkswagen, nenhum time aparenta ter maior capacidade para se superiorizar ao todo
poderoso Bayern.
¹ Dados retirados do site
Squawka
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