A construção do futuro azul real
Entra ano e sai ano e a torcida do Schalke 04 segue sonhando com algo que nunca aconteceu: o título da Bundesliga. É praticamente impossível vislumbrar esse quadro para a temporada 2015-2016, uma vez que o elenco azul real mostra-se claramente inferior aos de outras equipes, como Bayern de Munique, Wolfsburg, Borussia Dortmund e, até mesmo, Bayer Leverkusen. Não obstante, se houver paciência, o clube poderá em um futuro breve realizar o sonho da torcida. Em Gelsenkirchen, há muita juventude combinada com qualidade, mas durante a maturação dos talentos haverá deslizes naturais - como a pesada derrota frente ao Wolfsburg na última sexta-feira (28) - e, por isso, o trabalho terá que ser paciente.
Há fartura de talentos, mas é preciso paciência
Hoje, o elenco do Schalke 04 tem
uma média de idade bem baixa: 24,8 anos, a sexta menor da
Bundesliga, marca evidenciada pela presença de 12 atletas abaixo dos 23 anos. Além
disso, jogadores acima dos 30, são apenas três, sendo um deles um goleiro
reserva. Até mesmo o treinador, André Breitenreiter, é jovem, com 41 anos. A despeito disso, o mais interessante não é a baixa média de idade em si e sim a fartura
de talentos com tão poucos anos de vida.
Nomes como Max
Meyer e Leon Goretzka já chegaram à seleção principal da Alemanha. Além deles, outros garotos talentosos, como Leroy Sané (foto), Johannes Geis e Marvin Friedrich têm passagens
pelas equipes germânicas de base. Como se não bastasse, há garotos de outras
nações que também representam seus países – são os casos de Sead Kolasinac,
Matija Nastasic e Pierre-Emile Hojberg.
Como se vê, há jogadores de
qualidade em todos os setores, na defesa, no meio-campo e no ataque. Não há
como ignorar a habilidade de Sané e Meyer, a capacidade de controle de
meio-campo de Geis, Hojberg e Goretzka e a força defensiva de Kolasinac e
Nastasic. Todavia, não se pode esperar que todos os garotos apresentem a
regularidade de veteranos experimentados, razão pela qual os envolvidos na
causa do Schalke 04 terão que ter muita paciência com seus garotos.
Se na temporada passada a
diretoria perdeu a paciência com os indisciplinados Kevin-Prince Boateng,
Sidney Sam e Marco Höger, o mesmo não pode ocorrer com os meninos. Dada a natural imaturidade e a propensão a uma maior instabilidade emocional, os jovens têm de
ser muito bem cuidados.
Caso o clube consiga explorar a
qualidade e o talento de suas promissoras estrelas da forma devida, certamente
os torcedores terão razões para comemorar em um futuro próximo. O que não falta
em Gelsenkirchen é qualidade técnica e potencial.
A nota triste dos últimos dias para o torcedor do Schalke 04 é a saída de Julian Draxler, talento indiscutível formado na base azul real, para o Wolfsburg. Em 170 partidas pelo clube, o garoto de apenas 21 anos e campeão mundial com a Alemanha, marcou 30 gols e criou 29 assistências.
Leia também: Conseguirá o Wolfsburg brigar pela Bundesliga?
A nota triste dos últimos dias para o torcedor do Schalke 04 é a saída de Julian Draxler, talento indiscutível formado na base azul real, para o Wolfsburg. Em 170 partidas pelo clube, o garoto de apenas 21 anos e campeão mundial com a Alemanha, marcou 30 gols e criou 29 assistências.
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O talento vem da base e da boa prospecção
O curioso é que o Schalke 04 não
só trabalha bem os garotos de sua base como também mantém seus olhos bem
abertos ao que acontece nas equipes adversárias. Se por um lado Meyer e
Sané são crias da casa, Goretzka começou no Bochum, Geis (foto) no Greuther Fürth, e
Nastasic no Partizan Belgrado.
O valor que o clube dá a sua
categoria de base é também evidenciado por outros atletas, alguns deles mais experientes. Titular da Seleção Alemã campeã da Copa do Mundo de 2014, o
defensor Benedikt Höwedes é outro fruto do Schalke, assim como o goleiro Ralf
Färhmann, de 26 anos. Nos últimos anos, outras figuras importantes, como Manuel
Neuer e Mesut Özil, iniciaram suas carreiras na Veltins-Arena.
Diversamente, bons atletas como
Ivan Rakitic, Lewis Holtby e Kyriakos Papadopoulos não foram criados no clube,
mas chegaram muito cedo.
O interessante, e trágico para o
torcedor do Schalke 04, é que grande parte dos garotos não atingiu o ápice de
suas formas técnicas no clube. Embora os azuis reais sejam muito bons em formar
talentos e encontrá-los em outras equipes, em muitos casos, o time não consegue
aproveitá-los e os vê partirem e atingirem grande nível em outros centros. Os casos de Rakitic, Neuer e Özil são emblemáticos nesse sentido e o de Draxler, aparentemente, seguirá o mesmo caminho.
Certamente, a falta de títulos do
clube é um dos fatores determinantes para isso, uma vez que há muita pressão
por resultados – sobretudo quando grandes rivais, como o Borussia Dortmund,
passam por bom momento.
Há importância das referências e de reforços confiáveis
Um dos fatores que aumenta a
esperança no sucesso dos garotos do Schalke é a presença de algumas referências
experientes no elenco. Atletas como Höwedes, Klaas-Jan Huntelaar (foto, à direita) e Roman Neustädter
são fundamentais para o desenvolvimento dos garotos, uma vez que têm qualidades
e liderança, podendo servir como catalisadores nas crises do time e como
orientadores nos momentos de má forma dos jovens.
Além disso, as contratações do
experiente lateral-direito Sascha Riether e do argentino Franco Di Santo dão ainda
mais base para a evolução dos jovens. Riether tem um título alemão no currículo
e passagem pela Seleção Alemã, enquanto Di Santo (foto, à esquerda) já passou pela Seleção
Argentina, tendo estado, inclusive, na lista excedente para a Copa do Mundo de
2014. Os dois são, portanto, jogadores experimentados em quem se pode confiar.
Nesse momento, o Schalke 04 tem
muito talento em potencial e muita necessidade de títulos. O futuro do elenco
atual depende de algumas variáveis e a ausência de conquistas pode atrapalhar o
crescimento dos garotos e, consequentemente, o futuro do clube. Se continuar
passando por dias de instabilidade, como nos últimos anos, será difícil que o
talento de seus jovens desabroche em Gelsenkirchen, levando o clube a conviver
com seu insucesso e o sucesso de seus atletas em outras equipes.
Todavia, pensando de forma
otimista, se os azuis reais souberem gerir suas crises e momentos de
instabilidade, em um futuro próximo o time poderá desfrutar de dias melhores,
pois, se seus jovens seguirem evoluindo e continuarem no clube, na Veltins-Arena, em breve as
promessas serão realidades
O primeiro nome do Geis não é Johanes?
ResponderExcluirNo mais, texto sensacional como habitual
É sim! Passou despercebido. Obrigado, Rodrigo!
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