Nove atacantes que surpreenderam em 2014-2015

Entra temporada, sai temporada e sempre há, no final, nomes que nos surpreendem e outros que decepcionam. 2014-2015 não fugiu à regra. Se figuras de peso e respeito como Sérgio Aguëro, Luis Suárez ou Carlitos Tévez seguiram jogando o fino da bola e marcando muitos gols, outros de quem não se esperava muito mostraram qualidades e se destacaram. Selecionamos nove destes nomes surpreendentes e, mais especificamente, nove atacantes (não apenas centroavantes), os responsáveis pelo momento máximo do esporte bretão.




1 – Bas Dost – Wolfsburg

Artilheiro da Eredivisie na temporada 2011-2012, quando atuava no Hereenveen, Bas Dost, centroavante de 1,96m, foi contratado pelo Wolfsburg logo no ano seguinte, para a disputa da Bundesliga 2012-2013. Desde então, e até o início da campanha de 2014-2015, o holandês se tornou motivo de gozação.

Considerado por muitos um jogador desajeitado e sem qualquer qualidade, Dost marcou 12 gols em sua primeira temporada e cinco na segunda pelos Lobos – número consideravelmente inferior aos 38 (em 39 jogos) de sua última temporada na Holanda.

Não obstante, por alguma razão, o jogador ganhou uma sobrevida na última temporada e recompensou aqueles que apostaram em seu futebol. Ao final da campanha 2014-2015, Dost revelou uma boa marca: 20 gols em 36 jogos – ou um gol a cada 125 minutos. Além disso (e possivelmente mais importante) foi o seu desempenho nas partidas decisivas e sua capacidade de fazer um eficiente pivô. Contra o Bayern de Munique, foram dois gols na temporada; e contra o Bayer Leverkusen, quatro. Por fim, sua brilhante atuação na final da Copa da Alemanha mereceu nossos aplausos. Sem dúvidas, Dost surpreendeu na temporada recém-finda.

2 – Charlie Austin – Queens Park Rangers

O trágico final de temporada do QPR trouxe consigo uma especulação que devastou ainda mais os torcedores do clube londrino: é muito provável que Charlie Austin deixa o Estádio Loftus Road e defenda outra equipe na temporada 2015-2016. Mas, porque tanto drama? Seria presumível que em um clube rebaixado não houvesse alma viva que se salvasse do naufrágio que representa o descenso, certo? No caso do QPR, errado.

Autor de 18 gols na Premier League, Austin foi o responsável por qualquer chance que seu clube teve de permanecer na elite do futebol inglês. Apenas Sergio Agüero, Harry Kane e Diego Costa balançaram as redes mais vezes do que o centroavante dos Hoops. O inglês respondeu ainda por 42% dos gols do time, que terminou na lanterna. A despeito disso, e seguindo a lógica do ditado que diz que “uma andorinha só, não faz verão”, seu desempenho não foi suficientemente bom para evitar o insucesso do QPR.

Aos 25 anos, Austin disputou sua primeira Premier League em 2014-2015, e, embora sua veia goleadora tenha sempre estado em evidência nas divisões inferiores do futebol inglês, onde defendeu os modestos Kintbury Rangers, Hungerford Town, Poole Town, Swindon Town e Burnley, dificilmente, seria possível esperar um desempenho tão satisfatório do camisa 9.

3 – Alexander Meier – Eintracht Frankfurt

Experiente e ídolo do Eintracht Frankfurt, Alex Meier sempre mostrou muito faro de gol, mas, nem assim, conseguiu ter uma oportunidade em uma grande equipe do futebol germânico, embora tenha passado em seu início de carreira muito brevemente pelo Hamburgo. Se o Frankfurt fez uma temporada respeitável em 2014-2015 – a segunda melhor dos últimos 21 anos – muito disso deveu-se aos 19 gols marcados pelo artilheiro da Bundesliga: Meier.

Grandalhão, com 1,96m, o jogador de 32 anos fez a melhor temporada de sua carreira e alcançou uma média de gols excepcional. Em 27 jogos, marcou 20 gols em 2014-2015. A cada 111 minutos, Meier foi às redes.

No início da temporada era difícil imaginar que o Eintracht Frankfurt, um clube que tem vivido uma terrível senda de acessos e descensos, fizesse uma campanha dessa qualidade, ficando a apenas três pontos de uma vaga na Europa League. E, mais do que isso, era quase impossível dizer que Meier seria o artilheiro isolado da Bundesliga.

4 – Jonas – Benfica


A temporada 2014-2015 começou com um mal presságio tanto para Jonas quanto para o Benfica. O primeiro soube que não mais era pretendido no Valencia e que deveria buscar novos ares em outro clube; e o segundo assustou seu torcedor com uma pré-temporada pavorosa, com seis derrotas em oito jogos e as saídas de jogadores importantes como Lazar Markovic, Jan Oblak, Rodrigo e Ezequiel Garay.

Apesar disso, os Encarnados enxergaram em Jonas a oportunidade de atenuar as dificuldades pelas quais passava e o atacante viu em uma mudança para Lisboa a ocasião de provar que ainda é um jogador muito útil, a despeito de já ter chegado à casa dos 30 anos. Após um início que demandou uma adaptação, Jonas se entrosou com Lima e desandou a marcar gols.

Em 35 jogos, marcou 31 gols e proveu oito assistências (recorde absoluto de seu clube na campanha). Ademais, conseguiu a vice-artilharia do Campeonato Português, ajudou sua equipe a conquistar o título nacional e a Taça da Liga e surpreendeu, afinal, quem diria que um atacante dispensado pelo Valencia chegaria sem custos ao Benfica e brilharia tanto?

5 – Harry Kane – Tottenham

O início de temporada de Harry Kane registrou uma espera de nove rodadas da Premier League para finalmente balançar as redes adversárias e, no começo, o inglês chegou a ser aproveitado como segundo atacante e até mesmo como winger. Até então, o jogador não transmitia a impressão de que se tornaria um centroavante artilheiro, afinal, na temporada anterior havia marcado apenas quatro gols, em 19 jogos.

No entanto, após uma partida excelente contra o fraco Asteras Tripolis, da Grécia, ocasião em que marcou um hat-trick em partida válida pela Europa League, Kane recebeu um voto de confiança de Mauricio Pochettino e logo desembestou a balançar as redes.

Preterido no início da temporada 2014-2015, vendo Emmanuel Adebayor e Roberto Soldado ganharem mais oportunidades, o garoto esperou sua chance e quando ela finalmente veio, agarrou-a com unhas e dentes. Ao final da temporada, Kane registrou a marca de 31 gols em 51 jogos, conquistando a vice-artilharia da Premier League, o prêmio de Jogador Jovem do Ano e um lugar no Time do Ano, ambas as láureas oferecidas pela PFA (Professional Footballers’ Association).

Além disso, o garoto marcou importantes gols contra Chelsea, Arsenal e Liverpool e ganhou sua primeira oportunidade no English Team, estreando com gol. Nem o próprio Harry Kane poderia imaginar que sua temporada seria tão boa.

6 – Jérémy Ménez – Milan


Quando abriu a porta dos fundos do Paris Saint-Germain, onde não conquistou seu espaço, Jérémy Ménez foi chamado pelo Milan e, sem custos, retornou à Itália, país onde vivera entre 2008 e 2011, tendo defendido a Roma na ocasião. 

Com a decadência pela qual passa o Milan, nas últimas temporadas, a única certeza que se tinha à época da contratação do francês era a de que sua vinda era condizente com o atual estatuto do clube milanês, uma equipe que não mais consegue lutar pelos grandes craques.

Apesar disso, o atleta confirmou-se como o grande nome de uma equipe cuja decadência salta aos olhos. Em números, Ménez fez a melhor temporada de sua carreira, anotando 16 gols em 34 jogos e se acostumando a atuar em função que não lhe era peculiar: o centro do ataque. A despeito disso, teve oportunidades por todos os setores de frente e realmente fez a diferença. Nem a temporada terrível do Milan – a pior dos últimos 17 anos – foi capaz de diminuir o brilho de seu camisa 7, em quem pouca expectativa foi depositada no início da temporada.

7 – Max Gradel – Saint-Étienne


Sempre visto como um atacante de lado de campo talentoso e veloz, mas pouco produtivo, o marfinense Max Gradel contrariou esse prognóstico de forma inequívoca em 2014-2015, tendo sido o grande nome de uma ótima temporada do Saint-Étienne, em uma campanha que quase levou o clube à Europa League. Fazendo um pouco de tudo, revezando-se nos flancos e na posição de centroavante, o camisa 7 marcou muitos gols (1/3 do total de seu time na Ligue 1).

Após três temporadas na França, em que sua maior marca na artilharia havia mostrado apenas seis gols, em 2011-2012, o atacante alcançou a segunda melhor marca de sua carreira e a segunda melhor média de gols de sua trajetória. Antes, jogando a Championship pelo Leeds United, em 2010-2011, havia marcado 18 gols em 44 jogos. Na campanha recém-finda, foi às redes 17 vezes, em 40 jogos.

Cabe destacar, ainda, a excelente sequência que alcançou entre as rodadas 26 e 30 da Ligue 1, ocasião em que marcou um total de seis gols em cinco partidas, sem passar em branco em uma sequer, e as três rodadas finais, quando anotou cinco gols e, por um ponto, não conseguiu um lugar em uma competição continental para os Verts.

8 – Fernandão – Bursaspor


Cria do América-RJ, Fernandão rodou por 11 clubes no Brasil até, por fim, chegar à Turquia. Grandalhão, o centroavante construiu uma fama de artilheiro, trombador e bom cabeceador, mas sem tantos recursos técnicos. Após viver ótimo momento no Bahia, emprestado pelo Atlético Paranaense, o brasileiro rumou para o futebol turco, onde defendeu o Bursaspor na temporada recém-encerrada.

Se no Brasil seu cartaz nunca tenha representado nada muito relevante, em um novo país, Fernandão tratou de colocar um fim nisso. Embora sua equipe tenha ficado de fora, por dois pontos, das posições que conduzem às competições continentais, o goleador brilhou. 

Em 44 jogos na temporada, marcou 26 gols e proveu oito assistências. Na Liga Turca, foi o autor de 22 tentos, o grande artilheiro da temporada, se superiorizando a nomes como Demba Ba, Welliton, Óscar Cardozo, Moussa Sow e Burak Yilmaz. Seu ótimo desempenho o colocou em alta no mercado turco e tem sido especulada sua saída para o Fenerbahçe. 

9 – Luuk de Jong –  PSV


Destaque do Twente na temporada 2011-2012, Luuk de Jong, irmão de Siem de Jong, foi vendido a peso de ouro para o Borussia Mönchengladbach ao final da campanha supracitada (por cerca de 15 milhões de euros). Começou aí sua senda de fracassos. Em uma temporada e meia, disputou 45 jogos e marcou míseros oito gols pelos Fohlen

Na outra metade da temporada em que seguiu longe da Holanda, de Jong representou as cores do Newcastle e teve desempenho ainda pior: em 12 jogos não marcou gols. Havia solução para o atacante que tão caro custara e tão pouco fizera? Um retorno ao seu país provou que sim.

Contratado pelo PSV por aproximadamente um terço do que o clube alemão havia dispendido em 2012, a equipe neerlandesa ressuscitou a veia goleadora do atleta, que ainda tem apenas 24 anos. Em 45 jogos, marcou 26 gols e, mais do que isso, assistiu seus companheiros 14 vezes. Se não marcou mais do que Memphis Depay, seu companheiro, provou que seu futebol ainda existia, ajudando o PSV a voltar ao topo do futebol holandês e se afirmando como o vice-artilheiro da Eredivisie em 2014-2015.

Para coroar seu renascimento, voltou a ser convocado para a Laranja Mecânica.

Comentários

  1. Ótima lista! Concordo com todos os nomes ai presentes e o post foi tão completo que eu não consigo lembrar de nenhum outro nome para acrescentar! Parabéns pelo ótimo trabalho no blog!

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