Os meninos de Jardim
Contratado para liderar o Monaco no início da temporada, Leonardo Jardim, venezuelano naturalizado português, aportou no principado credenciado por levar o Sporting CP à melhor campanha nacional desde 2008-2009 – e ajudar o torcedor a esquecer a pior temporada de sua história. Com uma equipe recheada de garotos, trouxe de volta a essência dos Leões e afirmou os talentos de Cédric Soares, William Carvalho e Adrien Silva, peças-chave para a equipe e formadas na base sportinguista.
Com a missão de fazer frente ao
Paris Saint-Germain, viu os grandes craques da equipe partirem – James Rodríguez
e Falcao García – além de jogadores importantes como o experiente Éric Abidal e
o atacante Emmanuel Rivière, que havia feito muitos gols na última edição da
Ligue 1. Como reposição, o treinador não recebeu nenhum grande nome, mas muitos
garotos de potencial. São os casos do português Bernardo Silva, do
franco-marfinense Tiemeoué Bakayoko e do zagueiro brasileiro Wallace.
Juntaram-se aos garotos recém-chegados
outros que já se encontravam na equipe monegasca, como os laterais Fabinho e
Layvin Kurzawa, o volante Geoffrey Kondogbia, o winger Yannick Ferreira Carrasco e o atacante Anthony Martial,
todos jogadores de talento e potencial sabido. Apesar de muitos serem seus
talentos, Les Rouges et Blancs
sofreram o baque da perda de suas referências – sobretudo a de James (foto), uma vez
que Falcao foi baixa frequente na última temporada – e passaram por um período
de muita instabilidade no início do ano. Nos dez primeiros jogos, o Monaco
venceu quatro, perdeu quatro e empatou dois.
No entanto, com o ganho do
conhecimento de suas opções e passado um período de adaptações, Jardim
conseguiu colocar o time em seus eixos e, por volta de dezembro, a equipe
embalou uma sequência de 13 jogos invicta – com onze vitórias e dois empates.
Com o Campeonato Francês embolado, o Monaco chegou inclusive a se meter na luta
pelo título, “tripolarizada” entre Olympique de Marselha, Lyon e PSG. Apesar
disso, foi na UEFA Champions League que o time mostrou sua melhor face,
sobretudo na partida contra o Arsenal, no Emirates Stadium.
"É preciso concentrarmo-nos nos objetivos no campeonato. Após esta
excelente campanha, representamos bem a França e o Monaco. Mostramos à Europa
que produzimos bom futebol. Estou desapontado com o resultado mas orgulhoso
pelos nossos dois jogos," disse o treinador após a eliminação da equipe
na Champions.
Seja na lateral ou no meio-campo,
o brasileiro Fabinho se confirmou um jogador de grande consistência e
importante válvula de escape do time; pela faixa canhota, Kurzawa é alternativa
incisiva (proveu cinco assistências na temporada); no meio-campo, a cada dia,
Kondogbia comanda mais as ações, demonstrando um acerto de passe de 86,8% na
Ligue 1 e 85,4% na UEFA Champions League; jogando grande parte dos jogos pelos
lados do campo, Bernardo Silva passou a marcar gols (já são oito na temporada),
e Ferreira Carrasco se confirmou o grande assistente do time (com 13 passes
para gol na temporada); no ataque, Martial é o artilheiro da equipe, com 11 gols na temporada – além de seis assistências.
Além deles, Wallace e o meia-atacante Matheus Carvalho, tido por muitos como uma “eterna promessa” no Fluminense, têm demonstrado importante desempenho.
Assistido pela experiência de
jogadores com o goleiro Danijel Subasic, o zagueiro Ricardo Carvalho, o volante
Jérémy Toulalan, os meias João Moutinho e Nabil Dirar, e o atacante Dimitar
Berbatov, Leonardo Jardim potencializou o desempenho de muitos garotos e,
apesar de passar uma temporada sem conquistas, já consegue projetar um
2015-2016 muito melhor. É o que mostram a boa campanha na UEFA Champions League
e a terceira colocação na Ligue 1.
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