Times de que Gostamos: Fenerbahçe 2006-2008
Na última
semana, o Huracán, de Javier Pastore e Mario Bolatti, foi lembrado. Nesta, o foco será o Fenerbahçe do período entre 2006 e 2008, que,
além de contar com muitos brasileiros no time, tinha Zico no comando técnico.
Em pé: Volkan Demirel, Deivid, Edu Dracena, Diego Lugano, Selcuk, Gönül Agachados: Wederson, Mehmet Aurélio, Boral, Kezman e Alex. |
Time: Fenerbahçe
Período:
2006-2008
Time base:
Volkan Demirel; Turaci (Gönul), Edu Dracena, Diego Lugano, Roberto Carlos (Ümit
Ozat); Mehmet Aurélio, Sahin Selcuk (S. Appiah), Alex, Tuncay (Kazim-Richards);
Deivid e Kezman (S. Senturk). Téc.: Zico
Conquistas:
Campeonato Turco e Supercopa da Turquia.
Treinado
por Zico, que vinha de um longo e bom trabalho na Seleção Japonesa, o
Fenerbahçe das temporadas 2006-07 e 2007-08 conquistou glórias nacionais e,
além disso, fez sua melhor campanha na UEFA Champions League da história. Na última das campanhas mencionadas, chegou às quartas de finais do certame continental, mas acabou eliminado marginalmente pelo futuro vice-campeão Chelsea (3 a 2).
Com
um grande ex-camisa 10 brasileiro no banco e outro fantástico, Alex, ou Alex de
Souza, para os turcos, na cancha, os Sari
Kanaryalar — Canários Amarelos — jogaram um futebol belo e eficiente, conquistando expressivos resultados.
No Campeonato Turco 2006-07, não teve para ninguém. Somando nove pontos a mais
do que o Besiktas e 14 em relação ao Galatasaray, seu principal rival, o
Fener foi absoluto, classificando-se para a terceira rodada eliminatória da Liga dos Campeões da Europa. Na competição continental, depois de se superiorizar ao
PSV e ao CSKA na fase de grupos (passando de fase atrás, apenas, da
Internazionale), eliminou o Sevilla, então bicampeão da Copa da Uefa, e, por
muito pouco, não bateu o Chelsea.
No
gol, o clube turco vivia uma época de transição. Ídolo do clube e do país,
Rüstü Reçber (recordista de jogos pela Seleção Turca, com 120 partidas) já dava
sinais de decadência. Em contraponto, Volkan Demirel, que havia tido destaque
nas equipes de base do país, pedia passagem no clube em que se tornaria referência mais tarde. Dono de bom posicionamento e qualidade nos confrontos de um-para-um, ganhou a posição e viu Rüstü partir para o rival Besiktas.
Pelos flancos, o clube sofreu mudanças de uma temporada para a outra. Titular da ala
direita em 2006-07, Önder Turaci era um jogador de características
defensivas, podendo atuar, inclusive, na zaga. Já o lado esquerdo tinha a
presença do versátil Ümit Özat, apesar deste trabalhar com a perna direita. Dono de bons recursos técnicos, podia fazer qualquer função
da defesa, jogar como volante e, ainda, como meia pelos flancos. Na temporada
seguinte, Turaci foi perdendo a titularidade para o ofensivo Gökhan
Gönül, chamado de “Cafu Turco”, e, na esquerda, o espetacular Roberto Carlos assumiu o posto deixado por Özat, que rumou para o Colônia.
A
competente zaga da equipe foi composta por dois jogadores muito conhecidos do
público tupiniquim. De um lado, o brasileiro Edu Dracena, ex-Cruzeiro. Do outro, o
uruguaio Diego Lugano, ex-São Paulo. Apesar de guardarem algumas semelhanças,
como a liderança e a qualidade no jogo aéreo, os defensores tinham competências díspares e complementares. Enquanto Dracena apostava suas fichas em um estilo de jogo mais calmo, Lugano incorporava o próprio xerife. Destaca-se, ainda, que além da categoria na defesa,
os beques também eram importantes no ataque. No período comentado, juntos, marcaram
10 gols.
Trabalhando
duro na destruição das jogadas adversárias, Marco Aurélio que, em 2006, se
tornou Mehmet Aurélio, em função de ter se naturalizado turco, era uma barreira
poderosa no meio-campo. Dono de grande
força, noção tática e qualidade de desarmes, era o principal “carregador de
piano” da equipe e um dos atletas mais assíduos. Na primeira das duas
temporadas, seu principal companheiro na contenção foi o ganense Stephen
Appiah, ex-jogador da Juventus e dono de boa saída de jogo. Contudo, na época
seguinte, lesionou-se e deu lugar ao turco Selcuk Sahin, atleta de qualidade
inferior à do africano, mas que não trouxe grande prejuízo à equipe.
Abrilhantando
o futebol da equipe na criação, Alex era o craque do time. Sua incrível visão
de jogo, qualidade de passe e finalização, aproximação ao ataque e cobranças de
faltas o tornaram um dos maiores ídolos do clube turco. Ao final de sua
passagem por Istambul, Alex deixaria registrada a impressionante marca de 346
jogos, 172 gols e 139 assistências. E ele não habitava o setor sozinho. Quem, comumente, compunha a criação
com ele era o turco Tuncay Sanli, que podia atuar também no ataque,
tanto pelo centro quanto pelos flancos, e tinha muita movimentação. Certa vez,
Zico se referiu à Tuncay como a “alma da equipe”. Com
a saída do turco em 2007, quem ganhou muitas oportunidades foi o rápido Colin
Kazim-Richards.
Avançados,
Deivid e o sérvio Mateja Kezman tinham a tarefa de fazer os gols e viveram um
bom momento juntos. Com facilidade para se movimentar por toda a faixa de ataque,
destacaram-se, tanto balançando as redes quanto abrindo espaços para os gols de
seus companheiros. Juntos, nas campanhas em foco, marcaram 50
gols. Além deles, a equipe também costumava apostar frequentemente, ba participação de
Semih Sentürk, um reserva muito utilizado de muita presença de área e
que costumava deixar seus golzinhos.
Como
opções para o técnico Zico, o Fenerbahçe tinha ainda muitas e boas peças de reposição. Citando
apenas alguns nomes, a equipe de Istambul , no período entre 2006 e 2008, contou com a qualidade de Ugur Boral, Baris
Deniz, Gökçek Wederson (outro brasileiro naturalizado turco), Claudio Maldonado
– volante muitíssimo conhecido no futebol brasileiro –, Tümer Metin, outro reserva que muito atuou na temporada 2006-07, além dos
já citados Turaci e Sentürk.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
33ª
rodada do Campeonato Turco 2006-2007: Galatasaray 1x2 Fenerbahçe
Estádio
Ali Sami Yen, Istambul
Gols:
’24 Diego Lugano e ’39 Edu Dracena (Fenerbahçe); ’89 Arda Turan (Galatasaray)
Galatasaray:
Mondragón; Sabri, Tomas, Rigorbert Song, Haspolatli (Hasan Kabze), Orhan AK;
Mehmet Topal (Arda Turan), Junichi Inamoto, Ayhan Akman; Necati Ates (Hakan
Sükur) e Ümit Karan. Téc.: Eric Gerets
Fenerbahçe:
Kulbilge; Önder Turaci, Diego Lugano, Edu Dracena, Ümit Özat; Mehmet Aurélio,
Deniz Baris, Serkan Balci (Yozgatli); Tuncay Sanli (Deivid), Tümer Metin (Aslan)
e Kezman. Téc.: Zico
Final
da Supercopa da Turquia 2007: Besiktas 1x2 Fenerbahçe
Estádio
RheinEnergie, Colônia
Árbitro:
Firat Aydinus
Público
38.000
Gols:
’14 Deivid e ’86 Kezman (Fenerbahçe); ’20 Bobô (Besiktas)
Besiktas:
Arikan; Toraman, Kurtulus, Kas, Uzülmez; Édouard Cissé, Mehmet Yozgatli (Serdar
Özkan), Koray Avci (Can Erdem), Matías Delgado; Bobô e Ibrahim Akin (Rodrigo
Tello). Téc.: Ertugrul Saglam
Fenerbahçe:
Kulbilge; Önder Turaci, Edu Dracena, Can Arat, Roberto Carlos; Mehmet Aurelio, Deniz
Baris, Ugur Boral (Ali Bilgin), Alex (Kazim-Richards); M. Kezman (Selçuk Sahin)
e Deivid. Téc.: Zico
Fase
de grupos da UEFA Champions League 2007-2008: Fenerbahçe 1x0 Inter
Estádio
Sükrü Saracoglu, Istambul
Árbitro:
Luis Medina Cantalejo
Público
44.212
Gol:
’43 Deivid (Fenerbahçe)
Fenerbahçe:
Volkan; Önder Turaci, Diego Lugano, Edu Dracena, Roberto Carlos; Mehmet
Aurelio, Deniz Baris, Wederson, Alex; Kezman (Semih Sentürk) e Deivid. Téc.:
Zico
Inter:
Júlio César; Javier Zanetti, Nelson Rivas, Walter Samuel, Maxwell; Esteban
Cambiasso, Olivier Dacourt (Luis Jiménez), Santiago Solari (Luís Figo), Dejan
Stankovic; David Suazo (Crespo) e Zlatan Ibrahimovic. Téc.: Roberto Mancini
Oitavas
de finais da UEFA Champions League: Fenerbahçe 3x2 Sevilla
Estádio
Sükrü Saracoglu, Istambul
Árbitro:
Florian Meyer
Público
46.210
Gols:
’16 Kezman, ’56 Diego Lugano e ’87 Semih Sentürk (Fenerbahçe); ’23 Edu Dracena
(contra) e ’67 Julien Escudé (Sevilla)
Fenerbahçe:
Volkan; Gönul, Diego Lugano, Edu Dracena, Roberto Carlos (Wederson); Mehmet
Aurélio, Selçuk Sahin, Alex, Ugur Boral (Kazim-Richards); Kezman (Semih Sentürk)
e Deivid. Téc.: Zico
Sevilla:
Palop; Dani Alves, Escudé, Dragutinovic, Adriano; Duda (Capel), Poulsen, Keita,
Jesús Navas; Luis Fabiano e Kanouté. Téc.: Manuel Jiménez
Quartas
de finais da UEFA Champions League: Fenerbahçe 2x1 Chelsea
Estádio
Sükrü Saracoglu, Istambul
Público
49.055
Gols:
’64 Kazim-Richards e ’80 Deivid (Fenerbahçe); ’12 Deivid (contra) (Chelsea)
Fenerbahçe:
Volkan; Turaci, Diego Lugano, Edu Dracena, Wederson; Mehmet Aurelio, Maldonado,
Ugur Boral (Kazim-Richards), Alex; Kezman (Semih Sentürk) e Deivid. Téc.: Zico
Chelsea:
Cudicini; Essien; Ricardo Carvalho, John Terry, Ashley Cole; Makelele, Lampard
(Mikel), Ballack; Malouda, Drogba e Joe Cole (Anelka). Téc.: Avram Grant
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