Times de que Gostamos: Napoli 1988-1990
No último post da série, o grande San Lorenzo do início do século XXI foi o objeto de análise. Nesta semana, trato do excepcional time do Napoli das temporadas 1988-1989 e 1989-1990, que contou com uma maravilhosa dupla, Diego Maradona e Careca.
Em pé: Giuliani, Francini, Ferrara, Crippa, Maradona. Agachados: De Napoli, Carannante, Fusi, Careca, Neri e Renica. |
Time: Napoli
Período:
1988-1990
Time base:
Giuliani; Ferrara, Renica, Corradini (Baroni), Francini; Alemão, Fusi (Crippa),
De Napoli e Diego Maradona; Careca e Carnevale. Téc. Ottavio Bianchi/Alberto
Bigon
Conquistas: Copa
da UEFA e Campeonato Italiano.
Defendendo a meta napolitana, o goleiro Giuliano Giuliani não tinha a qualidade de outros goleiros italianos de seu tempo. Todavia, também não comprometia. Vindo do Verona, esteve no clube justamente nas temporadas 1988-1989 e 1989-1990, participando das grandes vitórias do clube. Pela Seleção Italiana, disputou os Jogos Olímpicos de 1988. Morreu em 1996, aos 38 anos, em decorrência de complicações causadas pela AIDS.
As laterais da equipe tinham dois jogadores de características defensivas. Pelo lado direito, jogava Ciro Ferrara, ídolo do clube e, posteriormente, da Juventus, que tinha bom vigor físico e implacável capacidade de marcação (com o tempo firmou-se na zaga). O atleta foi um típico defensor italiano. Pelo outro lado, atuou Giovanni Francini, também afeito ao trabalho defensivo. Os dois atletas estão entre os que mais vestiram a camisa do Napoli. Ferrara é o quatro colocado, com 322 jogos disputados. Por sua vez, Francini ocupa a vigésima posição, com 250 partidas.
Um pouco mais
avançado, havia o meia Fernando De Napoli. Fazendo a transição do jogo
napolitano, buscando a bola com os volantes e conduzindo a equipe ao ataque, o
jogador foi importantíssimo. No total, disputou 242 jogos pelo time e
representou a Squadra Azzurra na Copa
do mundo de 1990.
Um time bem
composto, um gênio e um matador. Assim se define o grande time do Napoli do
final da década de 80. Os Ciucciarelli
brilharam em uma época em que o campeonato italiano era o expoente máximo do
futebol bem jogado. O Milan tinha Maldini, Baresi e Van Basten, a Inter os
alemães Brehme, Matthäus e Klinsmann, a Juventus o dinamarquês Michael Laudrup
e, ainda havia, a Sampdoria de Toninho Cerezo, Pagliuca, Roberto Mancini e
Gianluca Vialli.
Apesar de o
Campeonato contar com tantos times de excelente qualidade, nenhum deles, exceto
o Napoli, tinha um gênio, um “semideus” de chuteiras. Diego Armando Maradona, El Pibe de Oro, abrilhantava o
Campeonato Italiano. Sorte dos napolitanos, que passaram a figurar entre os grandes do país e desfrutaram um dos melhores,
senão o melhor, momento de sua história.
A qualidade do
time também rompeu as fronteiras da Bota,
e a equipe conquistou a Copa da UEFA, batendo, durante seu percurso,
equipes como o Bordeaux, Juventus, Bayern de Munique e o finalista Stuttgart, do
atacante Jürgen Klinsmann.
Defendendo a meta napolitana, o goleiro Giuliano Giuliani não tinha a qualidade de outros goleiros italianos de seu tempo. Todavia, também não comprometia. Vindo do Verona, esteve no clube justamente nas temporadas 1988-1989 e 1989-1990, participando das grandes vitórias do clube. Pela Seleção Italiana, disputou os Jogos Olímpicos de 1988. Morreu em 1996, aos 38 anos, em decorrência de complicações causadas pela AIDS.
As laterais da equipe tinham dois jogadores de características defensivas. Pelo lado direito, jogava Ciro Ferrara, ídolo do clube e, posteriormente, da Juventus, que tinha bom vigor físico e implacável capacidade de marcação (com o tempo firmou-se na zaga). O atleta foi um típico defensor italiano. Pelo outro lado, atuou Giovanni Francini, também afeito ao trabalho defensivo. Os dois atletas estão entre os que mais vestiram a camisa do Napoli. Ferrara é o quatro colocado, com 322 jogos disputados. Por sua vez, Francini ocupa a vigésima posição, com 250 partidas.
Durante a
temporada 1988-1989, a defesa foi formada por Alessandro Renica e Giancarlo
Corradini. Defensores muito fortes, formavam com os laterais uma defesa quase
intransponível. O primeiro atuou na equipe entre 1985 e 1991, enquanto o
segundo chegou do Torino em 1988, permanecendo na equipe até 1994, ocasião em
que encerrou a carreira. Corradini consolidou, ainda, a 24ª posição na lista dos
jogadores que mais vestiram a camisa napolitana, com 230 partidas. Na temporada
seguinte, com a chegada de Marco Baroni, Renica perdeu a condição de titular,
passando a ser um reserva importante.
À frente da
defesa, os Azzurri tinham três
meio-campistas de grande qualidade. Na contenção, o brasileiro Alemão,
ex-Botafogo, e o italiano Luca Fusi montavam uma impressionante guarda. A dupla
tinha uma dura responsabilidade: garantir total liberdade para os
jogadores ofensivos da equipe,
sobretudo, Maradona. A conquista de títulos consigna a qualidade da dupla de
volantes. Alemão também ficou marcado por marcar um dos gols da final da Copa
da UEFA.
Livre para fazer
acontecer, Maradona era o grande craque do Napoli, o maior de todos os tempos.
Com uma canhota que dispensa comentários, o argentino protagonizou lances de
rara beleza, dribles de impressionante precisão, assistências assombrosas e, especialmente,
marcou gols, muitos gols. Capitão da equipe, Maradona é o 13º jogador que mais
vezes envergou o manto celeste do Napoli, sendo, também, o maior artilheiro da
história do clube, com 115 gols.
Adiante, a
equipe tinha as presenças de um dos melhores centroavantes da história do
futebol brasileiro e de um bom atacante italiano. Careca e Carnevale formaram
uma grande dupla de ataque. O ex-atacante de Guarani e São Paulo era a estrela
do ataque, o matador, sendo vital para o sucesso da equipe. Nos 221 jogos que
disputou pelo clube, marcou 95 gols, marca que lhe garante a sexta posição no
ranking dos maiores artilheiros do Napoli. Já o italiano foi um excelente
coadjuvante, marcando muitos e importantes gols. Em 154 jogos, anotou 47
tentos.
Na temporada
1988-1989, quando conquistou a Copa da UEFA, o Napoli foi treinado por Ottavio
Bianchi, ex-jogador do próprio clube e responsável pela montagem do time. Alberto
Bigon, seu sucessor, conseguiu dar continuidade no trabalho, mantendo o clube
numa senda de títulos. No banco de reservas havia, ainda, a presença de alguns
bons nomes, mormente, o lateral Antonio Carannante, o meia Massimo Crippa,
substituto imediato de qualquer dos meio-campistas, e Massimo Mauro, contratado
em 1989. Este período marcou, ainda, a ascensão de Gianfranco Zola, grande
ídolo do Chelsea.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Semifinal da
Copa da UEFA 1988-1989: Napoli 2x0 Bayern de Munique (Jogo de Ida)
Estádio San
Paolo, Nápoles
Público 77.593
Gols: ’41 Careca
e ’60 Carnevale (Napoli)
Napoli:
Giuliani; Ferrara, Renica, Corradini, Francini; Alemão, Fusi, De Napoli,
Maradona (Carannante); Careca e Carnevale. Téc. Ottavio Bianchi
Bayern: Aumann; Johnsen (Grahammer), Augenthaler, Thon; Reuter, Dorfner,
Flick, Nachtweih, Kögl; Ekström (Eck), Wohlfarth. Téc. Jupp Heynckes
Final da Copa da
UEFA 1988-1989: Napoli 2x1 Stuttgart (Jogo de Ida)
Estádio San
Paolo, Nápoles
Árbitro:
Gerasimos Germanakos
Público 83.000
Gols: ’68
Maradona e ’87 Careca (Napoli); ’17 Gaudino (Stuttgart)
Napoli:
Giuliani; Ferrara, Renica, Corradini (Crippa), Francini; Alemão, Fusi, De
Napoli, Maradona; Careca e Carnevale. Téc. Ottavio Bianchi
Stuttgart: Immel; Schmäler, Allgöwer, Buchwald, Schafer, Schröder;
Katanec, Hartmann, Sigurvinsson; Gaudino e Fritz Walter (Zietsch). Téc. Arie Haan
7ª rodada do
Campeonato Italiano 1989-1990: Napoli 3x0 Milan
Estádio San
Paolo, Nápoles
Árbitro:
Pierluigi Pairetto
Público 62.283
Gols: ’19 e ’45
Carnevale e ’84 Maradona (Napoli)
Napoli:
Giuliani; Ferrara, Baroni (Zola), Fusi, Francini; Alemão, Crippa, De Napoli,
Maradona; Careca e
Carnevale (Mauro). Téc. Alberto Bigon
Milan: Galli;
Tassotti, Costacurta, Baresi, F. Galli; Rijkaard (M. Simone), Ancelotti, Stroppa
(Lantignotti), Colombo, Evani; Borgonovo. Téc. Arrigo Sacchi
9ª rodada do
Campeonato Italiano 1989-1990: Napoli 2x0 Inter de Milão
Estádio San
Paolo, Nápoles
Árbitro: Carlo
Longhi
Público 78.630
Gols: ’75 Careca
e ’84 Maradona (Napoli)
Napoli:
Giuliani; Ferrara, Baroni, Corradini (Mauro); Alemão (Bigliardi), Fusi, Crippa,
De Napoli, Maradona; Careca e Carnevale. Téc. Alberto Bigon
Inter de Milão:
Zenga (Malgioglio); Verdelli, Ferri, Bergomi, Brehme; Mandorlini, Berti,
Matthäus, Matteoli; Morello e Klinsmann. Téc. Giovanni Trapattoni
ciro jugaba bien.
ResponderExcluirEsse time é meio subestimado. Ciro Ferrara jogava muito, Careca outro monstro, Giordano, Carnevale titular da seleção italiana, Renica outro monstro na defesa, Alemão, um dos maiores volantes que ja existiu. De resto, concordo, era um time "bem composto"
ResponderExcluirEssa descrição não foi usada, de modo algum, para diminuir o time. Um dos grandes da história do Calcio, muito provavelmente em seu período mais dourado. Entretanto, é impossível não colocar Maradona em primeiro plano. Ao falar dos jogadores, em si, fica evidente que eram um grupo com muitas qualidades
ExcluirEsse time é meio subestimado: Careca, Carnevale, Giordano, Ferrara, Renica, Alemão. Realmente era um time muito bem composto, onde as peças se encaixavam, mas acho que vai além disso. Esses caras jogavam muito
ResponderExcluirLembrando que o sul da italia sempre foi marginalizado pelo norte por isso maradona e cia davam 200%a mais para derrotar inter milan e juve.a respeito do time esse napoli era uma copia da argentina campea de 86 pois tinha o melhor do mundo solto para derrubar defesas sozinho e um punhado de bons e otimos coadjuvantes que corriam e marcavam por el diez.esse napoli ficou imortalizado no brasil com a chegada de careca e a transmissao dos jogos na band domingo de manha com narracao de silvio luiz comentarios de silvio lancellotti e o cozinheiro giovanni bruno que sempre fazia um prato tipico da italia.
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