Times de que Gostamos: Nottingham Forest 1978-1980
No retorno da seção “Times de que Gostamos” trago
à memória dos amantes do futebol o fantástico time do Nottingham Forest do
período temporada 1978-1980, quando os Foresters
chegaram ao topo da Europa.
Time: Nottingham Forest
Período: 1978/1980
Time Base: Shilton; Viv Anderson, Clark (Gray),
Burns, Lloyd; McGovern, Archie Gemmil (Trevor Francis), Martin O’Neill (Ian Bowyer), Robertson; Woodcock,
Birtles. Téc. Brian Clough
Conquistas: Uma Copa da Liga Inglesa, uma FA
Charity Shield, duas UEFA Champions League e uma Supercopa da UEFA
Com quase um
século e meio de história, o Nottingham Forest nunca foi um dos gigantes da
Inglaterra. Vindo do subúrbio da pequena cidade de Nottingham, que hoje conta
com aproximadamente 300 mil habitantes, o time tem sua história dividida em duas
partes completamente distintas, como “duas eras”. A primeira deve ser conhecida
como Pré-Clough e a segunda como Pós-Clough.
Ocorre que os
maiores feitos do Forest até a
chegada do treinador Brian Clough haviam sido as duas conquistas da FA Cup, em
1989 e 1959. Pouco para um time que possui quase uma século e meio de
existência (foi fundado em 1865).
Veio, então, o
ano de 1975 e o treinador foi contratado, contando em seu currículo com um
título inglês e uma chegada às semifinais da UEFA Champions League pelo modesto
Derby County. A partir de sua contratação o Nottingham se fez conhecer.
Combinando
experiência e juventude e recrutando jogadores nas divisões inferiores da Inglaterra,
Clough escreveu na história do futebol dois capítulos, dedicando um ao
Nottingham Forest e o outro a si mesmo, um dos grandes treinadores de todos os
tempos.
Defendendo a
meta dos Foresters, estava um dos
jogadores mais emblemáticos da história do futebol inglês, Peter Shilton (foto).
Personagem das histórias de Leicester City, Stoke City, Southampton, Derby
County, Seleção Inglesa (onde ele é o recordista de aparições, com 125), e,
claro, do Nottingham Forest, o goleiro é tido como um dos três maiores de todos
os tempos na Terra da Rainha, ao lado de Gordon Banks, seu predecessor e David
Seaman, seu sucessor. Dono de impressionantes reflexos, defendeu o Nottingham
entre 1977 e 1982.
Pelas laterais atuaram
dois jogadores de simbolismo único. O flanco direito era ocupado por Viv
Anderson e o esquerdo por Larry Lloyd. O primeiro será sempre lembrado por ter
sido o primeiro atleta negro a vestir a camisa da Seleção Inglesa. Um pouco
desengonçado, mas, indubitavelmente, eficiente tanto defensiva quanto
ofensivamente, Anderson convenceu, o então treinador do selecionado inglês, Ron
Greenwood de que no campo o que importa é o futebol, e não a cor. Do outro lado
Lloyd é figura lembrada por ter sido um dos experientes contratados por Brian
Clough. Já vencedor e tendo sido treinado pelo histórico Bill Shankly no
Liverpool, o lateral esquerdo tornou-se uma das referências do Nottingham.
A dupla de zaga foi inicialmente formada pelo
experiente Frank Clark e por Kenny Burns (foto). O primeiro foi um defensor muito
técnico e capaz de desempenhar qualquer papel na linha de defesa. Mas, apesar de
suas boas credenciais, Clark já chegou ao Nottingham aos 32 anos – após 13 no
Newcastle, e, depois da conquista do primeiro título europeu, em 1979, decidiu
encerrar a carreira. Quem assumiu seu posto foi o escocês Frank Gray, que
ocupou bem a posição de seu antecessor, mas, em 1981 decidiu retornar ao Leeds
United, clube que defendeu em mais de 300 partidas. Companheiro dos dois, Burns
é lembrado por sua eficiência defensiva, mas também por ter marcado gols
importantes como o decisivo tento contra o Barcelona na Supercopa da UEFA de
1979.
Postado,
imediatamente, à frente da defesa jogou o maior líder da equipe no campo:
McGovern (foto). O volante escocês chegou ao clube também por indicação de Clough que
o havia treinado no Derby County. Raçudo, o trinco disputou mais de 250 partidas pela equipe e
coube a ele mais um elogio ao treinador Brian Clough: “Ele certamente não
aceitava a mediocridade. Alguns jogadores apareciam pensando que acertar três
bons passes em cinco era suficientemente bom. Ele diria a esses jogadores que
eles seriam sortudos se, acertando quatro passes em cinco, ainda continuassem
na equipe. Ele sempre estava em busca da perfeição.”
Com menos
atribuições defensivas atuaram três meio-campistas. Mais centralizados jogavam Archie
Gemmil e Martin O’Neill (foto). Um pouco mais aberto pelos flancos atuou Robertson. Os
dois primeiros tinham características mais voltadas para a organização do jogo,
já o último era mais incisivo e, frequentemente, unia-se à linha de atacantes
da equipe. Outros dois jogadores que muito atuaram pelo meio campo dos Foresters foram Trevor Francis, que
suplantou Gemmil (e levou à sua saída do clube) e Ian Bowyer, que, somadas as
duas passagens que teve pelo clube, disputou mais de 400 partidas pela equipe.
Mais à frente, a
dupla de atacantes foi formada por Garry Birtles (foto) e Tony Woodcock. Centroavantes
de características semelhantes, cabia aos dois a função de balançar as redes
adversárias. Birtles tinha mais presença de área e Woodcock mais habilidade,
mas, na frente da baliza rival, ambos eram implacáveis.
Além dos
titulares a equipe dispunha de outros jogadores úteis como o defensor Needham, e os atacantes John O’Hare e Gary Mills, mas, nunca é demais ressaltar, a
importância do treinador Brian Clough (foto). Trabalhando incansavelmente e sempre em
busca da perfeição, ele transformou jogadores de segunda divisão e pouco
sucesso em campeões e levou um clube, até então, sem grandes feitos ao topo do
futebol inglês e europeu.
Ficha técnica de alguns
jogos importantes nesse período:
Final da FA Charity
Shield de 1978: Nottingham Forest 5x0 Ipswich Town
Estádio Wembley, Londres
Público 68.000
Gols: Martin O’Neill (duas vezes),
Withe, Lloyd e Robertson (Nottingham Forest)
Nottingham Forest: Shilton; Viv Anderson, Barrett,
Burns, Lloyd; McGovern, Archie Gemmil, Martin O’Neill, Robertson; Peter White
(Needham) e Woodcock. Téc. Brian Clough
Ipswich Town: Cooper; Burley, Parker, Osman,
Mills; Talbot, Wark, Woods; Gates, Paul Mariner, Whymark (Turner). Téc. Bobby
Robson
Final da Copa da Liga
Inglesa de 1979: Nottingham Forest 3x2 Southampton
Estádio Wembley, Londres
Árbitro: P. Reeves
Gols: ’16 David Peach e ’88 Holmes
(Southampton); ’51 e ’79 Birtles, ’83 Woodcock (Nottingham Forest)
Nottingham Forest: Shilton; Barrett, Clark, Needham,
Lloyd; McGovern, Archie Gemmil, Martin O’Neill, Robertson; Birtles e Woodcock.
Téc. Brian Clough
Southampton: Gennoe; Golac, Nicholl, Waldron,
Peach; Holmes, Williams, Alan Ball; Curran, Boyer e Hayes (Sealy). Téc. Lawrie
McMenemy
Final da UEFA
Champions League de 1979: Nottingham Forest 1x0 Malmö FF
Estádio Olímpico, Munique
Árbitro: Erich Linemayr
Público 57.000
Gol: ’45 Francis (Nottinhgam Forest)
Nottingham Forest: Shilton; Viv Anderson, Clark, Burns,
Lloyd; McGovern, Ian Bowyer, Trevor Francis, John Robertson; Birtles e
Woodstock. Téc. Brian Clough
Malmö FF: Möller; Kent Jonsson, Roland
Andersson, Magnus Andersson, Erlandsson; Tapper (Malmberg), Ljungberg, Prytz,
Kinnvall; Tommy Hanson (Tommy Andersson) e Tore Cervin. Téc. Bob Houghton
Final da Supercopa da
UEFA de 1979: Barcelona 1x1 Nottingham (2x1 para os ingleses no agregado)
Estádio Camp Nou, Barcelona
Árbitro: Walter Eschweiler
Público 80.000
Gols: ’25 Roberto Dinamite (Barcelona);
’42 Burns (Nottingham Forest)
Barcelona: Artola; Serrat (Esteban Vigo),
Migueli, Olmo; Estella, Júlian Rubio, Asensi, Tente Sánchez; Carrasco, Roberto
Dinamite, Simonsen. Téc. Rifé
Nottingham Forest: Shilton; Viv Anderson, Frank Gray,
Burns, Lloyd; McGovern, Bowles, Trevor Francis (Martin O’Neill), Robertson;
Charlie George, Birtles. Téc. Brian Clough
Final da UEFA
Champions League de 1980: Nottingham Forest 1x0 Hamburgo
Estádio Santiago Bernabéu, Madrid
Árbitro: António Garrido
Público 50.000
Gol: ’20 Robertson (Nottingham Forest)
Nottingham Forest: Shilton; Viv Anderson, Gray (Gunn),
Burns, Lloyd; McGovern, Gary Mills (O’Hare), Martin O’Neill, Ian Bowyer,
Robertson; Birtles. Téc. Brian Clough
Hamburgo: Kargus; Nogly, Jakobs, Buljan,
Kaltz; Hieronymus (Hrubesch), Memering, Felix Magath, Kevin Keegan; Reimann,
Milewski. Téc. Branko Zebec
Esse time era realmente muito bom... parecia de ferro... Os caras eram muito consistentes... Shilton era uma lenda - e deve ser lembrado que disputava a posição na seleção com outra lenda Ray Clemence, do Liverpool (não fosse assim teria feito ainda mais partidas pelo escrete inglês) ... O Anderson era muito bom ... o Martin O'Neil foi da histórica seleção irlandesa que foi à copa (time muito bom defensivamente)... o Francis foi o jogador mais caro do mundo e, durante um tempo, jogou por dois times, fazendo os campeonatos americano e inglês - faltou a ele, talvez, ser mais constante e deslanchar em um clube - em 82 todo mundo achava que ele e Keegan fariam grande nome na copa, mas nada... o Woodcock era ótimo, rápido e habilidoso - jogou depois no time muito bom do Colônia, onde perfilava no ataque ao lado de Littibarski, Allofs e Fischer, e foi treinado pelo lendário Michels ...
ResponderExcluirAê meu amigo Wladmir,uma coisa que eu não entendo, é como que a FIFA não faz uma copa do mundo novamente na Inglaterra,poxa o que não falta na Inglaterra é estadio.Quase que dava pra fazer uma Copa do mundo só em Londres.Olha só quantos estadios tem em londres.
ResponderExcluirWembley-onde só jogam as finais de campeonato e a seleção Inglesa.
Emirates Stadium-Arsenal
Stamford Bridge-Chelsea
Boleyn Ground-West Ham
White Hart Lane-Totemham
Craven Cottage-Fulham
Loftus Road-QPR
Estadio olimpico de Londres-Sem dono,ou sendo utilizado pelo Westham.
Só em londres ja tem 8 Estadios,4 com grande capacidade, e os outros so iriam precisar de ampliação,é pra fechar as sedes, vc tem os dois estádios de manchester,e mais o do liverpool,e escolheria mais um entre o do Sunderland,Stoke city,Aston villa,Espero muito que a Copa de 2026 seja na terra da rainha.
Novamente brian clough e seu assistente peter taylor pegam um time mediocre e o transformam em bi campeao da europa.mas isso tem explicacao pois clough fazia seus times jogarem sempre um bom futebol mas no forest ele acrescentou tambem um pouco de jogo mais fisico e a mistura deu certo.lembrando que o forest nao quis jogar o mundial de 79 e no de 80 perdeu para o nacional do uruguai na primeira vez que o japao foi sede em jogo unico.
ResponderExcluirRoberto Dinamite (in memoriam) abriu o placar no Camp Nou.
ResponderExcluirMy opinion.... Clough foi o maior técnico da história do futebol inglês. Converteu equipes limitadas em vencedoras !
ResponderExcluir