Times de que Gostamos: Aston Villa 2009-2010

Após lembrar o último grande time do Sporting Clube de Portugal, da temporada 2001-2002, lembro essa semana um time que não conquistou nenhum título, mas com muita organização ameaçou os grandes e foi muito bem nas copas nacionais, o Aston Villa do treinador Martin O’Neill.
Em pé: Heskey, Beye, Cuéllar, Guzan, Davies, Milner.
Agachados: Ashley Young, Reo-Coker, Shorey, Sidwell, Gardner. 


Equipe: Aston Villa

Período: 2009/2010

Time Base: Friedel; Cuéllar, Dunne, Collins, Warnock; S. Petrov; Downing (Sidwell), Milner, Ashley Young; Agbonlahor e John Carew (Heskey). Téc. Martin O’Neill

Conquistas: Nada

O Aston Villa de que trato não é aquele que conquistou a UEFA Champions League na temporada 1981-1982, mas um time montado pelo excelente treinador Martin O’Neill (bicampeão europeu pelo Nottingham Forest como jogador) na metade final da primeira década do século XXI.


Com muita aplicação tática e muitos jogadores de talento, o Villa ameaçou os grandes, e, naquele momento, se firmou com o melhor dos times do “segundo escalão” do futebol inglês. Velocidade, transição rápida (às vezes por meio de ligação direta) e um excelente jogo aéreo foram as marcas principais dos Villans naquele período.


Assim, a temporada 2009-2010 coroou os vários e sólidos anos do clube sob o comando de O’Neill. O clube foi o sexto colocado na Premier League, foi semifinalista na FA Cup e finalista na Copa da Liga. Há quem diga que só não alcançou maior sucesso em razão das poucas opções no elenco, pois o clube sempre começava avassaladoramente as temporadas e com o passar do tempo sofria uma acentuada queda.

Defendendo a meta da equipe de Birmingham, jogou o goleiro norte-americano Brad Friedel (foto). Vindo do Blackburn por £2,5 Milhões em 2008, foi uma das principais figuras da equipe substituindo o bom goleiro dinamarquês Thomas Sorensen que se transferira para o Stoke City. Em três temporadas disputou 114 jogos e ficou marcado, dentre outras razões, por ter defendido um pênalti logo em sua estreia contra o Reading.


A lateral direita foi ocupada, na maior parte das vezes, pelo zagueiro espanhol Carlos Cuéllar e a esquerda por Stephen Warnock (foto), lateral de vocação sabidamente ofensiva. O treinador avaliou que a opção pelo lateral Luke Young poderia prejudicar a estabilidade da equipe, já que a mesma teria dois laterais ofensivos. Na temporada anterior o time atuara com Young pela direita e Wilfried Bouma, também zagueiro, pela esquerda.

Os zagueiros foram o irlandês Richard Dunne (foto), que chegou à equipe vindo do Manchester City onde jogou por nove anos e foi ídolo, e o galês James Collins,  que veio do West Ham. A dupla era carente em qualidade técnica, mas, ainda assim, mostrou muita eficiência enquanto jogou junta. Lentos, mas bons no jogo aéreo, muito fortes fisicamente e no linguajar do futebol “rebatedores” formaram uma dupla de zaga consistente, tendo sido a 4ª melhor defesa da Premier League, atrás apenas da de Chelsea, Manchester United e Liverpool.

Postado na guarda ao setor defensivo o búlgaro Stylian Petrov (foto) foi o capitão da equipe. Depois de ser comandado por Martin O’Neill no Celtic, seguiu para o Villa com o treinador e viveu lá seu auge. Jogador dedicadíssimo, taticamente perfeito e com ótima qualidade nos fundamentos, Petrov conquistou um lugar especial no coração dos torcedores do clube. Em 2012 foi afastado dos gramados devido a uma leucemia e em 2013 abandonou o esporte para se tratar.

Formando uma linha de três meias de muita movimentação, Stewart Downing (foto), pela direita, James Milner, pelo meio, e Ashley Young (foto), pela esquerda, foram os jogadores de maior talento da equipe. Enquanto Downing e Young, que eram jogadores muito agudos, faziam os lados, revezando-se e trocando de posição, Milner tinha liberdade para atuar por toda a faixa central.

No ataque jogou uma dupla de características complementares. A cota de talento e velocidade cabia ao inglês Gabriel Agbonlahor (foto). Já o oportunismo e o faro de gol eram responsabilidade do grandalhão norueguês John Carew (foto), artilheiro da equipe na temporada com 17 gols. A fase da dupla foi tão boa que rendeu convocações à Agbonlahor, e o centroavante Emile Heskey teve poucas chances no selecionado principal.


Outras figuras que tiveram relevância durante a temporada foram os citados Luke Young e Emile Heskey, além dos meio-campistas Steve Sidwell, Nigel Reo-Coker, e Fabian Delph. Mas, como dito, o banco de reservas tinha poucas opções que mantivessem o padrão da equipe. Quem realmente se destacou fora dos campos foi o treinador Martin O’Neill (foto), que conseguiu, com um orçamento limitado, organizar técnica e taticamente a equipe e levar o Aston Villa à disputa de títulos.



Ficha técnica de alguns jogos importantes no período da equipe nesse período:

3ª rodada do Campeonato Inglês: Liverpool 1x3 Aston Villa

Estádio Anfield, Liverpool

Árbitro: Martin Atkinson

Público 43.667

Gols: ’34 Lucas Leiva (contra), ’45 Davies e ’75 Ashley Young (Aston Villa); ’72 Fernando Torres (Liverpool)  

Liverpool: Reina; Glen Johnson, Carragher, Skrtel, E. Insúa; Mascherano, Lucas Leiva (Voronin), Steven Gerrard, Benayoun (Babel); Kuyt e Fernando Torres. Téc. Rafa Benítez

Aston Villa: Friedel; Beye, Davies, Cuéllar, Shorey; S. Petrov, S. Sidwell, Reo-Coker, Milner, Ashley Young (Heskey); Agbonlahor . Téc. Martin O’Neill

9ª rodada do Campeonato Inglês: Aston Villa 2x1 Chelsea

Estádio Villa Park, Birmingham

Árbitro: Kevin Friend

Público 39.047

Gols: ’15 Drogba (Chelsea); ’32 Dunne, ’52 Collins (Aston Villa)


Aston Villa: Friedel; Cuéllar, Dunne, Collins, Warnock; S. Petrov, Sidwell, Milner, Ashley Young; Agbonlahor, Carew (Heskey). Téc. Martin O’Neill

Chelsea: Cech; Bosingwa (Ivanovic), Ricardo Carvalho, John Terry, Ashley Cole; Essien, Lampard, Deco, Malouda (Joe Cole); Drogba e Anelka. Téc. Carlo Ancelotti

16ª rodada do Campeonato Inglês: Manchester United 0x1 Aston Villa

Estádio Old Trafford, Manchester

Árbitro:  Martin Atkinson
Público: 75.130

Gol: ’21 Agbonlahor (Aston Villa)


Manchester United: Kuszczak; Brown, Carrick, Vidic, Evra; Fletcher, Anderson (Gibson), Park Ji-Sung (Berbatov), Valencia, Ryan Giggs (M. Owen); Wayne Rooney. Téc. Alex Ferguson

Aston Villa: Friedel; Luke Young, Cuéllar, Dunne, Warnock (Collins); S. Petrov; Downing (Reo-Coker), Milner, Ashley Young; Agbonlahor e Heskey (Carew). Téc. Martin O’Neill

Semifinais da FA Cup: Aston Villa 0x3 Chelsea

Estádio Wembley, Londres

Árbitro: Howard Webb

Público 85.472

Gols: ’68 Drogba, ’89 Malouda, ’90 Lampard (Chelsea)

Aston Villa: Friedel; Cuéllar, Dunne, Collins, Warnock; S. Petrov; Downing, Milner, Ashley Young; Agbonlahor, Carew (Heskey). Téc. Martin O’Neill

Chelsea: Cech; Paulo Ferreira, John Terry, Alex, Zhirkov; Mikel, Lampard, Deco (Ballack), Malouda, Joe Cole (Kalou); Drogba (Anelka). Téc. Carlo Ancelotti

Final da Copa da Liga: Aston Villa 1x2 Manchester United

Estádio Wembley, Londres

Árbitro: Phil Dowd

Público 88.596

Gols: ‘5 Milner (Aston Villa); ’13 Owen, ’74 Rooney (Manchester United)


Aston Villa: Friedel; Cuéllar, Dunne, Collins, Warnock; S. Petrov; Downing, Milner, Ashley Young; Agbonlahor, Heskey (Carew). Martin O’Neill

Manchester United: Kuszczak; Rafael (Gary Neville), Evans, Vidic, Evra; Carrick, Fletcher, Park Ji-Sung (Gibson), Antonio Valencia; M. Owen (W. Rooney) e Berbatov. Téc. Alex Ferguson

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