Times de que Gostamos: Bayer Leverkusen 2001-2002

Após lembrar o histórico time do Parma da temporada 1998-1999, trato de um time que quase conseguiu alcançar o céu na temporada 2001-2002, o Bayer Leverkusen, que mesmo não tendo conquistado nenhum título, será sempre lembrado pelo grande time que possuía e pelos sucessivos vice-campeonatos.

Em pé: Butt, Brdaric, Lúcio, Ballack, Sebescen,  Zivkovic,
Agachados: Basturk, Ramelow, Schneider, Placente e Neuville.
Equipe: Bayer Leverkusen

Período: 2001/2002

Time Base: Butt; Sebescen, Lúcio, Nowotny (Zivkovic), Placente; Ramelow, Ballack, Zé Roberto, Schneider e Basturk; Oliver Neuville (Berbatov). Téc. Klaus Toppmöller

Conquistas: Nada

O time do quase. Diferentemente dos times vencedores aqui lembrados, o tema de hoje não conquistou nenhum título no período citado. Todavia, ficou marcado pelo ótimo futebol e pelos seus três vices. 

Analisando friamente os resultados, a temporada 2001-2002 foi normal para o Bayer Leverkusen, mas considerando seus feitos, os vices  - da UEFA Champions League, ocasião em que o gênio Zidane marcou um dos mais belos gols da história do futebol; da Copa da Alemanha; e do Campeonato Alemão (por um ponto) - tem-se que levar a sério os feitos do clube da fria e industrial cidade de Leverkusen.

Guardando a meta do clube germânico, estava o goleiro Hans-Jörg Butt (foto). Com bom posicionamento, reflexos e colocação, foi peça muito importante no bom ano do Bayer. Apesar da defesa não ter tido um desempenho exemplar nos momentos decisivos, não se pode queixar do goleiro, que sempre que foi possível interviu muito bem, defendendo o gol. Butt jogou no clube entre 2001 e 2007 e, não fosse a existência de mitos como Oliver Kahn e Jens Lehmann, poderia ter tido mais chances na Seleção.

O miolo defensivo da equipe foi composto pelo experiente Jens Nowotny e pelo brasileiro Lúcio (foto). O primeiro não tinha mais a capacidade física do início de sua carreira, mas era uma das grandes referências da equipe. Seu bom posicionamento, o fez um ótimo cabeceador. Já Lúcio era pura explosão. Zagueiro titular da Seleção Brasileira em 2002, vivia o esplendor de sua forma física, e, se não tinha ainda a segurança que adquiriu com o tempo, à exemplo de seu companheiro, tinha ótimo desempenho aéreo e muita recuperação. Além disso, seus avanços, ainda que por vezes temerários, ajudavam na criação ofensiva da equipe.

Pelas laterais, atuavam dois jogadores com vocação ofensiva, Zoltán Sebescen, jogador alemão de origem húngara, pela direita, e Diego Placente, argentino, pela esquerda. Ambos tinham facilidade no apoio, indo frequentemente à linha de fundo. Como os dois tinham como principal característica os avanços ao ataque, o treinador Klaus Toppmöller tinha como opção mais retraída para a lateral direita o zagueiro Boris Zivkovic, que cumpria bem as atribuições defensivas.

Atuando quase como terceiro zagueiro (tendo sido efetivamente zagueiro durante boa parte da carreira), para dar liberdade aos avanços dos laterais, o capitão Carsten Ramelow, era o primeiro jogador do meio-campo alemão. 

Cabia a ele o primeiro combate aos ataques adversários e a cobertura dos avanços dos laterais, papel que desempenhou muito bem, tendo atuando inclusive nessa função na final da Copa do Mundo de 2002. Um pouco mais à frente jogava a principal estrela da equipe, o meia Michael Ballack (foto). Cabia a ele o início da construção das jogadas. Meio-campista de área-a-área (box-to-box), o alemão tinha muita força física, técnica e um potente cabeceio.

Integrando o meio-campo, mas pelos lados, jogavam Zé Roberto, pela esquerda, e Bernd Schneider (foto), pela direita, Como o brasileiro é originalmente lateral, conseguiu desempenhar, tranquilamente, a função no Bayer, atacando e defendendo com a mesma eficiência e sendo uma boa válvula de escape para a equipe. Já Schneider, não tinha todo o porte físico de Zé Roberto, mas compensava com passes preciosos e uma bola parada de raríssima precisão.

Fechando a linha de quatro meias, estava o turco Yildiray Basturk. Jogador mais avançado da faixa central do campo, o habilidoso atleta era o responsável pela aproximação com o atacante Oliver Neuville, sendo o elo entre o meio-campo e o isolado atacante. 

Com grande visão de jogo e um pé privilegiado, era a peça mais imprevisível do time titular.  Por fim, assumindo a função de artilheiro, Neuville (foto), atacante alemão baixinho e veloz, fez muito sucesso.  Seu bom futebol pelo Bayer o levou à Copa de 2002, ocasião em que, assim como Ramelow, foi titular na final contra o Brasil.



No banco de reservas, como boas opções para o técnico Klaus Toppmöller, estavam o já falado zagueiro Zivkovic, o meia croata Jurica Vranjes e também os atacantes Thomas Brdaric, Ulf Kirsten e, principalmente, Dimitar Berbatov (foto), que, embora fosse reserva, marcou muitos gols na temporada.






Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:

24ª rodada do Campeonato Alemão: Bayer Leverkusen 4 x 0 Borussia Dortmund

Estádio BayArena, Leverkusen

Árbitro: Dr. Helmut Fleischer

Público 22.500

Gols: ’32 Ballack, ’50 Ramelow, ’64 Neuville, ’74 Berbatov (Bayer Leverkusen)

Bayer Leverkusen: Butt; Zivkovic, Nowotny, Lúcio, Placente; Ramelow, Ballack, Zé Roberto, Basturk (Vranjes); Kirsten (Berbatov), Neuville (Brdaric). Téc: Klaus Toppmöller

Borussia Dortmund: Lehmann; Evanilson, Metzelder, Kohler, Dedê; Kehl, Reuter, Ricken (Addo); Amoroso (Stevic), Ewerthon (Reina), Kohler. Téc. Matthias Sammer

Semifinal da UEFA Champions League – Jogo de Ida: Manchester United 2 x 2 Bayer Leverkusen

Estádio Old Trafford, Manchester

Árbitro: Lubos Michel

Público 68.000

Gols: ’29 Solskjaer e ’67 Ruud van Nistelrooy (Manchester United); ’62 Ballack e ’75 Neuville (Bayer
Leverkusen)

Manchester United: Barthez; Gary Neville (Phil Neville) (Denis Irwin), Blanc, Brown, Silvestre; Nick Butt, Verón, Paul Scholes (Roy Keane), Ryan Giggs; Solskjaer e van Nistelrooy. Téc. Alex Ferguson              

Bayer Leverkusen: Butt; Zivkovic, Nowotny (Sebescen), Lúcio, Placente; Ramelow, Ballack, Zé Roberto, Schneider, Basturk (Vranjes); Berbatov (Neuville). Téc. Klaus Toppmöller

Final da Copa da Alemanha: Bayer Leverkusen 2 x 4 Schalke 04

Estádio Olímpico, Berlim

Árbitro: Franz-Xaver Wack

Público 70.000

Gols: ’27 Berbatov e ’89 Kirsten (Bayer Leverkusen); ’45 Bohme, ’68 Agali, ’71 Möller e ’85 Sand (Schalke 04)

Bayer Leverkusen: Butt; Zivkovic, Ramelow, Lúcio, Placente; Ballack, Zé Roberto, Schneider, Basturk;
Neuville (Brdaric), Berbatov (Kirsten). Téc. Klaus Toppmöller

Schalke 04: Reck; Waldoch, Hajto (Kamphuis), van Hoogdalem, Van Kerckhoven; Jorg Bohme, Nemec, Andreas Möller (Marc Wilmots); Agali, Asamoah (Vermant), Ebbe Sand. Téc. Huub Stevens

Final da UEFA Champions League: Bayer Leverkusen 1 x 2 Real Madrid

Estádio Hampden Park, Glasgow

Árbitro: Urs Meier

Público 51.456

Gols: ‘8 Raúl  e ’45 Zidane (Real Madrid); ’14 Lúcio (Bayer Leverkusen)

Bayer Leverkusen: Butt; Sebescen (Kirsten), Zivkovic, Lúcio (Babic), Placente; Ramelow,               Ballack, Schneider, Basturk; Brdaric (Berbatov) e Neuville. Téc. Klaus Toppmöller

Real Madrid: César Sanchez (Iker Casillas); Michel Salgado, Hierro, Helguera, Roberto Carlos; Makelele (Flávio Conceição), Solari, Zidane, Figo (McManaman); Raúl e Morientes. Téc. Vicente Del Bosque

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