Times de que Gostamos: Borussia Dortmund 1996-1997

Após contar a história de uma das mais impressionantes equipes da história do Futebol Inglês, o Manchester United de 1998-1999, trato do excelente time montado por Ottmar Hitzfeld no Vale do Ruhr, o Borussia Dortmund da temporada 1996-1997.

Em pé: Paulo Sousa, Heinrich, Chapuisat, Riedle, Reuter e Kree;
Agachados: Paul Lambert, Klos, Feiersinger, Möller e Ricken. 


Time: Borussia Dortmund

Período: 1996/1997

Time base: Klos; Martin Kree (Júlio César), Matthias Sammer, Jürgen Kohler; Stefan Reuter, Paul Lambert, Paulo Sousa, Andreas Möller, Heinrich; Riedle, Chapuisat. Técnicos: Ottmar Hitzfeld e Nevio Scala.

Conquistas: UEFA Champions League e Mundial Interclubes

O ápice de um longo trabalho. Essa frase descreve com perfeição a temporada 1996-1997 para os aurinegros do Borussia Dortmund.

Com um trabalho iniciado em 1991, Ottmar Hitzfeld conquistou títulos alemães, em 1994-1995 e 1995-1996, e a Supercopa da Alemanha, nestes mesmos anos. No entanto, faltava algo tanto ao seu currículo particular quanto à carteira de títulos do Borussia que os consagrasse como verdadeiros gigantes da Europa. E foi na temporada 1996-1997, que a glória chegou para time e treinador.

Na meta da equipe do Vale do Ruhr, a titularidade pertencia à um goleiro natural da cidade de Dortmund. Stefan Klos (foto), arqueiro baixo para os padrões atuais, 1,82m, chegou ao Borussia em 1991 e de pronto colocou no banco o experiente Wolfgang de Beer, o qual defendia a meta aurinegra desde 1986 e é o atual treinador de goleiros do clube. Klos defendeu a meta do Borussia entre 1990 e 1998 e depois atuou pelo Rangers até 2007.

A defesa amarela era composta por três jogadores. Todavia, não eram três zagueiros como vemos hoje e sim o sistema clássico 3-5-2, o qual contava com dois zagueiros e um líbero. O líbero do Borussia era Matthias Sammer (foto), atual diretor de esportes do Bayern de Munique. Jogador de grandessíssima técnica, começou a carreira jogando de centroavante, e foi sendo recuado. Primeiro para a ponta esquerda, depois para o centro do meio-campo, depois para volante e por fim para líbero. Além de ser dotado de grande técnica, Sammer também era um líder, e foi o capitão nessa temporada.

Seus dois companheiros eram Jürgen Köhler (foto) e Martin Kree. O primeiro, foi, sem dúvidas, um jogador importantíssimo para a história da Alemanha. Pela Seleção Germânica, foram mais de 100 partidas, um título de Copa do Mundo e uma Eurocopa. Tendo chegado ao Borussia aos 30 anos, vindo da Juventus, ainda teve tempo de mostrar grande futebol. Por sua vez, Kree, zagueiro que fez história com a camisa do Bayer Leverkusen, tinha menos técnica que Köhler, mas será sempre lembrado pelo excelente desempenho da defesa da equipe.

A lateral direita tinha uma bala chamada Stefan Reuter (foto). Outro jogador que chegou ao clube vindo da Juventus, era capaz de fazer 100m em 11,2s. Pela equipe de Dortmund, disputou mais de 300 partidas. Como o time jogava com três bons jogadores de defesa, o ala tinha muita liberdade para atacar, jogando comumente como meia-direita. Pela esquerda jogava Jörg Heinrich, menos talentoso que Reuter, mas eficiente e polivalente, também atuando como zagueiro, volante e meia-esquerda.

O meio-campo tinha uma dupla de grande qualidade. O português Paulo Sousa, consagrado volante da grande geração portuguesa que contou com Luís Figo e Rui Costa, tinha ótima colocação e boa visão de jogo. A seu lado jogava, o escocês Paul Lambert (foto), atual treinador do Aston Villa. Implacável marcador, permanece na memória de quem viu a final da UEFA Champions League, afinal anulou o craque Zinedine Zidane e proveu a assistência para o primeiro gol do clube.

O regente da orquestra Borussia Dortmund era Andreas Möller (foto). Sua excepcional visão de jogo fazia dele uma figura de passes preciosos, cabendo-lhe a coordenação das ações do meio-campo ofensivo e do ataque alemão. Além disso, o craque marcava regularmente seus gols. Em 153 jogos pelo clube, foram 47 gols. Ademais, é outro jogador proveniente da Juventus.

O ataque aurinegro tinha um suíço e um alemão. Stéphane Chapuisat (foto) e Karl-Heinz Riedle, ambos os jogadores muito completos.  Chapuisat era o atacante de maior velocidade, enquanto Riedle ficou marcado pela sua primorosa habilidade de se colocar na área e também pelo seu excelente tempo de bola, o que o fez um cabeceador, absolutamente, fantástico.

No banco, além de alguns reservas muito bons, casos do zagueiro brasileiro Júlio César, do atacante Lars Ricken, que fez toda a sua carreira no Borussia, e também do meia René Tretschok, estava o maior responsável por todo o sucesso da equipe, o treinador Ottmar Hitzfeld (foto), que pegou o clube em 1991 e o reestruturou de tal forma, que o clube passou a ser o segundo clube de maior sucesso do futebol alemão, atrás apenas do Bayern de Munique. Após sua saída, com o título da UEFA Champions League, o comando da equipe passou para as mãos de Nevio Scala.



Ficha técnica de alguns jogos da equipe nessa temporada:

Semi-final da UEFA Champions League: Manchester United 0 x 1 Borussia Dortmund

Estádio Old Trafford, Manchester

Árbitro: Urs Meier
Público 53.606

Gol: Lars Ricken ‘8 (Borussia Dortmund)

Manchester United: Schmeichel; Gary Neville, David May (Paul Scholes), Pallister, Phil Neville; Johnsen, Butt, Beckham, Cantona; Andy Cole, Solskjaer (Giggs). Téc. Alex Ferguson

Borussia Dortmund: Klos; Kree, Köhler, Feiersinger; Reuter (Tretschok), Lambert, A. Möller, Ricken (Zorc), Heinrich; Chapuisat, Riedle (Herrlich). Téc. Ottmar Hietzfeld


Final da UEFA Champions League: Borussia Dortmund 3 x 1 Juventus

Estádio Olímpico, Munique

Árbitro: Sándor Puhl

Público 59.000

Gols: Riedle ’24, ’34 e Ricken ’71 (Borussia Dortmund); Del Piero ’64 (Juventus)

Borussia Dortmund: Klos; Kree, Sammer, Köhler; Reuter, Lambert, Paulo Sousa, Möller (Zorc), Heinrich; Chapuisat (Ricken), Riddle (Herrlich). Téc. Ottmar Hitzfeld

Juventus: Peruzzi; Sérgio Porrini (Del Piero), Paolo Montero, Ciro Ferrara, Iuliano; Didier Deschamps, Jugovic, Angelo Di Livio, Zidane; Boksic (Tacchinardi) e Vieri (Amoruso). Téc. Marcello Lippi

Final do Mundial Interclubes: Borussia Dortmund 2 x 0 Cruzeiro

Estádio Nacional, Tóquio

Árbitro: José García Aranda

Público: 46.953

Gols: Zorc ’34 e Herrlich ‘85

Borussia Dortmund: Klos; Reuter, Júlio César, Feiersinger, Heinrich; Paulo Sousa, Freund, Zorc (Kirovski), Möller; Chapuisat (Decheiver), Herrlich. Téc. Nevio Scala

Cruzeiro: Dida; Vitor, João Carlos, Gonçalves, Elivélton; Fabinho, Ricardinho, Cleisson, Roberto Palacios (Marcelo Ramos); Bebeto e Donizete. Téc. Nelsinho Baptista

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